Zico e outros ídolos rubro-negros dão adeus a Carlinhos Violino na Gávea Leandro, Evaristo, Jorginho e outros ex-jogadores fizeram questão de prestigiar o ex-jogador e técnico do Fla, que fez história ao conquistar de dez canecos pelo clube

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Zico, Leandro, Evaristo de Macedo e outros grandes nomes do Flamengo estiveram na manhã desta terça-feira na Gávea para se despedir de Carlinhos, ex-jogador e técnico do Flamengo. O velório começou por volta das 10h no salão Gilberto Cardoso Filho com a presença também de torcedores. O local ficou cheio para o adeus ao Violino, como Carlinhos era carinhosamente chamado por conta do seu requinte no toque de bola. Ele foi cremado às 18h no Cemitério do Caju, na Zona Norte do Rio.
Zico lembrou da amizade que tinha com Carlinhos. O maior ídolo do Flamengo fez questão também de falar sobre Leonardo. Carlinhos foi quem lançou oficialmente o ex-jogador em 87 em uma partida contra o Vasco. Segundo o ex-camisa 10, a pedido dos próprios jogadores, Violino resolveu colocar o lateral após a equipe perder Aldair. Tempos mais tarde, já em 94, ele seria tetracampeão com a camisa do Brasil.
- Quando encerrei no Kashima pude dar minha última camisa ao Carlinhos. Tinha uma amizade muito grande. Sempre fez da Gávea sua casa.Tenho certeza que será muito bem recebido e vai continuar abençoando o Flamengo la de cima. É uma perda grande para todos nós. Um cara muito engraçado. Ficava quieto lá no canto dele, tinha falava mansa, mas quando a gente bobeava ele soltava uma pérola boa com um pouco de ironia. Tem a questão do lançamento do Leonardo. E ele lançou contra o Vasco. Depois o Leonardo foi titular da Seleção Brasileira - lembrou.





Leandro, que foi lateral-direito do Fla e estava naquela geração vencedora de 87, conquistando o título brasileiro sob o comando do Carlinhos, lembrou com carinho do ex-técnico. Ele disse que Violino foi uma inspiração.
- Carlinhos deu exemplo para muitos, principalmente para mim. Quando eu cheguei no Flamengo, sempre procurei me espelhar em pessoas que tivessem raízes no clube, e Carlinhos era uma dessas pessoas. Sempre deu muita força para a gente das categorias de base. Ele foi muito importante e revelou muitos outros jogadores do Flamengo depois. É um dia muito triste, mas a gente sabe que ele cumpriu com dignidade tudo que lhe foi passado. A gente vem hoje aqui mais por solidariedade com toda família e sabe que ele está em boas mãos agora - ressaltou. 



Evaristo de Macedo também não poupou elogios a Carlinhos. Para ele, o ex-jogador e técnico rubro-negro estará sempre nos corações dos torcedores do Flamengo.
- É um capítulo da história do futebol do Flamengo muito importante e a gente lamenta profundamente tê-lo perdido. Um protagonista fantástico, mas Deus é que sabe. De toda maneira, eu acho que ele Fica na historia do Flamengo. Isso é que é importante. Vai ser sempre lembrado e relembrado - destacou.








Zinho ficou emocionado ao falar sobre Carlinhos. Ele contou que o treinador foi responsável por seu início no futebol e chegou a dizer que Violino foi um pai para ele. 
- Foi um dos grandes responsáveis por eu ter me tornado jogador de futebol. Quando cheguei ao Flamengo com onze anos, foi ele que me aprovou no teste. Foi ele o responsável por eu permanecer no Flamengo. Foi meu treinador no infantil, no juvenil, no juniores e no profissional também, porque quando ele assumiu a equipe em 87 ele me efetivou, Eu subi em 86, mas ainda não era titular, mas ele por me conhecer das categorias de base, foi o treinador que me efetivou. Meu primeiro titulo brasileiro foi ao lado dele. Então, é um dia triste, mas as lembranças são as melhores e o agradecimento pela pessoa que ele foi na minha vida, pelo treinador, incentivador orientador, educador, foi um pai dentro do futebol pra mim - disse.


