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– Depois do problema no jogo contra o Krylya organizaram um grande evento em Makhachkala para os torcedores encontrarem o Roberto Carlos em sinal de apoio. Foi assim que consegui essa camisa – disse Shamil, a caminho do estádio do Dínamo para acompanhar uma partida do Anzhi, apontando para o próprio peito.
Na camisa dele, a foto do pentacampeão e a frase ”eu apertei a mão da lenda”.
– Sim, eu apertei a mão dele – acrescentou o torcedor, cheio de orgulho, abrindo um enorme sorriso.
Shamil mostra orgulhoso a camisa de RC (Foto: Rafael Maranhão/Globoesporte.com)
O incidente citado por Shamil aconteceu numa partida em junho, em Sovetov, na qual um torcedor atirou uma banana no gramado na direção do brasileiro. Em março, Roberto Carlos já havia passado por situação parecida em partida diante do Zenit, em São Petersburgo. O jogador atirou a banana para longe e deixou o gramado transtornado. Roberto Carlos lembra a manifestação de apoio em Makhachkala de forma especial.– Foi incrível. Veio muita gente, parecia que era a cidade inteira. Uma demonstração de carinho muito grande, para mostrar que isso é coisa de uma minoria. Fiquei muito feliz. A forma como me tratam aqui é especial – afirma.
”Lenda” pede providências
Roberto Carlos bem que gostaria, mas sabe que não pode garantir que manifestações racistas como as daquelas duas partidas não voltarão se repetir.
– Aqueles torcedores, se é que podem ser chamados assim, foram punidos e nunca mais vão poder pisar num estádio de futebol. Mas, infelizmente, essas coisas ainda acontecem. Eles precisam fazer algo. A Rússia vai receber uma Copa do Mundo em 2018 e não há mais espaço para isso no futebol. Quase todas as equipes daqui têm jogadores negros.
Banana atirada em Roberto Carlos durante jogo entre Anzhi e Zenit (Foto: Divulgação)
Fora dos gramados, mas ainda dentro dos estádios russos, um outro problema é a associação de membros de torcidas organizadas com movimentos de extrema direita e neo-nazistas, que protestam contra imigrantes e o dinheiro gasto pelo governo em regiões mais pobres do país.Em dezembro, na passeata dos nacionalistas em Moscou, mais de cinco mil pessoas, integrantes de organizadas entre elas, gritavam ”Rússia para os russos” e carregavam um cartaz com os dizeres ”parem de alimentar o Cáucaso”. Partidas do Anzhi contra times de Moscou e São Petersburgo são consideradas de altíssimo risco. Ainda restam oito delas até o fim do campeonato.
Gloesporte.com / Varjota Esportes.
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