Desde 1996, quando Giovanni fez 24 gols, o Santos não tinha um artilheiro isolado no Campeonato Paulista. Mas isso é passado, e como diz o ditado, "quem vive de passado é museu". O goleador do presente é santista e atende pelo nome deNeymar.
Com 20 gols (108 pelo Alvinegro no total), dois deles marcados neste domingo, na final contra o Guarani, o craque conquistou pela primeira vez a artilharia do estadual. Este é o terceiro prêmio de goleador na carreira do atacante, já líder no quesito na Copa do Brasil (2010) e no Sul-Americano Sub-20, com a Seleção da modalidade (2011).
Para coroar o brilhante campeonato do camisa 11, o decisivo jogo do tricampeonato santista teve a sua marca. Mais uma vez. Principal destaque do Peixe, como de costume, Neymar foi quase solista na desafinada orquestra alvinegra da final.
- Não imaginava nunca que essas coisas poderiam acontecer rna minha vida. Estar repetindo o que o Pelé e tantos outros craques fizeram... A gente está chegando perto do que eles fizeram. Esse time vai fazer história! - disse Neymar, emocionado.
confira também
Sem o maestro Ganso e todos os demais integrantes em dia inspirado para dar toque mais refinado a canção, coube a ele chamar para si a responsabilidade de tocar a música do tri no Morumbi.
Um minuto e oito segundos separaram o primeiro apito de Paulo César de Oliveira até o gol do Santos. Parece pouco tempo, mas é mais do que suficiente para Neymar. Em seis toques na bola, ele abriu espaço, enfiou belo passe para Elano e assistiu Alan Kardec abrir o placar.
O empate do Bugre nem parecia incomodar o craque. Ele parecia saber que no roteiro do espetáculo da final também era necessário raça para consguir o título. Justamente em jogada fora das suas características, nasceu o segundo gol. Após dividida com Danilo Sacramento, ele achou Juan. Na sequência do lance, o lateral-esquerdo conseguiu pênalti, convertido pelo craque (prova de que o treino do fundamento na véspera surtiu efeito).
Não imaginava que um dia essas coisas poderiam acontecer na minha vida. Estar repetindo o que Pelé e outros craques fizeram... este time vai fazer história!"
Neymar
Na comemoração, um coração para dona Nadine, em homenagem ao dia das mães, o já famoso "toiss" em direção aos amigos e uma nova dancinha para delírio das "Neymarzetes" no estádio.
À vontade, Neymar também mostrou que o lado garçom está cada vez mais afiado. Ao longo da final, foram diversos passes que deixaram os companheiros em boas condições para ampliar o marcador ou continuar boas jogadas, mas todas elas desperdiçadas. Alan Kardec e Juan foram os mais acionados por ele.
Mas nem só de belos dribles e arrancadas empolgantes viveu o atacante na final. Como toda boa decisão, que reserva dose de drama, o Bugre se mostrava guerreiro e sempre igualava o marcador. Neymar recebeu faltas, mas também bateu. A ponto de receber amarelo por dura entrada em Bruno Peres.
O melhor do solista, porém, ainda estava por vir. Justamente no segundo tempo, para deixar a sua marca mais evidente quando os santistas se lembrarem do tricampeonato no futuro. Na volta para a etapa final, para que ele ajeitasse a proteção no punho, todos os jogadores e até o árbitro o aguardavam. Sinal de que a maior estrela era realmente importante para a orquestra funcionar.
Com a boa rolando, ele novamente "solou" pelo Peixe. Entre mais dribles e novas belas arrancadas, veio o segundo gol. Enquanto Alan Kardec se contorcia de dor no chão, Neymar deu de ombros, pois queria mais. Aplicou três dribles nos adversários na entrada da área e enfiou Juan, na esquerda. O lateral retribuiu o passe para o camisa 11, que só deslocou Emerson, sem chances.
Ainda houve tempo para comemorar o quarto gol, de Alan Kardec, antes de soltar o grito de tricampeão. O histórico título do Santos tem a marca do solista. Será para sempre lembrado como o tri de Neymar.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
Nenhum comentário:
Postar um comentário