 

Jorginho, que estava iniciando a carreira em 1987 e foi comandado por Carlinhos naquele Brasileiro, também lamentou a morte de Violino. Ele lembrou da simplicidade e do jeito do ex-técnico levar a vida. 
- Muito mais do que um profissional, o que me marcou, foi sua vida, os conceitos morais. Era alguém que via nas coisas mais simples da vida, como sentar e jogar um baralho, um dos maiores prazeres da vida. Então a gente passa a valorizar coisas que passam despercebido. Ele conversava muito isso com a gente. É alguém que marcou a minha vida como homem. Ele liderou um grande clube, com os feras da época e com uma geração promissora. Essas coisas é que marcam o ser humano - enaltece.









Paulo Henrique, que jogou com Carlinhos no Flamengo, diz que aprendeu muito e lamentou a perda do amigo.
- Pra mim ele representou tudo. Aprendi muito. Assim que eu cheguei ao Flamengo ele já estava jogando na equipe principal. Acho que é uma perda lamentável, mas tem que entregar a Deus. Que ele esteja em um bom lugar e eu sei que ele vai estar - disse



 


Além desses, Andrade, Jayme de Almeida, Nélio, Ubirajara Alcântara, Carlos Alberto, Athirson e muitos outros estiveram presentes no velório de Carlinhos. A presença de tantos ex-atletas só mostra a admiração que os rubro-negros têm por Violino.
Regina, filha de Sabú e Dalila, que comandavam o restaurante do Flamengo na época em que Carlinhos era jovem e foram uma espécie de padrinhos do rubro-negro, relembrou passagens da juventude de Violino. Ela contou que nos momentos de folga após os jogos, o ex-técnico da Gávea os levava para passear em São Conrado e tocava bossa nova no violão. 
A relação do ex-jogador com a família de Regina era bem forte, tanto que ele era tratado como queridinho por dona Dalila. 
- Eu e minhas irmãs dizíamos: “Mamãe gosta mais dele do que da gente”. Porque era um paparico geral. Quando o Silva veio do Corinthians, o Carlinhos levou ele também lá para casa. Estavam sempre lá também o Babá, Dida, Vanderlei, Oraci, Almir Marco Aurélio, Marco Antônio... sempre a mamãe preparando comida para eles - revela.


 

De fala mansa, Carlinhos conquistou ao todo dez canecos pelo Flamengo. No entanto, suas maiores conquistas lembradas no Rubro-Negro são campeonatos nacionais de 1987 e 1992, como técnico. Antes, porém, mostrou toda a sua habilidade com as pernas ao ajudar a equipe a faturar o Rio-São Paulo (1961) e dois Cariocas (1963-1965). Conquistou também o Brasileiro de 1983 (dirigiu o time em três jogos), o Carioca de 91, 99, Mercosul de 99 e Carioca de 2000.
Veja o depoimento de outras pessoas que estiveram no velório de Carlinhos: 


Jayme de Almeida lembra de seu início do Fla e do pai, que foi técnico do Carlinhos









Andrade destaca a humildade de Carlinhos



Adílio, Uri Geller, Nélio e Gelson lembram do amigo com carinho







Silva, o Batuta, artilheiro do time de 63 e 65, se emociona com a partida do amigo









George Helal, sobre Carlinhos: ''Uma perda irreparável''









Cantarelli, sobre Carlinhos: "Foi o maior rubro-negro que já conheci"









Nelsinho diz que Carlinhos foi injustiçado por nunca ter sido convocado para a seleção









Eduardo Bandeira de Mello relembra habilidade de Carlinhos em campo









Rogério Lourenço, sobre Carlinhos: ''Um cara que é um sinônimo de Flamengo"









Dênis, atacante do Flamengo na década de 60, fala sobre as qualidades de Carlinhos 
 


 Varjota  Esportes - Ce.          /       Globoesporte.

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