Com final emocionante em Nanquim, Edival Marques é ouro no taekwondo Atual campeão mundial juvenil da modalidade derrota Jose Ruben Nava Rodriguez por 7 a 6 em um confronto eletrizante e fica no topo do pódio da categoria até 63kg

Edival Marques é paraibano. Cresceu de pé descalço. E sofreu para conquistar o que tanto sonhou. Dependeu apenas do próprio talento e por vezes pensou em desistir. A persistência do garoto de 17 anos, campeão mundial juvenil, foi recompensada nesta terça-feira. Em uma final emocionante, ele conquistou a medalha de ouro no taekwondo, na categoria até 63kg, nas Olimpíadas da Juventude, em Nanquim, na China. A vitória diante do mexicano Jose Ruben Nava foi sofrida, no último segundo. Edival conseguiu um golpe, abriu 7 a 6, mas seu rival pediu o desafio, através do recurso eletrônico, já com o cronômetro zerado. Foram minutos de angústia e sofrimento até a arbitragem confirmar sua vitória e ele extravasar.
 
- Posso dizer que foi o pior momento da minha vida. Fui para cima, resolvi arriscar, e sabia que pela forma que foi, qualquer um poderia vencer. Consegui o golpe, e ele pediu o desafio. Nossa, foram minutos angustiantes, não foi fácil, mas deu tudo certo - lembrou Edival, já com a medalha no peito.
Edival comemora sua medalha de ouro em Nanquim (Foto: Wander Roberto/Inovafoto/COB)


Agora medalhista, Edival recorda o passado, quando assistia pela televisão aos medalhistas do taekwondo, e sonhava colocar o Brasil no pódio.
 
- Quando eu comecei a fazer o taekwondo, admirava quem conseguia medalha. Ver que sou o juvenil que foi campeão mundial, agora olímpico, fico muito feliz e vou levar para a minha vida toda. Estava muito cansado. Sabia que seria uma luta difícil. Já estudava o mexicano desde o Pré-Olímpico e quando o vi do outro lado da chave, sabia que era forte. Posso dizer que (o final da luta) foi a pior momento da minha vida. Fui com tudo. Era ele ou eu, e eu consegui o ponto. Depois ele pediu o desafio, mas ainda bem que não foi validado e conquistei a medalha - disse, aliviado.

O triunfo completa uma carreira de sucesso na base. Agora, o menino quer mais. Em dois anos, Edival espera estar nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, para fazer jus à tatuagem dos anéis olímpicos, estampada nas costas desde o ano passado, quando sequer sabia que iria a Nanquim. E ele não vai poupar esforços para isso. Deve deixar a Paraíba e rumar de vez para São Paulo ou Brasília.
 
- Eu tenho certeza que vou para as Olimpíadas de 2016. Vou fazer de tudo para conseguir isso. Sei que não vai ser fácil. Na vida, é preciso sacríficio para se conquistar alguma coisa. Essa tatuagem que fiz não foi nem tanto pelas Olimpíadas da Juventude, já que nem sabia que viria quando fiz. Quero mesmo é estar no Rio de Janeiro. Ano que vem tenho pela frente a categoria sênior e estou só começando.   
TENSÃO ATÉ O FIM
No primeiro round, o mexicano acertou a cabeça de Edival, marcando 3 a 0. Contudo, com o uso da tecnologia, o brasileiro se beneficiou, e o placar voltou a 0 a 0. O rival do paraibano demonstrou ser muito técnico, se movimentando bem e chutando com os dois pés. Mesmo assim, foi o taekwondista do Brasil quem o golpeou na cabeça, abrindo 3 a 0. Depois, o adversário diminuiu e, faltando 1m20, empatou. Cansado, ele tentou fugir no fim da etapa. 


 Varjota  Esportes - Ce.       /        Globoesporte.

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