Seleção brasileira: Matheus Henrique superou dispensa pelo Grêmio antes de ser destaque e encantar Tite

Tite durante a convocação da seleção brasileira


Mesmo com apenas 21 anos, Matheus Henrique precisou se reinventar mais de uma vez ao longo da curta carreira. Convocado pela seleção brasileira para os amistosos contra Senegal e Nigéria, ele é um dos destaques do Grêmio na temporada e foi elogiado por Tite.
"O Matheus está dentro de uma linha que gostamos muito, é um articulador, capacidade de passe muito grande, é móvel. Ele é muito aplicado nos treinos", disse o treinador do Brasil.
Nascido em Paradas de Taipas, na zona norte de São Paulo, o volante começou no futebol com sete anos de idade. De uma família humilde, ele precisou dar um tempo no sonho de jogar futebol. Por ser longe de casa, eu pai não conseguia o levar para a escolinha de futebol.
Jogando nos campos de uma favela e na várzea, o garoto aprimorou o talento até voltar a um clube, aos 10 anos. Logo depois, as primeiras oportunidades apareceram.
"Em um jogo da escolinha não queria ir porque estava chovendo. Estava frio. então minha mãe falou: 'Vai filho, você treinou a semana toda'. Fui meio assim. Então, foi nesse jogo que me viram e fui bem. Tinha um olheiro do Nacional-SP que gostou de mim", contou, ao ESPN.com.br, em 2016.
Léo Gomes comemora seu gol pelo Grêmio diante do Internacional.© Gazeta Press Léo Gomes comemora seu gol pelo Grêmio diante do Internacional.
"Ele me chamou para um teste e passei. Fui jogar o Paulista Sub-15, fomos eliminados na primeira fase, mas eu fui bem. Como fiz muitos gols fui chamado direto para o Sub-20. No ano seguinte, fui jogar a Copa São Paulo com 15 anos, era cinco anos mais novo do que a idade limite. Achava que nem iria entrar porque tinham muitos jogadores. Mas mesmo reserva entrei nos jogos e acho que chamei atenção", relatou.
"Um empresário me viu e o Fluminense. Fiquei um tempo lá em observação, mas não deu certo. Eu ainda era muito inexperiente, não tinha maturidade alguma", analisou.
"A maior dificuldade foi ficar longe da família com 15 anos no Rio de Janeiro, precisei ter mais responsabilidade. Ficava no alojamento longe dos meus pais. Mas depois em acostumei, fui sempre apegado à família", lamentou.
Logo em seguida, Matheus foi para o Grêmio, no qual ficou por um ano. "Joguei como titular de lateral um campeonato um campeonato todo, mas fui dispensado no fim de 2013. Lá me adaptei melhor, fui muito bem tratado pela molecada do alojamento, era muito bacana", afirmou.
Mesmo com a desilusão no clube gaúcho, ele não desistiu de batalhar pelo sonho. "Tudo que aconteceu na minha vida teve muitas dificuldades. Meus pais nunca tiveram a condição de dar tudo o que quis, mas faziam o máximo. Eles chegaram até mesmo a ir para Porto Alegre me ver jogar", relatou.
No começo de 2014, ele chegou ao São Caetano, primeiramente para a equipe Sub-17. Com o final da competição foi integrado ao Sub-20, onde era da terceira equipe. "Nosso time era entrosado e íamos bem, então eu fiquei de reserva até o começo do campeonato. Virei titular no último treino antes da estreia na Copa São Paulo", recordou.
Depois de se destacar na Copinha, ele foi promovido aos profissionais. Na estreia no time de cima, pela Série A-2 do Paulista, mostrou seu cartão de visitas.
"Eu entrei no jogo contra o Guaratinguetá no segundo tempo e o treinador mandou ‘dar' no gol uma falta lateral que era para cruzar. Não acreditei que poderia dar certo, mas bati na bola e fiz o gol. Com cinco minutos de profissional tudo isso, foi incrível (risos)".
Na Série D do Brasileiro de 2015 ele não teve tantas chances e desceu para o Sub-20 para jogar a Copa São Paulo antes de voltar de vez ao profissional.
Matheus tirou importantes ensinamentos que aplicou carreira. "Comigo a chance vem sempre quando menos espero. A lição de vida é que precisa estar sempre treinando e preparado porque futebol é oportunidade e precisa agarrar", filosofou.
Em 2017, ele teve uma segunda chance no chance no Grêmio, sendo contratado por cerca de R$ 1 milhão.
Inicialmente, Matheus integrou a chamada equipe de transição, que conta, em geral, com jogadores que deixaram as categorias de base, mas ainda não foram aproveitados no time principal. Ano passado, efetivado ao time de cima, mas trocou a função de meia armador pela de volante.
Para melhorar dentro dos gramados, ele contou em 2016 que assistia vídeos na internet de craques internacionais. "Eu sou fã do Zidane, jogava demais. Iniesta, Di Maria, Messi são os caras que eu me inspiro pelo meu estilo de driblar e fazer jogadas. Sou um meia atacante. Com a bola sou atacante pela esquerda e sem a bola volto para marcar", analisou. 

 Varjota Esportes - Ce.      /         MSN.

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