Desde que caiu para a Série C do Campeonato Brasileiro, em 2009, o Fortaleza já teve jogadores que eram recordistas de cartão amarelo, como o volante Esley - em que pese sua qualidade técnica - como também teve jogadores disciplinados.
Mas, nenhum deles conseguiu atingir a marca de três jogadores do sistema defensivo. Eles estão jogando as partidas da atual Série C sem receber cartão amarelo, o que é extremamente difícil para quem tem a responsabilidade de desarmar os rivais.
Tal feito é alcançado, no momento, pelos zagueiros Eduardo Luiz, Adalberto e o lateral-direito Cametá. Eles não receberam nenhuma advertência.
Com certeza, os citados atletas já seriam fortes candidatos ao Prêmio Belfort Duarte, se o mesmo não tivesse sido extinto.
O prêmio foi criado em 16 de agosto de 1945, pelo então Conselho Nacional de Desportos, para premiar os atletas mais disciplinados do futebol brasileiro.
Segredo
Tanto Eduardo Luiz, como Adalberto ou Tiago Cametá não sabem exatamente qual o segredo para fugir dos cartões amarelos e consideram que parte da atitude deles, em campo, é procurar sempre não olhar para o árbitro, que apita os jogos.
Eduardo Luiz disputou a metade dos jogos que o Fortaleza fez na Série C, nove ao todo, mas em campo, não foi notado pelos árbitros. "É bom não receber cartões. Dos jogos que eu fiz, o posicionamento mostrou que não precisa sair caçando errado para cometer faltas. A gente estando bem posicionado, evita fazer as faltas", comenta Eduardo Luiz. O zagueiro também tem outra dica para evitar os cartões amarelos. "Eu me preservo para não estar batendo boca com o árbitro, porque isso não leva a nada. Prefiro ficar orientando meus companheiros", completa.
Ele lembra que em 2008, quando atuava pelo Vasco, recebeu apenas cinco cartões amarelos em todo o Brasileiro. Ele confessa que o mais inusitado é que foi expulso apenas uma vez na carreira, em 2011, justamente atuando em Macaé, onde o Fortaleza vai disputar a primeira partida do mata-mata da Série C, dia 18, às 18h30.
Educação
Um ponto em comum na receita dos três jogadores para fugir dos cartões amarelos ou expulsões é buscar agir com educação. Já faz parte da índole dos três não gritar com a arbitragem ou rivais, segundo eles disseram.
"Eu sou um jogador que procura fazer poucas faltas e também não sou de reclamar muito nos jogos. É um mérito do trabalho que estamos realizando aqui no Fortaleza e espero dar sequência nos jogos decisivos, para conseguir o acesso com essa disciplina", disse Cametá.
O zagueiro Adalberto acredita que o posicionamento e a obediência tática ao que o treinador pede são as razões principais de já ter feito 13 partidas sem sofrer punições pela arbitragem. "Só me lembro de duas expulsões na carreira, uma por reclamação e outra de forma justa, por jogada mais ríspida. "Procuro fazer o que o professor (Marcelo Chamusca) pede, buscando mais marcar sem recorrer às faltas", disse o atleta.
O técnico Marcelo Chamusca disse que tem conversado muito com os atletas, no sentido de evitar as reclamações desnecessárias à arbitragem, especialmente agora nos jogos decisivos.
Embarque a Macaé será quarta à tarde
O departamento de futebol do Fortaleza já traçou todo o plano de voo para Macaé, onde o time realiza o primeiro jogo das quartas de final da Série C, dia 18, às 18h30 no Estádio Cláudio Moacyr, naquela cidade.
A delegação tricolor segue viagem na próxima quarta-feira no final da tarde. No período da manhã, acontece o treino coletivo no Estádio Alcides Santos.
O técnico tricolor, Marcelo Chamusca, já antecipou que irá realizar alguns treinos de portões fechados para a imprensa.
"Eu tenho todo o interesse em que a imprensa faça o seu trabalho, sou até o maior defensor disso no clube, entretanto, precisamos aproveitar da privacidade para montar algumas situações de jogo que não podem ser do conhecimento do nosso adversário. Espero que entendam que iremos enfrentar duas batalhas para tentar levar esse time para a Série B", disse o técnico.
O treinador leonino quer evitar qualquer oba-oba que possa ser criado por alguém no Leão. "Não queremos dar qualquer arma para o adversário. Soube que em 2012 houve um grande oba-oba antes do jogo final e isso atrapalhou. Por isso, não queremos dar qualquer motivo para que o Macaé venha a utilizar uma situação qualquer como arma contra nós", advertiu.
Trabalho para isso
Chamusca disse que uma preocupação sua é controlar a ansiedade dos jogadores, para esses dois jogos decisivos: "Sei que existe essa ansiedade, mas já falei com os jogadores que nós mesmos procuramos a ansiedade desse jogos, quando perseguimos a nossa classificação. Agora, a situação de pressão é normal. Outro detalhe é que, nos anos anteriores, o grupo era outro. Sobre nossos ombros está a missão de realizar o sonho do torcedor".
Ivan Bezerra
Repórter
Repórter
Varjota Esportes - Ce. / Diário do Nordeste.
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