Artilheiro do Campeonato Paraense, comparações com um ídolo nacional e a chance de defender um gigante do futebol brasileiro. Em 2010, o atacante Moisés teve tudo isso em seu primeiro ano como jogador profissional. Com 21 anos, ele ganhou destaque defendendo o Paysandu durante o estadual, foi apelidado de “Neymar do Pará” e teve a oportunidade de jogar ao lado do verdadeiro ao ser transferido para o Santos(veja no vídeo). Quatro anos depois, sem oportunidade nos principais times do país, o atleta tenta recomeçar no recém-criado Tapajós Futebol Clube, da cidade de Santarém, oeste do Pará, que disputará a segunda divisão do Parazão a partir de setembro.
Natural de Belém, Moisés começou a carreira nas categorias de base do Papão e só teve chance no time profissional durante o Campeonato Paraense de 2010. Ele foi eleito a revelação, melhor jogador e terminou como o artilheiro da competição, com 13 gols, na campanha que levou o time ao vice-campeonato daquele ano – os bicolores perderam a final para o Independente de Tucuruí.
Com as boas atuações, veio o interesse dos principais clubes do país como Cruzeiro e Internacional, mas ele escolheu o Santos e foi negociado por empréstimo com o Peixe. Apresentado em outubro daquele ano, o “Neymar do Pará” disputou o Campeonato Brasileiro, foi campeão Paulista no ano seguinte e inscrito na Libertadores de 2011, atuando em apenas uma partida na competição internacional.
CHANCES NO SANTOS E RELAÇÃO COM NEYMAR
Contratado como uma aposta da direção santista, Moisés não teve muitas chances na equipe titular. No período em que ficou na Vila Belmiro – entre 2010 e 2011 – o atacante foi reserva na maioria das partidas e teve que disputar vaga até no banco com jogadores da mesma posição. O Peixe tinha, na época, além de Neymar, nomes como Zé Love, Keirrison, Maikon Leite, Diogo e Borges para o ataque. A competição interna no setor é um dos motivos apontados pelo próprio jogador para não ter continuado no Santos.
- Naquele momento no Santos, busquei meu espaço, trabalhei para isso, mas tive poucas oportunidades. Quando me escalavam era na lateral, que não é minha posição. Mas como eu queria, joguei, atuei de lateral e ponta. Aquele elenco contava com muitos atacantes. Acho que, comigo, eram uns 12 ou 13 e só dois eram titulares e outros dois ficavam no banco. Eu disputava com atletas que já foram artilheiros do Brasileirão, mas quando entrei, fui bem nas partidas.
Mesmo sem muitas chances, o jogador ficou no Santos por quase um ano e conheceu alguns ídolos do clube, como Elano, Paulo Henrique Ganso e o próprio Neymar. Comparado ao atacante do Barcelona e da seleção brasileira por usar o mesmo corte de cabelo moicano, Moisés conta como era a relação com o craque durante os treinamentos e viagens.
- Fiz muitas amizades boas lá. Ele (Neymar) sempre brincava comigo, falando que eu era irmão dele. Dizia que enquanto ele fazia dois gols em São Paulo, eu fazia outros dois lá em Belém, ficava nessa disputa. Eu brincava muito também com o Felipe Anderson, Tiago Alves, o Pará. O Ganso já era mais na dele, mas é uma pessoa boa também que conheço desde os tempos de base no Paysandu.
IDA PARA O NÁUTICO E ACESSO À SÉRIE A
Moisés fez parte do grupo que conseguiu o acesso do Náutico à série A em 2011 (Foto: Aldo Carneiro)
Depois do final do empréstimo no Santos, Moisés seguiu para Pernambuco e reforçou o Náutico na disputa da Série B de 2011. No Timbu, o atacante teve mais oportunidades e fez parte do elenco que conseguiu o acesso à primeira divisão após grande campanha.
Comandados pelo técnico Waldemar Lemos, os alvirrubros ficaram em segundo – a Portuguesa foi campeã –, mas confirmaram o acesso com uma rodada de antecedência. Aquele time ficou marcado, sobretudo, pela força em casa, no Estádio dos Aflitos. Moisés lembra com carinho daquele grupo e diz que os jogadores formaram uma verdadeira família pelo Timbu.
- Fizemos uma grande campanha. Tínhamos um grande treinador que era o Waldemar Lemos e fizemos uma família ali dentro, até hoje eu não esqueço. Todos ali se ajudavam, um corria pelo outro e isso deu resultado. Se não me engano, nós ficamos mais de um ano sem perder em casa em minha passagem pelo Náutico. Foi ótima, graças a Deus.
PASSAGENS POR OUTROS CLUBES E RECOMEÇO NO TAPAJÓS
Após a saída do Timbu, o atacante não conseguiu repetir o mesmo sucesso em outras equipes. Jogou no Ipatinga em 2012, mas foi prejudicado por uma lesão que o tirou por muito tempo dos gramados. Chegou a retornar ao Paysandu para disputar a Série C no mesmo ano, mas também não se firmou. De 2013 para cá, Moisés também defendeu o Gama, o Castanhal-PA, a Aparecidense-GO e o Noroeste-SP antes de receber o convite do Tapajós.
Agora, o jogador se prepara para defender o Boto de Santarém na Segundinha do Campeonato Paraense. O Tapajós foi aprovado pela CBF como clube profissional neste ano e fará sua estreia na competição estadual. Animado com a oportunidade de fazer história no novo time, Moisés adiou uma negociação para defender um time fora do Brasil e se apresentou à equipe do oeste do Pará.
Moisés, com a camisa do Tapajós (Foto: Gustavo Campos/GloboEsporte.com)
Para o atacante, os primeiros passos do Tapajós no Parazão podem representar um recomeço de sua carreira no futebol brasileiro.
- Acertei com o Tapajós para tentar subir no Campeonato Paraense. Se fizermos isso, vamos entrar para a história do clube e do futebol do estado. Temos grandes jogadores no elenco e se o time se unir, temos tudo para alcançar nosso objetivo.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
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