A falta de vitórias nos últimos quatro jogos, a eliminação na Copa do Brasil e saída do G-4 do Brasileirão transformaram o ambiente do Fluminense. E a direção sabe disso. Ao reconhecer queda de rendimento da equipe e de alguns jogadores, o vice-presidente de futebol Mário Bittencourt, confia na retomada do futebol que fez o Tricolor integrar a zona da Libertadores por 12 rodadas do nacional. Tanto que espera a melhora dos atletas, inclusive de Fred, e sequer cogita demitir Cristóvão Borges. Mais: diz que o técnico tem carta branca para tomar as decisões que julgar necessárias.
Mário falou com o GloboEsporte.com por telefone. Foi uma espécie de porta-voz do presidente Peter Siemsen, que não atendeu a reportagem - está envolvido nas negociações para ingressar no Refis (Programa de Recuperação Fiscal do Ministério da Fazenda), cujo prazo termina na próxima segunda-feira. E concordou que a fase, especialmente após a derrota para a Chapecoense por 1 a 0, na noite de quarta, não é nada boa.
- É um momento difícil. De oscilação. É campeonato difícil, muito equilibrado. A gente não repete as atuações do passado. Demos uma caída por uma série de fatores. Vamos reverter - disse Mário, para completar:
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- O treinador será mantido, assim como toda a estrutura do futebol, como o diretor executivo. Todo mundo. O treinador tem toda a liberdade para trabalhar. Continua com a mesma liberdade que sempre teve. Tem carta branca para seguir desenvolvendo o trabalho. E fazer as alterações que acha que tem de fazer ou as que acha que não tem de fazer. Tem o total apoio nosso e do presidente.
Mário só não concordou com a eventual influência de fatores externos ao campo na má fase. O ambiente no vestiário tricolor tem espaço para o debate da renovação de contrato, especialmente de figuras importantes como Diego Cavalieri, Gum, Carlinhos e Diguinho, e da mudança da premiação por vitórias - era paga a cada três jogos e agora será quitada ao final da temporada. Alteração esta pela dificuldade de fluxo de caixa.
- Não vou esmiuçar esse assunto de novo. Os jogadores sabem a posição do Fluminense e do patrocinador. Debatemos internamente. O presidente já passou aos atletas a posição do clube. E o presidente da patrocinadora fez o mesmo. Não interfere. Já foi explicado. É um assunto debatido internamente. Tenho certeza de que não interfere no resultado, no rendimento de campo. Confio demais nesse grupo. É de jogadores que mostraram que têm capacidade de superar qualquer situação.
Em quinto lugar, com 26 pontos, o Flu retorna ao Rio na tarde desta quinta-feira. Volta a treinar na sexta. O Sport é o adversário do domingo.
Confira as outras partes da entrevista:
O que achou da mudança na escalação contra a Chapecoense com a saída de Sobis e entrada de Walter?
- A gente avalia e conversa sempre com ele. Há troca de informação sobre o trabalho. Há o debate entre a gente. Cristóvão, Paulo e eu. Não falo sobre escalação quando ganha e nem quando perde. É internamente. Ele vem tentando fazer reencontrar o caminho das vitórias. Ninguém melhor do que ele para tomar as decisões com relação à escalação. Temos de voltar a vencer. Nós e os jogadores queremos. O time lutou bastante e vem lutando para reencontrar o caminho. Futebol oscila e o que é acontece com a gente. Momento é de tranquilidade e de carta branca ao treinador.
Como avalia o momento do Fred?
- Fred foi titular e jogou bem quando ganhamos. A responsabilidade não é de um jogador. É de todo o grupo, da comissão técnica e da direção. Quando ganha, é todo mundo. Assim como perde. Trabalho com o Fred é normal do dia a dia. Ele trabalha para voltar a fazer gol, centroavante vive disso. Ele fez contra o América-RN. Ele tem de reencontrar o seu futebol. Não há nada especial a ele. O tratamento é igual a todos. No sentido de que todos voltem a atuar de maneira satisfatória. Não só o Fred vem perdendo. Muitos atletas caíram de rendimento, o time caiu como um todo. É uma oscilação que aconteceu e vamos reencontrar o caminho das vitórias. O mais importante é olhar o que a gente acha que não está funcionando, trabalhar internamente.
O que levou a série de insucessos?
- Há um contexto. Fratura do Gum. Perdemos ele. Ontem, o Carlinhos. Em expulsão. Bruno sentiu e será avaliado. Wagner e Chiquinho estão machucados. Há um contexto. Os resultados de futebol negativos não são por um motivo. Acontecem por sequência de coisas. Jogo com o Coritiba... a gente fez 1 a 0 e no lance do gol perdemos o Gum. Até ali, a gente vinha bem. Isso faz com que tenha de reorganizar a defesa. Ela vai melhorar de novo. Lesão do Wagner, um jogador importante. Chiquinho entra muito bem. Essas coisas todas, somadas ao fato de o time não ir bem, gera instabilidade. Não só na parte técnica, mas na emocional. Vamos reencontrar o trilho.
Carlinhos será cobrado pela expulsão contra a Chapecoense?
- Sempre falamos internamente sobre tudo o que acontece. E a expulsão, seja ela qual for, falta ou reclamação, é debatida. Sempre é discutida. Vou tentar entender o que aconteceu. Até por questão técnica, afinal, ele deve ir ao tribunal. Tenho de preparar a defesa. Está sendo avaliado com a direção e o treinador.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
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