Brasilidades: Daniel Alves caçava com o pai na luta por sobrevivência Lateral ajudava o pai na roça e via em Seo Domingos um exemplo de vida: ‘Sempre fiz de tudo para deixá-lo orgulhoso de mim’

Sucesso absoluto na Europa, Daniel Alves é um colecionador de títulos. Já são 23 ao longo da carreira, contando Bahia, Sevilla, Barcelonae seleção brasileira. Quem vê o lateral-direito agora, cheio de estilo e fama, nem imagina o quanto ele precisou batalhar para chegar onde está. Foi preciso caçar, literalmente, suas oportunidades na vida. A começar pela comida.
Nascido em Juazeiro, na Bahia, o jogador do Barcelona teve uma infância pobre. Ao lado do seu pai e ídolo, Seo Domingos, o pequeno Daniel cresceu na roça, ajudando na plantação de melão, tomate e cebola. Mas sobrava tempo, é claro, para sua maior diversão: o futebol. Nas horas livres, ele fazia bolas da maneira que dava, fosse com sacolas plásticas ou meias velhas.
- Botava dois chinelos na terra, para fazer o gol, e mandava ver – lembrou Dani.

- Eu ia caçar pombas silvestres com o meu pai para tentar sobreviver e ter mistura (carne) em casa. Pescava muito com ele também. Nós armávamos arapuca, usávamos estilingue também. Era uma delícia de comer. Quando ficávamos muito tempo na roça, nós mesmos preparávamos na fogueira. Mas quando voltava para casa, tinha o tempero especial da Dona Maria (mãe) – contou o lateral da Seleção.
O que valorizava ainda mais a brincadeira do lateral-direto era o tempo que ele passava ao lado do pai, aprendendo sobre a vida. Sobre sobrevivência.
Daniel Alves e Viktor Fayzulin Brasil x Rússia (Foto: AP)Com o cabelo tingido, Dani Alves encarou a
Rússia sob o comando de Felipão (Foto: AP)
No começo, Daniel Alves apenas ajudava seu pai na caça em Umbuzeiro de Salitre, povoado de Juazeiro. Era principiante. Com o tempo, o lateral aprendeu e disputou.
- A gente competia para ver quem caçava mais. Na realidade, no começo, eu apenas pegava as aves. Mas fui pegando gosto pela caça e também fazia – disse.
Hoje, depois de tantas taças e tantos bons momentos no futebol, Daniel Alves lembra com carinho daquela época tão difícil. Acredita que cada vez que tinha de caçar para ter mistura em casa lhe deu discernimento suficiente para valorizar cada centavo ganho com o esporte. Mais ainda: lhe deu condição de ajudar a quem sempre o ajudou nas fases mais complicadas: Seo Domingos.
- Meu pai sempre foi a minha referência. Eu sempre fiz de tudo para deixá-lo orgulhoso. Onde ele estava, eu estava junto, observando as coisas que ele fazia. Pude realizar meu sonho de ser jogador de futebol e sei que ele está muito orgulhoso de mim – finalizou o lateral do Barcelona.
Na lista de 23 jogadores convocados por Felipão para a Copa das Confederações, Daniel Alves é um dos mais experientes. Já foi campeão da competição em 2009, marcando um gol decisivo na semifinal contra a África do Sul, e já esteve em uma Copa do Mundo, em 2010, sendo eliminado nas quartas de final.
Linha-Tempo_DANIALVES (Foto: Infoesporte)
  








 Varjota  Esportes - Ce.           /          Globoesporte

Nenhum comentário:

Postar um comentário