Renato
Pouco inspirado, mas muito persistente, o Botafogo arrancou uma vitória difícil sobre Americano, na noite desta quinta-feira, em Campos. Mesmo com muitos erros, o time de Oswaldo de Oliveira conseguiu virar o resultado e saiu de campo com um 4 a 2 suado, construído nos vinte minutos finais, gols do estreante Fellype Gabriel, Renato, Herrera e Caio. Marcos Felipe e Hugo descontaram para o mandante, que jogou fechado por quase 90 minutos.
Com o resultado, o Glorioso foi o único grande carioca a estrear com os três pontos na Taça Rio, depois de derrotas de Flamengo e Fluminense e empate do Vasco, e "salvou" a honra dos favoritos. Pelo saldo de gols construído, lidera o Grupo A, deixando o Cano na lanterna da outra chave. O Botafogo volta a campo neste domingo, para enfrentar o Volta Redonda, em São Januário, enquanto o rival visita o Madureira, no mesmo dia.
Quem começou melhor, e assim permaneceu durante a etapa inicial, foi o Botafogo, que chegou a ter 70% de posse de bola. Logo no primeiro minuto, Andrezinho deu um cartão de visitas - agora com suas tranças presas à lá Vagner Love - ao girar e chutar a bola rente à trave direita. E Herrera, na sequência, fez Erivélton trabalhar, ao escorar cruzamento na pequena área.
Passada a empolgação, o Americano entrou mais no ritmo do jogo e abriu o placar na primeira tentativa. Marcelo Mattos se enrolou, e o lateral-esquerdo Marcos Felipe pegou na veia, de pé direito, acertando o ângulo de Jefferson, aos oito minutos. Balde de água fria no Glorioso, que, a partir daí, só teve que se preocupar em furar o bloqueio do mandante, que abdicou de atacar.
Com o campo ruim e pequeno, além da grama alta, a bola pouco rolou e as trombadas se multiplicaram. Alguns jogadores ficaram mais no chão do que em pé. Mas, apesar da baixa qualidade técnica, o duelo era movimentado. Em desvantagem, o Botafogo não caprichava nos passes, porém, na marra, conseguia chegar. Só esbarrava na má pontaria e na aglomeração dos rivais, muito recuados, que formaram uma barreira em frente ao gol.
O esquema 4-2-3-1 trouxe novos meias abertos. O estreante Fellype Gabriel acertou a maioria das vezes, à vontade no setor. Faltava mais sorte na conclusão das jogadas e espaço em meio à confusa marcação. Já o jovem Willian esteve sem inspiração, demorou a se adaptar às condições e tomou decisões erradas. Resultado: foi substituído no intervalo por Caio. Não antes de ver o empate, com o próprio Fellype, depois de bate e rebate na área, aos 32 minutos.
O time de Oswaldo de Oliveira seguiu apertando, criando perigo, e o panorama não mudou uma vírgula no segundo tempo. De cara, Herrera sofreu um pênalti não marcado. E os erros no último passe se sucediam. Do lado do Cano, Hugo, com muita velocidade mas pouca inteligência, e o hábil veterano Pachola, organizando o meio, eram os sopros de criatividade. Foi dos pés de Pachola, aliás, o melhor momento campista, em cobrança de falta que Jefferson espalmou.
Nos 15 minutos posteriores, pouca ação e muita paralisação do jogo. O Americano bateu um bocado e levou três amarelos no período - cinco no total. De tanto persistir - e errar -, enfim o Botafogo foi eficiente. Precisou que o volante Renato saísse lá de trás para completar cruzamento rasteiro de Márcio Azevedo, após lançamento na medida de Andrezinho, aos 28.
A virada inflamou a torcida, presente em ótimo número no Godofredo Cruz, e fez com que o time de Luiz Antônio Zaluar saísse para o jogo. Então, os buracos na defesa se tornaram mais evidentes, e o Glorioso, mais relaxado, passou a contragolpear. Sem perdão, Herrera deixou o seu, aproveitando-se de passe de Lucas, e pareceu dar tranquilidade.
Só pareceu, porque dois minutos depois uma pane aérea da zaga permitiu que Hugo completasse cruzamento da direita, desviado por Adalberto: 3 a 2. O confronto ganhou em emoção e ficou aberto. Oswaldo de Oliveira mexeu no time mais duas vezes, administrou o tempo e saiu com a vitória na estreia da Taça Rio, a única entre os grandes cariocas. No fim, um gol de Caio ainda fechou o marcador.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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