O pé descalço de uma etíope levantou a torcida no Engenhão. Durante as provas eliminatórias dos 3.000m com obstáculos, Etenesh Diro protagonizou uma cena marcante que arrancou muitos aplausos na sessão matinal do atletismo. Na metade final da prova, sua sapatilha direita saiu de seu pé e, mesmo diante da adversidade, Diro se superou e continuou as voltas finais. Ela cruzou a linha de chegada apenas com um pé calçado (veja vídeo acima). E no fim, veio o prêmio pelo esforço da etíope: a classificação para a final da prova. Após análise do vídeo, a organização decidiu que ela e outras duas atletas, Aisha Praught (JAM) e Sara Louise Treacy (IRL), haviam sido prejudicadas. Assim, a final terá 18 competidoras em vez de 15.
O incidente ocorreu a duas voltas e meia do fim, quando a jamaicana Aisha Praught, que também ganhou uma segunda chance, tropeçou e, ao cair acabou tirando a sapatilha do pé direito de Diro com o braço. A etíope tentou pôr o calçado novamente, foi ultrapassada por seis adversárias, e desistiu. Largou a sapatilha para trás, deu alguns passos e retirou a meia também.
+ Tudo sobre a Olimpíada em Tempo RealOvacionada pela torcida pela vontade de competir, manteve-se na pista até cruzar a linha de chegada em sétimo lugar na bateria, com tempo de 9m34s70. A corredora, que chegou a liderar os primeiros 1.000m, ficou fora da semifinal.
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Logo após o fim da disputa, Diro desabou. A primeira a falar com ela foi a queniana Hyvin Kiyeng Jepkemoi, vencedora da tomada de tempo com 9m24s61. Logo depois, uma funcionária da organização foi retirá-la da pista. Diro recebeu a sapatilha que caiu e levantou-se. Recusou a cadeira de rodas, mas precisou ser amparada por dois funcionários tamanha a dor no pé.
Sara Treacy com joelhos e tornozelo machucados depois da prova (Foto: Alexandre Alliatti)
No mesmo incidente com Diro, a irlandesa Sara Louise Treacy escorregou, foi ao chão e machucou joelhos e tornozelos.
- Nunca tinha acontecido comigo, e aconteceu justo em uma Olimpíada - lamentou ela.
- Nunca tinha acontecido comigo, e aconteceu justo em uma Olimpíada - lamentou ela.
A prova fez ainda outras duas vítimas, ambas na segunda bateria. A argelina Amina Bettiche não conseguiu se recuperar da queda no fosso d’água e ficou em último lugar com 10m26s91. Já a indiana Lalita Babar impressionou pela recuperação. Após cair no obstáculo, levantou-se para terminar a tomada de tempo em quarto lugar (seria a sétima no geral) e, com 9m19s76, ainda estabelecer o novo recorde de seu país na prova.
O Brasil foi representado na eliminatória dos 3.000m com obstáculos por Juliana dos Santos. Ela correu logo na primeira bateria e finalizou com 9m45s95. A marca não a classifica para a próxima fase da disputa.
Brasileiras não avançam no salto triplo
Brasileira Keila Costa se desculpou após não conseguir avançar (Foto: REUTERS/Phil Noble)
No salto triplo, o Brasil teve duas representantes. Mas nenhuma delas avançou à final. Nubia Soares, de apenas 20 anos, conseguiu 13,85m e ficou na 23ª colocação geral. Mais experiente, Keila Costa ficou uma posição abaixo no ranking da fase classificatória. Após queimar a primeira tentativa, a veterana de 33 anos teve 13,78m como melhor salto. A melhor da classificatória foi a campeã mundial Caterine Ibarguen, com 14m52.
- Entrei para fazer meu melhor. Esse ano não fiz uma boa temporada. Devido a lesões competi pouco. Infelizmente não consegui acertar o salto. Foi um pouco difícil para mim, mas tentei pegara energia do público para fazer os três saltos. Talvez, se estivesse na minha melhor forma, tudo seria diferente - lamentou Keila.
*participam da cobertura Alexandre Alliatti, Amanda Kestelman, Cahê Mota, Helena Rebello, Marcos Guerra e Marcelo Russio
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
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