Cinco anos depois, o australiano Mick Fanning voltou a subir no lugar mais alto do pódio na praia de Supertubos, em Peniche. A vitória do tricampeão mundial (2007, 2009 e 2013) na etapa portuguesa do Circuito Mundial de Surfe (WCT) colocou ainda mais fogo na briga pelo título mundial. Ele chegou a Portugal sem esperar muito, mas foi desbancando um a um. Agora, Fanning está em melhor condição de disputa com o brasileiro Gabriel Medina do que o americano Kelly Slater, 11 vezes campeão do mundo. O paulista de São Sebastião é único que depende apenas de si mesmo para chegar ao topo na última etapa, o Pipeline Masters, em Oahu, no Havaí, entre os dias 8 e 20 de dezembro. Basta chegar à final para conquistar o tão sonhado título mundial para o Brasil.
Mick Fanning no WCT de Portugal embolou briga pelo título mundial e virou maior ameaça para Medina. (Foto: AP)
- Foi uma loucura essa etapa em Peniche, nunca iria imaginar que terminaria desta forma. Foram muitos lay days (dias sem competição), mas eu consegui manter o meu foco. Fiquei muito nervoso quando vi o Gab e o Kelly sendo eliminados tão cedo. Fiquei impressionado, respirei fundo, segurei a emoção e agarrei na única chance que eu tinha. Foi tudo uma questão de escolher as melhores ondas e pegar bons tubos. Eu só quero me divertir - contou Fanning, que voltar para Gold Coast, na Austrália, onde passará pelo menos uma semana com a mulher, antes de embarcar para os treinos no Havaí.
Se Medina terminar em 13º ou 25º, ou seja, se vencer no máximo uma bateria em Pipeline, Slater precisa ser campeão e Fanning necessita de no máximo um terceiro lugar. No entanto, se o australiano ficar em quinto, ele empata com o brasileiro e a decisão sairá de um "surf off", uma bateria extra, como nos pênaltis no futebol. São muitas as combinações resultados. Se Gabriel vencer duas baterias e for o nono, Slater está automaticamente eliminado, enquanto o Mick precisa avançar à final. Se o jovem de 20 anos terminar em terceiro ou quinto, o "aussie" terá de ser campeão no templo sagrado do surfe.
Mick Fanning em Peniche (Foto: AP)
Assim como no último ano, Fanning dividirá a casa com Medina, já que os dois surfistas têm o mesmo patrocinador. Quando perguntado sobre como será a experiência, ele brincou.
- Eu vou cozinhar o jantar para ele, e o Gab vai preparar o café da manhã para mim (risos). Pipeline vai ser bem animado. Desejo sorte tanto ao Gabriel como o Kelly, mas eu quero apenas me divertir, sem pressão. Não tenho expectativas. Quero apenas curtir o momento. O Gab é um grande garoto, surfou muito bem este ano. O Kelly é sempre perigoso.
Com a vitória em Portugal, Fanning se tornou a principal ameaça do líder Gabriel Medina, com 56.550 pontos. O australiano ultrapassou Slater (50.050) e, com 53.100, assumiu a vice-liderança do ranking. Atual número 1 do mundo, o brasileiro foi surpreendido pelo americano Brett Simpson e se despediu na terceira fase. Na bateria seguinte, seu até então principal adversário na briga pelo caneco, Slater, caiu diante do basco Aritz Aranburu. No fim da temporada, desses 11 resultados de todas as etapas, os dois piores são descartados.
O QUE MEDINA PRECISA PARA SER CAMPEÃO
- Se Medina perder na segunda (25º) ou na terceira fase (13º) em Pipeline, precisa torcer para Slater não vencer a etapa, e Fanning não chegar às semifinais. Caso Fanning pare nas quartas, os dois farão uma bateria homem a homem para decidir o caneco.
- Se perder na quinta fase (9º), tem que torcer para Mick não chegar à final.
- Se perder nas quartas (5º) ou nas semis (3º), tem que torcer para Mick não vencer a etapa.
- Se chegar à final, conquista o título, independentemente do resultado de Mick.
- Se perder na quinta fase (9º), tem que torcer para Mick não chegar à final.
- Se perder nas quartas (5º) ou nas semis (3º), tem que torcer para Mick não vencer a etapa.
- Se chegar à final, conquista o título, independentemente do resultado de Mick.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário