Títulos e números expressivos não faltam no currículo de Benjamin. Tetracampeão mundial e com mais de 300 jogos pela seleção brasileira, o atacante é um jogador-símbolo da equipe canarinho. Aos 42 anos, ele tem a responsabilidade de ser capitão do Brasil nas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo, que começa neste domingo, na Praia de Copacabana, no Rio. Com 281 gols pela seleção, Benjamin garante que a ansiedade para a competição é a mesma que a de um novato. Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, o jogador destacou a união do grupo verde-amarelo, lembrou seu início de carreira e contou que só vai parar de jogar quando sentir que não está atuando em bom nível.
Benjamin: Acho que sim, mas sabemos que isso só acontecerá com muito trabalho e dedicação. A cada título conquistado, temos treinado mais, porque sabemos a responsabilidade que isso representa e o nome que carregamos. Jogando em casa, com o apoio da torcida, esperamos conseguir uma dessas três vagas para conquistar, em setembro, o penta.
Como você observa o atual grupo de jogadores da seleção?
É um grupo muito forte. Na minha opinião, o mais forte que já foi formado até hoje. Manteve a base, o Jorginho, um dos grandes craques do futebol de areia, voltou, o time está focado e treinando muito para atingir o nosso objetivo: a busca dessa vaga para mais um título.
Qual a diferença para o grupo de quatro anos atrás?
É um grupo que está mais forte na amizade, no carinho, na união e no respeito. Há quatros anos, o elenco foi formado após perdermos a Copa do Mundo da FIFA 2005. Havia uma certa desconfiança no time de 2006, mas nós superamos isso com muito trabalho, suor e dedicação. (confira gols do craque no vídeo ao lado!)
Como é ser o capitão da seleção?
Eu acho o maior barato. O capitão é mais para bater o par ou ímpar, para usar a faixa, porque temos 12 capitães no time. Tem o Buru, o Bruno Malias, o Betinho, o Sidney e o Daniel, que também se impõem. Hoje, eu sou o capitão porque precisa ter esse símbolo na equipe. É um grupo homogêneo, muito unido e que se respeita muito. Há quatro anos, o Júnior Negão era o capitão e eu era aquele cara dos bastidores, que ia aos quartos na concentração para conversar com os companheiros.
Eu não sei a hora de parar. Às vezes, nós fazemos alguns planos, quem sabe em 2013, mas não sabemos o que vai acontecer daqui a um minuto."
Benjamin
Quem pode atrapalhar o Brasil nessas eliminatórias?
Uruguai e Argentina são grandes seleções, de tradição, e o Chile, que cresceu muito e é uma das fortes candidatas a esse título também. Este é um campeonato onde tudo pode acontecer. Vimos jogos difíceis na Copa América no campo, e na areia não é diferente. As equipes evoluíram muito, treinaram bastante, aprenderam isso com a seleção brasileira.
A base do time brasileiro é formada por jogadores do Corinthians, como você, Buru, André, Mão e Daniel. Qual a importância disso?
A gente ganha no entrosamento, mas na maior parte do ano estamos treinando com os outros jogadores que não são do Corinthians. Jogo há quatros anos com Bruno Malias, Mão e Sidney na seleção brasileira, o que facilita o nosso jogo. E a gente vai levar isso para dentro de campo a partir do dia 31 de julho.
Como foi o começo do Benjamin na seleção?
Comecei com o Júnior, o Zico, o Claudio Adão, o Edinho, o Paulo Sergio. Tive o privilégio de vê-los jogar no Maracanã quando ainda era bem novo. São ídolos do esporte. Foi ótimo poder participar com eles no início. Ficava maravilhado só em estar ali, compartilhando tudo com eles, entrava um pouquinho, fazia uma tabela, uns golzinhos. Aprendi muito com esse começo. Agora, a gente espera levar isso para os mais novos, para que eles possam continuar com esse legado de títulos e vitórias com a seleção brasileira.
O que mudou do Benjamin do início da carreira para o de agora?
Ganhei mais experiência, estou mais velho, com mais atitude, mas ainda aprendendo muito com os mais jovens. A seleção brasileira é a minha segunda família. Passo mais tempo com os jogadores durante as viagens do que na minha casa. O Benjamin cresceu muito em caráter após vestir essa camisa.
Você tem 42 anos e mais de 300 jogos pelo Brasil. Está chegando a hora de parar?
Quando eu paro para pensar, fico impressionado comigo, com a idade que eu tenho, em poder correr e jogar num nível muito bom. Só tenho a agradecer por tudo. Espero poder ajudar enquanto estiver jogando num bom nível. Se daqui a alguns meses, eu perceber que não está legal, serei o primeiro a agradecer e a sair. Eu não sei a hora de parar. Às vezes, nós fazemos alguns planos, quem sabe em 2013, mas não sabemos o que vai acontecer daqui a um minuto. Enquanto eu puder ajudar, espero poder estar aqui.
Como você vê o futebol de areia hoje?
É um privilégio estar aqui, poder participar e contribuir com o crescimento dessa modalidade, que hoje é jogada nos cinco continentes. Existem vários campeonatos na Europa, com jogadores brasileiros em Portugal, na Itália, na Rússia. Os clubes de camisa agora começaram a abraçar o esporte, o que é um grande incentivo para todos. Espero que a confederação e as federações possam se unir cada vez mais e investir nas categorias de base para que amanhã possam surgir novos Mãos, Burus, Jorginhos e Sidneys, para vestir essa camisa.
Manda um recado final para a torcida brasileira:
Essa torcida brasileira é maravilhosa. Quero pedir a todos que venham nos prestigiar a partir de domingo. Vai ser show de bola, grandes lances e belos gols. E vai dar Brasil!
Fonte : Globoesporte.
Benjamin será o capitão do Brasil nas eliminatórias de Copa do Mundo de Futebol de Areia (Foto: CBBS)
Nenhum comentário:
Postar um comentário