Argel justifica saídas de Flávio e Euller e cita Real Madrid em elogio Marinho Volante e lateral são substituídos pelo treinador durante o jogo contra o Atlético-PR. Responsável por dois gols e uma assistência, atacante é o destaque do duelo

Em jogo de viradas, Vitória despacha Atlético-PR e deixa Z-4 do Brasileiro 
O Vitória sofreu, mas lutou e conseguiu sair do Barradão com um triunfo precioso sobre o Atlético-PR, neste domingo, pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro. Depois de abrir o placar logo no início do confronto, com Marinho, o Leão viu o adversário virar a partida e sair para o intervalo com a vantagem no placar. Pressionada, a equipe baiana voltou para o "tudo ou nada" no segundo tempo e contou com o brilho do seu principal jogador para mudar o panorama do duelo. Com uma assistência e mais um gol, Marinho foi fundamental para a virada do Vitória e responsável direto pela saída do time da zona de rebaixamento da competição.
Vitória x Atlético-PR; Barradão; Euller (Foto: Francisco Galvão/EC Vitória/ Divulgação)Euller foi substituído ainda no intervalo do jogo Foto: Francisco Galvão/EC Vitória/ Divulgação)
Em entrevista coletiva após a partida, o técnico Argel Fucks destacou a atuação de Marinho e comentou uma das suas instruções para os jogadores ao longo do duelo. No segundo tempo, o treinador chegou a gritar para o grupo "jogar a bola no Marinho". [Confira isso e tudo que rolou no duelo no vídeo acima]
- Eu conheci o Marinho no Inter B. Então, para mim, não é novidade o que o Marinho está rendendo. Depois da minha chegada, o Marinho está sendo mais decisivo. Ele está mais confiante, vive uma fase fantástica. A partir do momento que o jogador está numa fase tão boa... Hoje ele fez os dois gols e deu passe. E a jogada do David [no segundo gol do Vitória] é fantástica, porque ele dá carrinho na frente da nossa área, corre o campo inteiro. Ele está numa fase esplêndida. Se tem um jogador numa grande fase no Brasileiro, podem incluir o Marinho. É só a gente ver nos nos números. Estávamos há quatro jogos sem ganhar. Volta o Marinho, empatamos com o Fluminense e ganhamos hoje. Ele faz os outros jogadores jogarem. Isso é importante. Então, guardada as devidas proporções com Cristiano Ronaldo... No Real Madrid, todo mundo pega a bola para jogar para quem? Para o homem decidir. O Marinho está sendo decisivo. A gente tem que passar a bola nele. E toda jogada que a bola caiu na perna dele foi jogada de gol ou meio gol. Nem com falta conseguiram parar. É um jogador numa fase fantástica. Ficamos contentes, porque estamos participando disso. Eu consigo extrair o melhor do Marinho. Ele estava bem quando cheguei. Hoje está fantástico - elogia Argel.
Argel também fez uma análise da partida e explicou uma das substituições feitas por ele. Ainda no primeiro tempo, treinador tirou Flávio, principal novidade no time titular para este jogo, e colocou em campo o meia Cárdenas.
- Não é demérito nenhum para jogador sair com 30 minutos, 25, 40 do primeiro tempo. Já fiz isso no Internacional várias vezes. E o treinador pode errar. Pode errar por ação, não omissão. E eu não tenho medo de errar. Dei oportunidade para o Flávio, Serginho, Cárdenas. O Flávio não estava bem no jogo, não conseguiu se encontrar. No jogo do Cruzeiro, o Serginho não conseguiu se encontrar. E eu não posso esperar. Até porque é um jogo decisivo. E quando estava 1 a 1 eu tinha chamado o Cárdenas. A gente não conseguiu segurar a bola no campo. O Flávio é um garoto. A responsabilidade de colocar é minha. Não interessa a idade. Eu dou confiança. O momento que eu achar que eu tenho que mexer, eu vou mexer. Os jogadores entenderam nossa forma de trabalhar. Naquele momento, a nossa equipe jogou 15 minutos muito bem. Depois do gol, não conseguiu jogar. E o Atlético-PR é uma equipe muito boa. Para mim, foi a equipe que mais nos colocou em dificuldade. Eles têm muitos jogadores rodados, que gostam de jogar. Nos envolveram, principalmente a partir dos 15, 20 minutos do primeiro tempo. E a gente tinha que fazer alguma coisa. Acabou tomando o 2 a 1 no erro coletivo. A gente está cansado de errar coletivamente e sofrer gol. Se errar, o adversário mata. Ainda mais um adversário que está brigando pela Libertadores. Essa história de que vai queimar o jogador é conversa fiada. O jogador tem que entender. Às vezes, ele tem que se sacrificar pelo coletivo. Eu tenho confiança total no Flávio. A partir do momento que tiver que usar, vou usar.
vitória x atlético-pr; torcida vitória (Foto: Francisco Galvão/EC Vitória)

