O Palmeiras de Cuca ficou caracterizado pela explosão, principalmente nos minutos iniciais das partidas. Contra a Ponte Preta, tudo indicava mais um confronto com essas características: Rafael Marques abriu o placar aos 15 minutos, em uma jogada veloz de Róger Guedes pela direita. Mas o Verdão se acalmou em excesso após o gol. Com a vantagem, o time adotou uma cautela acima do normal. E foi castigado com um empate por 2 a 2, em casa, após ficar duas vezes à frente do placar. Assista aos melhores momentos no vídeo acima.
A vitória sobre o Atlético-PR na última rodada, em Curitiba, ameniza o tropeço na arena. Mas nas contas pela disputa do título, os dois pontos desperdiçados contra a Ponte Preta fazem falta. A vantagem sobre o Atlético-MG caiu para dois pontos.
A ausência de Gabriel Jesus, que foi saudado pela torcida no intervalo, com a medalha de ouro olímpica em mãos, diminui muito as alternativas do ataque palmeirense. Rafael Marques não tem a mesma mobilidade. O estilo explosivo casa com as características do jovem atacante, que voltará à equipe diante do Fluminense, em Brasília, no próximo domingo.
O Palmeiras trocou muito mais passes que a Ponte Preta (299 certos, contra 137), mas não soube o que fazer com a bola em diversos momentos. Exceção feita a Moisés, que se multiplicou no meio-campo e cumpriu com sucesso as tarefas de marcação e, principalmente, criação. Mais até do que Cleiton Xavier, cuja função central é ser o cérebro da equipe e o distribuidor de bolas para o ataque.
A preocupação excessiva com a agilidade dos contragolpes da Ponte Preta restringiu o Palmeiras. Nas duas vezes em que esteve à frente do placar, o Verdão menos pressionou do que "cozinhou" o jogo. E após sofrer o empate, tanto na primeira quanto na segunda vez, apelou às bolas levantadas. No intervalo, eram apenas três. Ao final do jogo, 20.
– Às vezes, torcedor não entende. Por mais que seja chato (o jogo de toques) precisamos manter a posse de bola. Tem de entender que é um jogo de paciência. Se acelerarmos, podemos dar contra-ataque, que é o que os adversários querem – explicou o lateral-direito Jean.
As mudanças promovidas por Cuca pouco alteraram o panorama. Moisés passou à função de armador, Allione tentou melhorar a velocidade pela esquerda, e Thiago Santos virou o homem da marcação – liberando Tchê Tchê para apoiar mais.
Bem postada na defesa, a Ponte Preta segurou o jogo à base de faltas. Terminou a partida com 22, contra 10 do Palmeiras. O time de Cuca não aproveitou o jogo aéreo como costuma. Das várias saídas de gol erradas de Aranha, transformou em gol apenas uma, quando Thiago Martins pegou o goleiro desprevenido, em cruzamento para o meio da área.
Ironicamente, apesar da postura pouco ofensiva, o Palmeiras sofreu o segundo empate em um momento em que estava inteiro no ataque. No gol de William Pottker, Thiago Martins dá um bote errado no meio-campo, Vitor Hugo fica para trás, e Egídio não alcança o adversário na corrida. O sistema defensivo inteiro mal posicionado.
– No primeiro gol, tem que afastar a bola da área. No segundo, depois de fazer o 2 a 1, tem um erro de posicionamento crasso, muito feio. Aí é muito difícil remontar novamente, pela terceira vez, o placar – analisou o técnico Cuca.
Sem Thiago Santos, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, o Palmeiras terá de repensar as alternativas para o jogo contra o Fluminense. Peça-chave na marcação alviverde nos jogos fora de casa, o volante abrirá espaço no meio-campo para outra estratégia de Cuca. O técnico terá a semana inteira dedicada somente aos treinos antes da partida em Brasília: o elenco se reapresenta na manhã de terça-feira, na Academia de Futebol.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
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