Pais de Follmann citam "agonia" e consideram sobrevivência "milagre" Goleiro é um dos seis sobreviventes da tragédia com o avião da Chapecoense, que deixou 75 mortos; Paulo e Marisa Follmann revelam angústia com situação do filho

A aflição com a notícia da queda da aeronave que transportava a Chapecoense rumo à final da Copa Sul-Americana, na madrugada desta terça-feira, se transformou em alívio, ainda que momentâneo, para a família Follmann. Na cidade de Boa Vista de Buricá, no Rio Grande do Sul, os pais do goleiro Jackson Follmann receberam com emoção a notícia de que o filho é um dos seis sobreviventes da tragédia que deixou 75 mortos na região da Antioquia, na Colômbia.
O pai do jogador, Paulo Follmann, atribui a sobrevivência do filho no acidente aéreo a um "milagre". Ainda assim, a sensação de alívio durou pouco para a família do jogador. Os familiares agora aguardam com "angústia" a situação médica do goleiro – segundo informações divulgadas na Colômbia, o goleiro teve uma das pernas amputadas em decorrência do acidente
– Em um acidente de avião, você sabe que a chance de sobrevivência é praticamente zero. Então, ele estar entre os sobreviventes é um milagre de Deus. A gente só está numa agonia para saber o estado de saúde dele, não sabe nada por enquanto. Se sabe que ele está no hospital – afirmou Paulo Follmann, em entrevista à RBS TV.
Follmann, goleiro do Linense (Foto: José Luis Silva / CA Linense)


A mãe, Marisa, revela que a nora foi a responsável por dar a trágica notícia à família, por uma ligação. O acidente logo causou choque e deixou o casal "sem chão". Follmann foi contratado em maio deste ano pela Chapecoense como reforço para disputar o Campeonato Brasileiro. A boa fase da equipe catarinense era motivo de orgulho para o jogador, que compartilhava com a família esses bons momentos e falava da expectativa para o jogo da Copa Sul-Americana.
– A gente acordou com uma ligação da noiva dele, que tinha acontecido esse acidente. Na hora meu marido entrou em choque, ficou apavorado. Eu também. A gente fica sem chão, mas coração de mãe nunca se engana. Meu coração dizia que Deus estava protegendo ele, que ele estava bem. Meu filho sempre foi muito família, nem um dia, desde os 13 anos, deixou de falar com a gente. E dentro da Chapecoense estava muito feliz. A previsão era boa pro futuro então tava feliz mesmo, a cidade se adaptou muito bem, então tava tudo se encaminhando – afirma Marisa.
Sem conseguir contato telefônico com o hospital e informações oficiais, a família deve viajar durante a tarde para Chapecó, que fica a 270 quilômetros de distância da cidade onde mora.
O voo com a equipe catarinense, que iria disputar o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, sofreu o acidente nesta terça-feira na localidade de Cerro El Gordo, próximo ao aeroporto internacional de Medellín, na Colômbia. No local da queda, há muito mato e as buscas também foram dificultadas por causa da chuva na região. Até o momento, as autoridades colombianas registram 75 mortos e seis sobreviventes, que são os jogadores Alan Ruschel, Neto e Follmann, o jornalista Rafael Henzel e os comissários de bordo Erwin Tumiri e Ximena Suarez. 

 Varjota  Esportes - Ce.            /               Globoesporte.

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