Usain Bolt deixou a pista em Londres tranquilo. O retorno às pistas após sua lesão na coxa foi dentro do previsto, com vitória e um tempo abaixo dos 20 segundos na prova dos 200m. O semblante sereno e sorridente só mudou ao ser questionado sobre comentários de rivais americanos no começo do mês, quando se machucou e teve que abandonar a seletiva da Jamaica. Na época, os velocistas Mike Rodgers e Justin Gatlin, seu maior rival atualmente, deram a entender em declarações que Bolt teria tratamento privilegiado em seu país. O recordista mundial não gostou nada e fez questão de expor o desconforto.
- Senti que foi uma piada e um desrespeito pelo fato de acharem que eu iria desistir da seletiva. Eu, Usain, que provei para mim mesmo, ano após ano, que sou o maior - disse Bolt.
No começo do mês, durante a seletiva americana de atletismo, Justin Gatlin afirmou que Bolt exercia poder dentro do atletismo, e por isso, poderia se dar ao luxo de não competir na seletiva e apresentar um ''atestado médico'' por conta de sua lesão. Campeão olímpico em 2004, Gatlin é o atual vice-campeão mundial dos 100m e dos 200m e tem a melhor marca do ano na distância mais curta (9s80).
- Ele é Usain. Vamos ver seu rosto no Rio de uma forma ou de outro. Quando você comanda um certo poder no atletismo, tem que exercê-lo. Está machucado e tem um passe médico. Isso é o que seu país faz. O nosso não.
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Mike Rodgers foi além. Na mesma ocasião, o também velocista dos Estados Unidos deu a entender que Bolt teria ''dado um jeito'' de evitar a seletiva de seu país. Alegando que a disputa americana é a mais forte. Disse que o jamaicano faz o que bem entender.
Justin Gatlin na seletiva dos EUA: Bolt se disse despontado (Foto: Marcio Jose Sanchez / AP)
- Não temos exceção médica. Senti que quis evitar. Ele deveria correr como todos os outros. Mas, no fim das contas, ele é Bolt. É o campeão olímpico e Mundial. Até alguém vencê-lo, colocá-lo no seu lugar, vai continuar fazendo o que quer - disse Rodgers, na época.
A etapa da Diamond League em Londres, neste sábado, marcou o retorno de Bolt após a lesão na coxa esquerda em junho, em sua seletiva. Mesmo convocado, ele tinha a necessidade de provar para a federação jamaicana que estava em condições de correr em alto nível no Rio. Venceu os 200m com 19s89. E deixou claro que sua irritação maior com seu principal oponente na Olimpíada do próximo mês.
- Eu ri quando ouvi. Fiquei decepcionado. Especialmente com Justin Gatlin - completou Bolt.
A rivalidade entre jamaicanos e americanos nas provas de velocidade é grande. Nos últimos Jogos Olímpicos, o pódio dos 100m contou apenas com representantes dos dois países: Bolt, Gatlin e Yohan Blake. Os dois revezamentos também alternam as melhores colocações no 4x100m. O próximo encontro tem data e lugar marcado: mês que vem, no Rio.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
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