Em busca de uma vaga na final da Copa Sul-Americana, o Corinthians volta a visitar o estádio Olímpico Atahualpa, em Quito, onde enfrenta o Independiente Del Valle pelo segundo e decisivo jogo da semifinal do torneio continental. Em 1996, na única vez em que jogou naquele estádio, o Timão enfrentou o Espoli pela primeira fase da Copa Libertadores e conseguiu justamente o resultado que precisa nesta noite, às 21h30 (horário de Brasília). Volante do Alvinegro naquela época, Zé Elias relembrou a partida na capital equatoriana, marcada por um susto guardado na memória até os dias de hoje.
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- A partida em si foi fácil. A diferença do jogo entre Brasil e Equador era muito grande naquela época. O estádio era pequeno, com arquibancadas distantes do campo - recordou Zé Elias ao falar sobre o jogo, válido pela fase de grupos da Copa Libertadores daquela temporada a pedido do L!
O time que contava com nomes de muito peso como o próprio Zé Elias, Marcelinho Carioca, Edmundo e o goleiro Ronaldo Giovanelli saiu perdendo para o Espoli, ainda no primeiro tempo mas conseguiu a virada e voltou para o Brasil com a vitória: por 3 a 1. O resultado é justamente aquele que o time do técnico Fábio Carille precisa para conseguir a classificação à decisão da Sul-Americana nesta noite. Como o Corinthians perdeu o jogo de ida, por 2 a 0, precisa reverter a desvantagem.
Além dos dois gols atrás do marcador, o Timão precisa lidar com a altitude de 2.800 metros da cidade de Quito - o que pode causar complicações respiratórias aos atletas. O Corinthians joga por uma vitória de dois ou mais gols de diferença para ficar com a vaga. Em caso de um novo 2 a 0, a decisão do classificado irá para as cobranças de pênaltis. Qualquer outro resultado coloca o Independiente Del Valle na final da Copa Sul-Americana.
- Acho que a equipe do Carille chega com um pouco mais de confiança do que no jogo de ida, em São Paulo, mas não sei se será o suficiente por conta do resultado que eles conseguiram aqui e por conta da forma como eles vêm jogando dentro de sua casa, especialmente nos últimos resultados e nos últimos jogos no segundo tempo. Tem a questão da altitude, dos resultados. Eu, particularmente não acredito que eles também vão mudar a forma de jogar, mantendo a organização tática, com uma pressão um pouco maior - afirmou o ex-volante do Timão e também da Seleção Brasileira.
Para o jogo desta noite, o Corinthians deve entrar em campo com Cássio; Fagner, Manoel, Gil e Danilo Avelar; Gabriel e Júnior Urso (Ramiro); Pedrinho, Sornoza (Mateus Vital) e Clayson; Vagner Love. A ideia, claro, é repetir o feito de duas décadas e voltar com a classificação na mala.
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A QUASE TRAGÉDIA
No dia seguinte ao jogo, o Corinthians embarcou em um Boeing 727 da empresa Fly Linhas Aéreas. Depois de uma longa espera, a aeronave recebeu a autorização da torre de comando para decolar, mas não conseguiu iniciar o voo. O piloto precisou arremeter, o avião colidiu forte contra o chão e o desespero tomou conta de delegação alvinegra.
- Ficamos quase quatro horas, quatro horas e meia esperando pela autorização do plano de voo para retornarmos ao Brasil. Quando recebemos a autorização, imbicamos na pista. Lá era aeroporto antigo e, quando você imbicava na pista precisava estar com a potência máxima. Naquele dia, quando o avião imbicou na pista ele estava com uma potência mais ou menos. Ele foi, levantou e caiu. Acho que o piloto percebeu que não ia subir e colocou o avião para baixo. Foi aquele 'Deus nos acuda' esperando o avião parar e, quando parou, estávamos todos desesperados. O Cris (zagueiro) dava soco no compartimento das máscaras para ver se elas caíam - relembra Zé Elias.
O susto causou problemas aos jogadores, membros da comissão técnica e diretoria do Corinthians. Horas depois, o problema foi contornado e o Timão conseguiu retornar em segurança ao Brasil. O susto, no entanto, nunca foi esquecido por quem viveu aquelas horas de terror na capital equatoriana.
- Eu estava com o tornozelo inchado e com uma luxação em um dos dedos da mão. Fiquei desesperado, saí correndo e atropelei os diretores que estavam na frente, esperando o elevador. Derrubei o Mário Travaglini lá de cima e ele quebrou duas vértebras. Depois ficamos mais umas duas ou três horas desesperados lá no aeroporto tentando entrar em contato com nossas famílias. Fomos para o hotel e, quando chegamos, nos avisaram que pegaríamos uma carona com o avião da Embaixada do Brasil em Quito. Na hora, foi aquela emoção e aquele desespero. Todo mundo chorando, pedindo proteção. Na hora do pouso em São Paulo também teve aquele emoção de rever os parentes.
Varjota Esportes - Ce. / MSN.
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