Segundo a revista Época, o presidente do Corinthians fraudou documentos em assembleia do clube, relativos à contratação da empresa Omni como administradora do estacionamento da Arena Corinthians. Nesta terça-feira, o jornalista Juca Kfouri, comentarista dos canais ESPN, revelou que a equipe alvinegra encontrou um vazamento de água no estacionamento do estádio, e há temor que isso possa causar deslizamento de terra na área externa.
De acordo com a revista, a reunião que oficializou a assinatura com a Omni aconteceu em 5 de fevereiro de 2015. Contudo, Andrade só seria eleito presidente dois dias depois, em 7 de fevereiro. Ou seja, quem deveria ter assinado o documento era Mário Gobbi, então mandatário.
"A assinatura configura falsidade ideológica, uma fraude. Mas as irregularidades não cessaram aí. O próprio contrato do estacionamento, assinado em 10 de janeiro de 2015, contém a assinatura de Andrade e o carimbo de presidente, cargo que o dirigente só ocuparia 27 dias depois", diz trecho da reportagem.
A pena prevista pelo Código Penal para este crime é de multa e um a três anos de reclusão.
O contrato em questão estabelece que a Omni será responsável por administrar o estacionamento da Arena por 10 anos - o documento começa a valer em 10 de janeiro de 2015, mas o início da operação é retroativo e considera a data de 14 de outubro de 2014. A parceria, portanto, vale até 2024. Segundo o documento, o estádio tem direito a 70% da receita líquida (após retirados os gastos da Omni), enquanto os 30% restantes vão para a empresa.
"A parceria com a Omni tinha pegadinhas. O contrato afirma que a empresa deveria fazer um pagamento mínimo de R$ 1,35 milhão ao fundo independentemente de suas receitas. A cláusula a seguir, no entanto, condiciona o repasse a dois fatores: o estádio precisaria ter o Habite-se, uma autorização emitida pela prefeitura, e o estacionamento deveria ter sua infraestrutura toda concluída. A obra não foi finalizada conforme projeto. A Omni também tem liberdade para romper o contrato, sem pagar nenhuma multa, se em algum momento houver discordância entre as partes sobre os 'parâmetros' a serem adotados na gestão do estacionamento", acrescenta a revista.
Em matéria publicada em 21 de outubro, a Época já havia acusado Roberto de Andrade de fraudar documentos em assembleia do clube, durante reunião sobre obras da Arena Corinthians.
Por meio de nota publicada no site do Corinthians, Andrade, que preside o "Timão" desde fevereiro de 2015, deu sua versão dos fatos e negou ter fraudado qualquer documento.
Segundo o cartola, quando a ata foi lavrada, ele já havia sido empossado como presidente. Além disso, Roberto chamou a matéria de "fantasiosa" e "falaciosa".
"Novamente vítima de ataque injustificado à sua honra - sabe-se lá orquestrado por quem ou com qual objetivo -, o presidente Roberto de Andrade Souza vem a público reiterar que jamais fraudou qualquer documento, seja relacionado ao Corinthians, seja em sua vida pessoal ou profissional, como equivocadamente insiste a revista Época. O contrato objeto desta última matéria foi comercialmente acordado entre as partes, redigido, validado pelo Departamento Jurídico do Clube e encaminhado para a assinatura das outras partes contratantes antes da eleição do Presidente Roberto. Quando o contrato retornou assinado pelas outras partes, Roberto de Andrade já era o presidente do Corinthians e já exercia regularmente seu mandato. A revista Época foi devidamente informada de que o Presidente Roberto já estava no exercício do mandato quando assinou o documento, mas preferiu insistir em sua fantasiosa e falaciosa versão", publicou a equipe paulista.
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