Ninguém saiu mais fortalecido da vitória do São Paulo sobre a Ponte Preta do que Emerson Leão. O treinador vinha abalado pela eliminação contra o Santos no Paulista e aguentou calado a interferência da diretoria no afastamento de Paulo Miranda. Os dois episódios transformaram o ambiente do clube em poucos dias, e uma eliminação na Copa do Brasil poderia custar o cargo ao treinador, algo difícil de se imaginar há pouco tempo, quando o clube enfileirava vitórias consecutivas na temporada.
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Em vez de fragilizar a posição de Leão diante do grupo, as manobras da diretoria fecharam o elenco em torno do treinador e todos passaram a jogar também para salvá-lo no cargo.
Embora não tenha sido tacitamente admitida, a interferência no episódio Paulo Miranda irritou o elenco, que escolheu o lado de Leão na guerra fria dos últimos dias.
Ainda no Morumbi, o treinador deu mostras do nível do desgaste de sua relação com os altos membros da cúpula são-paulina. Em algumas respostas duras, deixou nas entrelinhas seu descontentamento com a falta de diálogo no clube.
"Existem alguns lugares onde você trabalha seis, sete meses e não ganha um parabéns pelo trabalho. Em outros, existe mais festa, mas você não pode se deixar levar por isso", afirmou. Quando perguntado se alguém da diretoria o havia parabenizado pela classificação na Copa do Brasil, limitou-se a dizer que "a diretoria do São Paulo é extensa e recebo muita gente na minha sala. E te confesso que não vi toda a diretoria hoje, porque ela é muito grande".
Desgaste com Adalberto. Apesar dos acontecimentos recentes, Leão tem bom relacionamento com o presidente Juvenal Juvêncio e convive harmonicamente com o vice de futebol, João Paulo de Jesus Lopes. No entanto, a relação com o diretor de futebol, Adalberto Baptista, não é boa. A amigos, o treinador já reclamou da postura do dirigente nos treinos no CT da Barra Funda. Segundo interlocutores do técnico, Baptista tenta sempre mostrar que é ele quem toma as decisões no futebol do clube. Questionado peloEstado como anda sua relação com os diretores, Leão mais uma vez usou poucas palavras para dar seu recado. "A minha relação com eles é igual, nada mais do que isso."
Juvenal corre atrás. Ao perceber que perdeu o grupo, o presidente resolveu agir e, antes da partida contra a Ponte, foi ao vestiário para dizer algumas palavras de incentivo. O dirigente também foi no ônibus da delegação ao Morumbi. Apesar de os diretores valorizarem a própria iniciativa para se reaproximar do grupo, os jogadores mostraram quem realmente consideraram importante.
"Com certeza a vitória foi para Leão. Mostramos a raça que nosso time tem", afirmou o zagueiro Rhodolfo, um dos principais líderes do grupo. A diretoria pode até resolver demitir Leão no futuro, mas o treinador recuperou terreno com a vaga e a classificação. Será difícil miná-lo do cargo agora.
Varjota Esportes - Ce. / Estadão
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