Zagueiro de R$ 186 milhões revela que rejeitou três propostas da Europa para brilhar no Santos

Veríssimo tem 47 jogos em 2017© Gazeta Press Veríssimo tem 47 jogos em 2017
Um dos principais destaques do Santos nesta temporada, Lucas Veríssimo vive a melhor fase da carreira. Após subir aos profissionais como última opção para a defesa, o zagueiro se firmou como titular em 2017.  Com as boas atuações, o jogador teve contrato renovado com multa rescisória de 50 milhões de euros (cerca de R$ 186 milhões) para times estrangeiros.
Em entrevista ao ESPN.com.br, o defensor de 22 anos revelou que recebeu propostas oficiais de Saint-Etienne e Nantes, ambos da França, além de uma consulta do Benfica, de Portugal, no fim da última janela de transferências.

"Alguns clubes se interessaram. Isso é muito bom saber que o seu trabalho está valorizado e reconhecido. Isso dá um gás ainda maior para querer trabalhar e melhorar. Espero continuar assim. O pessoal não chegou aos valores que o Santos queria. Eu estou muito feliz e quero fazer meu trabalho da melhor maneira possível", disse.
"Quero marcar meu nome nesse clube. Tenho vontade de um dia jogar na Europa, mas antes quero defender essa equipe com unhas e dentes. Nossa camisa tem muito peso e quero ser campeão", falou.
Após a queda nas quartas de final da Copa Libertadores da América, principal objetivo do clube no ano, o Santos briga pelo título do Campeonato Brasileiro. A equipe está na segunda posição com 44 pontos, dez a menos do que líder Corinthians.
"Nós estamos muito centrados e sabemos o quanto é difícil. Acredito demais nos meus companheiros. É continuar com pés no chão e seriedade. Acho que não tem nada decidido mesmo com a distância para o Corinthians. Temos muitos pontos ainda para disputar", garantiu.
O próximo desafio do time alvinegro será contra o Palmeiras, no Allianz Parque, neste sábado, às 19h (de Brasília).
  • Morava dentro de um clube
Durante boa parte da infância, Lucas Veríssimo morava com os pais dentro de um clube na cidade de Jundiaí, interior de São Paulo. "Lá dentro tinha quadra de futsal e eu ia jogar bola todo dia", recordou. 
"Uma vez, o Juventus de Jundiaí alugou a quadra e meu pai perguntou ao treinador se tinha como me colocar. Eu comecei a treinar e fiquei na escolinha. Eu comecei de atacante. Era fazedor de gols no futsal, rapaz", garantiu.
Apesar disso, o jovem conseguiu se consagrar quando mudou de posição. "Quando eu passei ao campo senti muitas dificuldades para me adequar. E comecei a crescer muito e o técnico me levou para volante porque me destacava na marcação. Depois de um tempo fui recuado para zagueiro. Foi a melhor escolha que já fiz", explicou.
Alguns anos depois, Lucas ficou sem dinheiro para pagar a escolinha e quase desistiu do futebol. "Meus pais me pediram desculpas e queriam me tirar porque não tinha como me manter. Eu falei: 'Tudo bem, pai'. Chegou no outro dia eu contei ao treinador do Juventus. Agradeci por tudo e fui embora", lamentou.
"Poucas horas depois, o técnico ligou para o meu pai e disse que eu teria bolsa e não precisaria pagar mais nada para jogar. Sou eternamente grato à eles por isso. Mantenho contato com os treinadores de lá até hoje", falou.
Com vontade de sobra, o garoto chegou a jogar por três lugares diferentes.
"Eu era fominha. Acordava e dormia só pensando em jogar bola. Uma época nós tivemos que morar em Guaimbê [cidade de 5 mil habitantes no interior de São Paulo]. Mudou toda minha rotina. Talvez eu não conseguisse realizar meu sonho. Fiquei triste, mas falei para a minha mãe: 'Se for para ser, vai ser em qualquer lugar. Vamos deixar na mãos de Deus'", contou.
"Eu fiquei desanimado. Mesmo assim, me mantive treinando e correndo atrás. Apareceu um projeto em Lins, uma cidade vizinha, que dizia revelar jogadores. Fui junto com um amigo para lá. Eu não tinha dinheiro para ir e voltar todos os dias, mas o dono do projeto me disse que poderia morar no alojamento", disse.
Aos 14 anos, ele se mudou cheio de esperanças para uma nova aventura.  "Fazia amistosos, mas tinham muitas promessas de me levar para clubes bons. O máximo que fizeram por mim foi jogar um torneio pelo José Bonifácio terceirizado. Fiquei um ano e meio sem ter nenhum resultado, não apareceu nada. Eu resolvi voltar para casa", lametou.
De volta a Guaimbê, Lucas Veríssimo recebeu um telefonema que mudou os rumos de sua carreira.
"Um rapaz me ligou para ver se eu queria fazer um teste no Linense no dia seguinte. Eu fui para lá e o técnico me viu treinar só 15 minutos e me aprovou. Ele já tinha me visto jogar no projeto e me queria antes. Fiquei por lá por um ano", afirmou.
Pelo "Elefante da Noroeste", o zagueiro fez um ótimo campeonato Paulista sub-17, marcou 7 gols e foi contratado pelo Santos. Antes mesmo de completar 18 anos, ele foi morar no alojamento dos Meninos da Vila para defender a equipe alvinegra.
  • Afirmação entre os profissionais
No final de 2015, Lucas Veríssimo finalizou as categorias de base no Santos. No começo do ano seguinte, ele se apresentou ao Santos B, mas apenas uma semana e meio depois ele recebeu a primeira convocação para o time principal, que ia fazer um amistoso de pré-temporada contra o Bahia.
"Caiu nas minhas mãos e aproveitei da melhor maneira possível. Depois, o Dorival Júnior me manteve como titular durante quase toda primeira fase toda como titular. Comecei bem e por isso consegui me manter no time", garantiu.
Com a recuperação dos defensores titulares, o jovem voltou para a reserva.
"Eu saí por opção do professor Dorival. Fiquei no banco esperando uma chance. Teve um amistoso contra o Benfica na Vila Belmiro que fiz dois pênaltis. Perdi um pouco de espaço, mas fiquei trabalhando da mesma maneira porque poderia surgiu outra chance. Voltei a jogar no fim do Brasileiro", afirmou.
Com o objetivo de crescer na carreira, o defensor resolveu sacrificar o descanso em busca de um objetivo maior em 2017.
"Abri mão das férias para treinar porque sabia que esse ano seria muito bom. Seria um ano de vitórias na minha carreira. Queria estar preparado. Fiquei dez dias parado e depois comecei a treinar todo dia acompanhando de um profissional. Cheguei bem na pré-temporada e me sentia tranquilo fazendo os treinos físicos. Acredito que isso tenha sido um ponto crucial na minha vida", analisou.
Desde então, ele não perdeu mais a posição. Neste ano, o zagueiro fez 47 partidas e marcou um gol.
"O ano está sendo da melhor maneira possível. É o ano dos meus sonhos e esperei muito por isso. Dou muito valor por ter chegado até aqui. Ser titular do Santos é o que todo jogador almeja por ser um time tão grande. Para isso, me preparo para estar tão bem. Eu quero muito mais. Quero ser campeão jogando. Isso que vou buscar até o final", bradou. 

  Varjota Esportes - Ce.           /              MSN.

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