Um dos líderes dos jogadores do Botafogo em meio à crise financeira vivida pelo clube,Jefferson admitiu, em participação no"Redação SporTV", que o seu futuro com a camisa alvinegra é incerto, apesar de desejar permanecer no clube em 2015. O goleiro alegou que está praticamente há seis meses sem receber salário, revelou que já não existe cobrança da diretoria e afirmou que são os atletas os responsáveis por motivar a própria equipe. Apesar do momento delicado, o jogador fez questão de agradecer ao grupo de torcedores que, de forma solidária, se prontificou a pagar parte dos vencimentos do elenco.
- Fico muito feliz quando recebemos elogios de outros torcedores. Nunca escondi o carinho que tenho pelo Botafogo, mas é difícil estar em um clube em que não se tem nenhuma perspectiva de que irá melhorar ou não, se vão pagar ou não. Esse é o ambiente que vivemos hoje no Botafogo. Claro que solucionaram um problema de quatro meses de imagem, agradecemos os torcedores que se sensibilizaram. Tivemos uma reunião com eles, mas preferiram ficar no anonimato. Estamos nos apegando a uma pequena luz no fundo do túnel. Sabemos que nada se resolveu. Estamos praticamente com seis meses de salário atrasado. Vão acertar os próximos quatro meses que faltam. Estamos nos apegando para tirar o Botafogo dessa situação e ver o que vai acontecer (...) As pessoas que estão no Botafogo estão sem entender o porquê dessa ajuda deles. É a paixão pelo clube. Eles não pediram nada em troca. Nós jogadores nos sensibilizamos para fazer alguma coisa, nem que seja por o nome na camisa. Eles não queriam nada em troca, disseram que amam o Botafogo. Fizeram isso sem nenhum vínculo com a diretoria - disse.
Jefferson disse que muitos jogadores vivem uma situação extremamente delicada por causa do atraso de salários. O goleiro revelou que alguns deles estão usando o centro de treinamento para fazer refeições e disse que os atrasos afetam principalmente os funcionários do clube.
- Se eu falar tudo vocês vão se assustar. As pessoas falam que jogador de futebol ganha muito. Você faz conta com aquilo que você ganha. Se ganha dez, faz conta com dez, se vinte, faz conta com vinte. Tem jogadores que estão indo na concentração para comer, porque tem almoço, janta. Pessoas que tem mais condições ajudam. Têm jogadores que já entregaram carro. O que influencia são os funcionários também. Dependemos do psicólogo, do fisioterapeuta. Eles já não têm aquela motivação para trabalhar. Os funcionários também estão atrasados. Teve funcionário que teve de ser despejado de casa. Por isso nós jogadores e comissão técnica tentamos tirar força para terminar esse ano dignamente e ver o que vai acontecer.
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Jefferson possui contrato até o final de 2015 com o Botafogo. O jogador disse que seu objetivo é terminar este ano de forma digna e, ao final da temporada, decidirá sobre seu futuro. Segundo ele, o objetivo é continuar vestindo a camisa alvinegra. O goleiro disse esperar que uma nova diretoria pode trazer novidades ao clube, que passará por eleições no final de 2014.
- A cobrança parte só dos jogadores. Essa é a realidade. Hoje em dia não temos praticamente nenhum contato com a diretoria. O único diretor com quem temos contado é o Gottardo, que chegou e tenta implantar uma filosofia dele. Ficamos sem saber o que podemos fazer. Não tem ninguém. Tem cobrança dos jogadores e da comissão técnica. Tentamos buscar força de todas as maneiras (...) É um ano de eleição. Não sabemos quem vai entrar, quais serão os planos. Eu pretendo ficar. Vai depender de quem entrar, do planejamento. É esperar e ver a próxima diretoria que vai entrar. Foi um ano atípico esse ano. Desde 2009, quando cheguei, sempre ficamos entre quarto e quinto. Acho que, entrando uma nova diretoria, as coisas podem melhorar - disse.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
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