Com Valdivia em campo, a torcida do Palmeiras sempre espera por um lance diferenciado, uma jogada de craque. Neste domingo, diante do Botafogo, no estádio Santa Cruz, o Mago começou como titular. E, finalmente, trouxe a magia de volta ao Verdão. Na vitória tranquila por 6 a 2, participou do primeiro gol e deu linda assistência para o outro candidato a ídolo do elenco, Hernán Barcos, marcar o terceiro – que também marcou o sexto, de pênalti. De quebra, a dupla de gringos devolveu a vice-liderança do Paulistão ao Verdão.
O Palmeiras construiu com segurança a vitória e, encorpado, teve ótima atuação – Maikon Leite, Ricardo Bueno e Juninho também marcaram. O Palmeiras chega assim, aos 29 pontos e está a um do líder Corinthians. Motivos de sobra para o técnico Luiz Felipe Scolari comemorar: além de se isolar como o segundo técnico que mais dirigiu o Verdão na história, chegou ao 18º jogo de invencibilidade. A calma era tanta que deu até para ceder aos pedidos da torcida. Diante de quase 18 mil torcedores, testou o time com dois armadores em campo por dez minutos.
O Botafogo, que com o técnico Vagner Benazzi comemorava a saída da zona do rebaixamento na última rodada, segue com nove pontos ganhos e volta ao grupo dos quatro últimos. O experiente Alessandro de cabeça, sem ângulo, e Marco Aurélio descontaram já no fim da partida.
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O Verdão volta a campo na próxima quarta-feira, contra o Coruripe-AL, às 22h, em Maceió, na estreia da Copa do Brasil. Pelo Paulistão, o Alviverde enfrenta a Ponte Preta, às 18h30m de sábado, no Pacaembu. O Botafogo só joga no próximo domingo, às 18h30m, contra o Bragantino, no Nabi Abi Chedid.
Domínio e vantagem do Verdão
O primeiro tempo de Botafogo x Palmeiras pode muito bem ser definido como um duelo entre Verdão e o goleiro Juninho. Muito perigoso nos ataques, o Alviverde fez bom proveito dos buracos na defesa botafoguense e só não matou o jogo por capricho dos atacantes e pelos bons reflexos do goleiro do Pantera. Maikon Leite, muito rápido, ficava com todos os rebotes perto da área e foi o primeiro a assustar: em rebote de Assunção, mandou à queima-roupa e Juninho operou o primeiro milagre.
Bem marcado, Valdivia era acompanhado de perto por Daniel Paulista e apanhava bastante. Assim, coube a Márcio Araújo se arriscar como homem-surpresa no meio-campo. Em boa arrancada, o volante passou para Barcos, que se livrou de três marcadores e parou no goleiro do Botafogo – o segundo milagre. O argentino, inclusive, exagerou ao tentar deixar um gol de placa em Ribeirão e perdeu grande chance minutos depois. Após receber linda bola de Maikon Leite, sozinho, tirou o goleiro mas demorou a definir. A zaga se recompôs e cortou.
Era questão de tempo: os problemas de marcação do Botafogo sobrecarregavam a defesa e, uma hora ou outra, Juninho não iria segurar. E esse “tempo” chegou aos 23 minutos. Marcos Assunção cruzou da direita, o Mago cabeceou e o zagueiro Marquinhos tentou tirar. Só tentou: acabou enganando o goleiro e a bola morreu no fundo da rede. De cara para o árbitro, inclusive, João Vitor foi derrubado na área pelo mesmo zagueiro e o juiz, erroneamente, mandou seguir.
Atrás no placar, o Botafogo resolveu atacar e chegou a criar boas chances. Ainda assim, só criar, já que pecaram no último lance e Deola pouco trabalhou. Aos 36, em mais um ataque desordenado, o Pantera acabou dando chance para o Verdão no contra-ataque. O lateral-esquerdo Juninho fez lançamento perfeito para Maikon Leite, que recebeu em velocidade e deu drible desconcertante em Marco Aurélio, que ficou no chão. Sozinho, o camisa 7 teve calma e chutou forte, no alto, para ampliar o placar. Com segurança e justiça, 2 a 0 para o Verdão.
Goleada tranquila e dupla de armadores em campo
A segunda etapa começou com ímpeto do time da casa. O Botafogo ciscou perto da área alviverde, mas, novamente, pouco assustou. E se a ansiedade seguia atrapalhando a equipe de Ribeirão, Barcos aprendeu a lição da primeira etapa – fazer o simples para balançar a rede. Logo aos 9 minutos, o Palmeiras chegou ao terceiro em boa jogada coletiva da equipe. Márcio Araújo tocou para Valdivia, que driblou a zaga e só empurrou para o argentino – Barcos mandou para o gol e saiu para o abraço.
Se já estava fácil no 11 contra 11, o zagueiro Marquinhos decidiu “coroar” a péssima atuação e facilitou ainda mais a vida alviverde. O botafoguense cometeu falta dura em Barcos e, com o segundo amarelo, acabou expulso. Assim, Felipão ouviu os pedidos da torcida: com Daniel Carvalho no lugar de Maikon Leite, testou o desempenho da equipe com dois armadores em campo. No entanto, satisfeito, o Palmeiras tirou o pé do acelerador e a dupla Valdivia-Daniel teve poucas chances de mostrar sua força ofensiva – ficou somente dez minutos em campo.
E a postura defensiva da equipe foi punida. Em cruzamento despretensioso da esquerda, aos 32, o lateral Alessandro ganhou da marcação quase sem ângulo e tirou de Deola. Nada que assustasse: três minutos depois, Daniel Carvalho levantou na área e Ricardo Bueno cabeceou para marcar o quarto. Daí em diante, com as duas equipes cansadas, o fim de jogo lembrou uma pelada.
Mesmo com um jogador a mais, a zaga alviverde vacilou e deixou o Botafogo triangular no campo de ataque. Marco Aurélio aproveitou a falha e marcou aos 42 o segundo gol do Botafogo. Só assim, apanhando, para acordar o Verdão. Daniel Carvalho fez boa jogada, aproveitou a avenida pela esquerda e chutou. No rebote, Juninho encontrou a rede e marcou o quinto. Só não fechou a goleada, graças ao descontrole do goleiro Juninho.
Já nos acréscimos, ele deu pontapé no lateral-esquerdo do Verdão, foi expulso, apagando a boa atuação da primeira etapa. Assim, Alessandro vestiu as luvas e, mais uma vez, chamou a responsabilidade. Só que nem saiu na foto. Barcos bateu firme no canto direito e fechou a goleada mágica.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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