‘Voando’, He-Man atropela o Loco e assume posto de rei das bolas aéreas Com 12 gols de cabeça em 2011, Rafael Moura supera os dez do uruguaio em um ano e meio de Botafogo e sai na frente em duelo aéreo para clássico

Tudo bem que foi necessário aparecer um jogador com “superpoderes”, mas a soberania de Loco Abreu em jogadas aéreas no futebol carioca chegou ao fim. Rival no clássico deste sábado, às 18h (de Brasília), no Engenhão, pela 19ª rodada do Brasileirão, o He-Man Rafael Moura foi contratado pelo Fluminense no início do ano sem a mesma grife do uruguaio do Botafogo, mas, com números impressionantes e como bom mineiro, roubou, sem alarde, o posto de melhor cabeceador do Rio de Janeiro.
montagem guardiola mourinho (Foto: Getty Images)Rafael Moura já fez 12 gols de cabeça pelo Fluminense. Loco Abreu tem 10 pelo Fogão (Foto: Getty Images)
Artilheiro tricolor na temporada, com 18 gols, Rafael Moura balançou as redes nada menos que 12 vezes escorando a bola com a cabeça. Aclamado pela eficiência no jogo aéreo, principal arma do Botafogo campeão carioca de 2010, por sinal, Loco Abreu superou os goleiros adversários “apenas” dez vezes desta maneira em mais de um ano e meio no Glorioso. Se levada em conta apenas a estatística de 2011, o jogador do Fluminense aplica goleada: 12 a 1.
A queda de rendimento do uruguaio na temporada atual pode ser explicada pela ausência daqueles que foram seus principais garçons no ano passado. Dos nove gols marcados com a cabeça em 2010, cinco aconteceram após assistências de Marcelo Cordeiro (duas), Lucio Flavio (duas) e Túlio Souza, que não seguem em General Severiano. Na lista dos mais precisos nos passes, apenas o fiel escudeiro Herrera, também com duas bolas decisivas, continua.
Desse mal, ao que parece, Rafael Moura não corre risco de sofrer. A variedade na origem das assistências no Fluminense impressiona: Conca (hoje na China), Araújo, Gum, Edinho, Deco, Marquinho, Mariano, Carlinhos e Souza já deixaram o companheiro em boa condição para definição, com destaque para os três últimos, todos perfeitos em duas oportunidades (assista ao lado o vídeo com todos os gols de cabeça de Rafael Moura pelo Fluminense)
Outro ponto a favor do He-Man é o repertório, que acaba dificultando a marcação dos zagueiros. Venha de onde vier a bola, o atacante do Flu está pronto para escorá-la na área. Se os sete gols após bolas paradas – cobradas da linha de fundo ou intermediária - tornam a jogada um ponto forte, outros três foram marcados após desvios na pequena área, enquanto cruzamentos tanto da esquerda quanto da direita completam a lista.
Movimentação favorece He-Man; Esquema enfraquece Loco Abreu
Os números mostram também a eficiência de Rafael Moura nas cabeçadas neste Brasileirão. A cada três, uma para nas redes adversárias. Ao todo, ele finalizou 15 vezes e foi mortal em cinco na competição. Ex-zagueiro e atual treinador do atacante, Abel Braga aponta uma característica como fundamental para o sucesso: a movimentação.
- O Rafael tem uma coisa muito boa, que é sempre ir de encontro à bola. Ele usa bem o tamanho e ataca a bola, o que é fundamental. Com exceção do jogo contra o Vasco, dá para reparar que em todos os gols ele está em movimento. Ou do segundo pau para o primeiro, ou o contrário. Isso é muito bom.
Do lado alvinegro, Antônio Carlos tentou explicar a queda de rendimento de Loco Abreu neste tipo de jogada em 2011 (assista ao lado todos os gols de cabeça de Loco Abreu pelo Botafogo). Na opinião do zagueiro, a mudança de comando de Joel Santana para Caio Júnior fez com que o Botafogo adotasse uma nova filosofia de jogo.
- Começamos a jogar com três atacantes, estamos tocando mais a bola. Trabalhávamos muito bem a questão do Loco, ele recebia muitas bolas e fazia muitos gols, estávamos bem com aquele esquema também. Mas hoje mudamos, conseguimos nos adaptar ao estilo do Caio Júnior. O próprio Loco também teve que se adaptar a isso.
O defensor, por sua vez, acredita que o panorama atual tem tornado o Glorioso mais forte.
- Antes, os adversários já conheciam nosso sistema, e optavam por colocar um zagueiro alto na área, só para marcar o Loco. Hoje não, tem mais gente para ser marcada, como o Elkeson, Maicosuel e outros.
Caio Júnior também falou sobre a mudança tática do Botafogo.
- Mudou porque você tem que analisar que ele jogou muito pouco, mas analisando antes dele ir para a Copa América, tínhamos a tendência de cruzar de qualquer lugar, agora não. A bola chega mais de outras maneiras. Mas é um grande finalizador, tanto por cima quanto por baixo, o importante é fazer gols e isso ele sabe fazer.
Neste sábado, He-Man e Loco vão se enfrentar. E nenhum zagueiro, seja tricolor ou alvinegro, vai se arriscar a dar espaço para os dois atacantes pelo alto. Afinal, pode ser mortal.          
Globoesporte.com  
Por Cahê Mota, Edgard Maciel de Sá e Fábio Leme Rio de Janeiro

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