Rivaldo critica modelo de organização atual no futebol brasileiro e teme o futuro da Seleção (Foto: Geraldo Bertanha / Mogi Mirim EC)
De 1970 a 1994, a seleção brasileira amargou o mais longo período sem conquistar uma Copa do Mundo. Foram 24 anos de sofrimento, até que Romário, Bebeto, Dunga e companhia conduziram o Brasil ao quarto título mundial, nos Estados Unidos. A recente decepção na Copa América, com a eliminação nas quartas de final diante do Paraguai deixam os torcedores apreensivos com o atual momento do país com maior número de conquistas em Copas. Rivaldo, que esteve presente no pentacampeonato, por exemplo, é um dos que desconfiam do futuro brasileiro. Presidente do Mogi Mirim, ele acredita, ainda, que o recorde negativo será quebrado com a falta de títulos de 2002 até 2026, quando a marca será, pelo menos, igualada.
- Hoje a Seleção... está duro. Difícil eu falar porque tenho que respeitar os jogadores que estão lá. É difícil falar. Acredito que, do jeito que está, vai passar daqueles 24 anos, que ficou de 1970 para 94. Se não tiver gente séria para comandar o futebol brasileiro, vai passar muito tempo sem ser campeão - afirmou Rivaldo.
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O atual presidente e meia do Mogi Mirim lembrou da sua não convocação para a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. De acordo com ele, atuar no Olympiakos, da Grécia, um lugar de pouca tradição, foi o motivo determinante para ficar fora do que seria seu terceiro Mundial. Isso, aliás, foi dito com profunda tristeza, uma vez que comparou com o atual momento, em que jogadores que estão em países semelhantes são convocados.
- Fico triste porque vejo jogador hoje na Seleção atuando em países desconhecidos. Lembro que, quando estava atuando na Grécia (Olympiakos), não fui convocado para a Copa do Mundo de 2006. Lembro do Parreira ligando para mim, dizendo que estava prestando atenção, mas acabei não convocado. Hoje vejo atletas de países estranhos, jogando campeonatos de pouca importância, e fico triste - disse o pentacampeão.
Em 2002, Rivaldo teve participação decisiva na conquista do pentacampeonato (Foto: Agência Getty Images)
Rivaldo também não poupou críticas ao modelo de administração que está sendo realizado no país. Em comparação com o futebol europeu, o ex-camisa 10 da seleção brasileira aponta que somente os melhores e mais importantes atletas são convocados, enquanto que no Brasil não existe essa preocupação. E isso, de acordo com ele, está ligado diretamente com a organização do futebol nacional.
- As outras pessoas (países) estão por cima do Brasil, pegando sério. Na Europa, são os melhores que estão na seleção. Aqui eu não vejo assim. Participei de duas finais de Copa (1998 e 2002) e hoje o povo brasileiro está sofrendo com a organização, os jogadores - falou.
Tudo que o Romário fala, eu assino embaixo. Pessoas que não sabem nada de futebol participam de CBF, da Fifa. Tem hora que é triste"
Rivaldo
Além de participar de duas decisões de Copa, ser vice em uma (1998, na França) e campeão outra (2002, na Coreia do Sul e Japão), Rivaldo acredita que pessoas mal preparadas estão à frente de cargos importantes, como nas presidências da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e Fifa (Federação Internacional de Futebol e Associados). E, por fim, disse que o atual momento vivido pela seleção brasileira é penoso.
- Tudo que o Romário fala, eu assino embaixo. Pessoas que não sabem nada de futebol participam de CBF, da Fifa. Tem hora que é triste. Queria que a Seleção fizesse bonito como no passado, mas hoje dá pena - completou.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
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