Desde maio, operários chegam cedo à Praia de Copacabana para trabalhar na montagem da imensa arena de vôlei de praia da Olimpíada de 2016. Com capacidade para 12 mil lugares, 21 metros de altura no ponto mais alto - equivalente a um prédio de sete andares - e 62 mil metros quadrados, ela assusta os visitantes desavisados e ganha ares de um caldeirão. Mesmo tendo três mil lugares a menos que a de Londres 2012 (que totalizava 15 mil), a estrutura metálica chama a atenção. Tudo será entregue oficialmente no dia 3 de agosto, a três dias do início das disputas nas areias da Zona Sul do Rio. No dia 1º de agosto, as duplas começam a treinar na quadra central. Até o momento, elas têm utilizado as quadras externas.
A arena impressiona até quem tem experiência no assunto: Adriana Behar, dona de duas medalhas de prata do vôlei de praia nos Jogos de Sydney 2000 e Atenas 2004. Atualmente, ela é gerente de planejamentos esportivo do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Durante a semana, ela fez uma visita ao local para averiguar as condições e saiu satisfeita, apesar de admitir que pequenos ajustes ainda estão sendo feitos pelos operários.
- Moro em Ipanema e quando venho pela Princesa Isabel (avenida em frente à arena) e vejo aquele muro ali enorme, eu mesma fiquei impressionada. Sempre em Jogos Olímpicos são as arenas maiores, que levam mais público. Particularmente, acho muito bonito ver a Praia de Copacabana com uma arena, com uma instalação ali, com uma arena tão bonita assim e que vai receber os melhores do mundo - comentou.
Behar exaltou alguns dos pontos da arena de Copacabana. As arquibancadas, segundo ela, apesar de muito altas, proporcionam uma sensação de estar em um autêntico caldeirão tanto para os atletas quanto para os torcedores:
- Acho que é uma quadra que consegue trazer uma interação maior de quem estiver jogando com o público. Ela tem um ambiente mais próximo da quadra. Tem as quadras externas que estão prontas também para receber os atletas, montadas com iluminação.
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O parceiro de Evandro, Pedro Solberg, vai ter a chance de jogar na arena literalmente em casa. Nascido no Rio de Janeiro, ele garante que viverá uma chance única "na praia mais importante e mais bonita do mundo".
- É o melhor lugar do mundo, é um dos lugares onde o vôlei de praia começou como esporte. A praia mais bonita e mais importante na minha opinião. A arena esta bonita, enorme e está impactante demais, fico feliz de representar o Brasil - afirmou Solberg.
Símbolo olímpico na arena de vôlei (Foto: Gabriel Fricke)
A canadense Sarah Pavan tem a capital carioca como uma "segunda casa". Ela jogou no vôlei de quadra pelo Rio de Janeiro e foi campeã da Superliga. Atuou por duas temporadas, 2012/13 e 2013/14, na função de oposta, e deixou a equipe logo após o último título para se dedicar apenas as areias em busca de realizar o sonho para disputar os Jogos Olímpicos. Agora vai ter a chance de atuar arena de grande porte.
- É muito grande, o que é incrível. Dá até um frio na barriga de jogar em frente à tanta gente que ama o nosso esporte e que está ansiosa para estar lá. Mal posso esperar para entrar na quadra principal, treinar e jogar lá. Estou muito ansiosa para minha primeira partida - disse a parceira de Heather Bansley.
Temporária, a arena dará adeus aos cariocas com o fim das disputas dos Jogos Olímpicos. De acordo com o Comitê Rio 2016, apesar de ainda haver operários no local, ela está praticamente pronta. Mas alguns retoques ainda estão sendo feitos. O GloboEsporte.com apurou que ainda falta a parte de decoração para não deixar a estrutura exposta; a zona mista, onde os jornalistas têm contato com os atletas após os jogos; e também a rede da quadra central. Além disso, a iluminação da quadra principal está passando por testes. Os trabalhadores verificam também se todos os assentos da arquibancada estão fixos, fazem uma varredura na estrutura usando equipamentos de escalada e finalizam as instalações dos camarotes.
Na próxima segunda-feira, dois dias antes da data prevista para ficar completamente finalizada, a FIVB (Federação Internacional de Voleibol) deve fazer uma inspeção oficial no local. No dia seguinte está previsto o início dos ensaios, como o protocolo de simulação da entrada dos árbitros e dos jogadores na quadra central.
A obra preocupava o Comitê Olímpico Internacional (COI). Em junho, ela chegou a ser embargada pela secretaria municipal do Meio Ambiente. Mas logo as licenças ambientas necessárias foram apresentadas, e agora ela está quase preparada para receber os brasileiros e rivais do mundo todo.
No começo desta semana, dia 24 de julho, as duplas começaram a poder usufruir das quadras de fora. A central receberia todas as partidas, e as externas ficariam apenas para treinamento e aquecimento. Uma mudança é esperada. Segundo Adriana Behar, gerente de planejamento de COB, e a assessoria da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), uma das quadras de fora deverá receber partidas do “lucky loser” (os dois melhores terceiros colocados da fase de grupos avançam para às oitavas de final. Os outros quatro terceiros colocados jogam duas partidas eliminatórias diretas. Quem vencer avança às oitavas de final. Esses jogos eliminatórios diretos provavelmente acontecerão nas quadras externas a fim de não atrapalhar o andamento da quadra central).
A competição de vôlei de praia na Rio 2016 terá torneios masculino e feminino. Cada evento envolverá um total de 54 partidas e consistirá de uma rodada preliminar, uma rodada de “lucky loser” e uma fase de eliminação simples.
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Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
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