Outra mudança comentada por Argel foi a saída do lateral-esquerdo Euller, ainda no intervalo do jogo. Euller foi vaiado pela torcida após errar em saída de bola que originou o segundo gol do Atlético-PR.
- Primeiro sobre o lance do Euller, às vezes, o treinador tem que ter a capacidade de preservar o jogador. O Euller foi muito importante para a gente em outros jogos. Para mim, é um erro coletivo. E eu vou tratar como erro individual com o meu jogador dentro do vestiário. O torcedor, é normal cobrar. Faz parte do futebol. A gente tirou o Euller mais para preservar. É um jogador que eu conto. Um garoto. E, graças a Deus, a gente conseguiu a virada. Até porque um lance desse pode marcar um jogador jovem. 
Com o triunfo, o Vitória foi a 56 pontos e deixou a zona de rebaixamento. O time volta a jogar agora somente no dia 17 deste mês, quando enfrenta o Santos, na Vila Belmiro.
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Argel Fucks:
SUBSTITUIÇÕES
- Vou escalar os jogadores que eu entender que são melhores. O banco de reservas não é para bonito, é para usar. E hoje usamos. Tanto que os jogadores que entraram, entraram muito bem na partida. E se a gente resolver entrar dando oportunidade e as coisas ocorrem mal, só tem um responsável, sou eu. Se ocorrem bem, a responsabilidade é sempre dos jogadores.
FORÇA FÍSICA
- Eu acho que a nossa equipe sobrou, principalmente na parte física. Com todo respeito ao Atlético-PR, nós sobramos na parte física. Daí o Atlético-PR não jogou. O Vitória começou bem na partida, depois não jogou. Nós voltamos para o segundo tempo e só jogou o Vitória. O Atlético-PR chegou em dois chutes. A parte física hoje contou muito. Inacreditável o que os jogadores correram no segundo tempo. 
DISCUSSÃO ENTRE MARINHO E VR3
- Normal. Isso é um time de homens. Jogadores vão discutir, brigar. Cabe a mim, que sou comandante, chamar atenção de um, de outro, conversar, às vezes dar cascudo. Trato como meus filhos. E, às vezes, com filho não é só carinho. Treinador tem um papel de gerenciar pessoas, jogadores. Tenho 34 jogadores, cada um com a sua peculiaridade. A gente, naquele momento, segurou o Victor Ramos, o Marinho. É normal. Acho legal isso porque é uma indignação. No futebol, às vezes, não dá para dizer por favor, licença. A gente segura aqui, segura ali. 
TORCIDA
- Quero agradecer ao torcedor hoje que novamente foi participativo. Não tenho nada para reclamar do torcedor. Ele fez uma festa danada, sofre com a gente. Por isso o futebol é apaixonante. É uma cachaça, mas uma cachaça boa. O torcedor, hoje, deu um show. Desde a nossa saída no ônibus. Isso passa uma motivação muito grande. Temos mais dois jogos aqui e esperamos novamente o torcedor para que a gente possa carimbar a nossa vaga na Série A. 

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