Abraçado pelos companheiros, Leal ficou surpreso ao ouvir seu nome anunciado no ginásio para receber o prêmio individual. Aquele troféu passou a ter uma importância até maior do que a taça dourada erguida pela terceira vez por sua equipe.
- Este troféu tem muito valor para mim. Eu não comecei o jogo bem e sabia disso. Eles estavam jogando muito bem e sabíamos que aquele não era o nosso jogo. Eu sabia que tinha que dar o melhor de mim para tentar sair daquela situação. Teve aquela discussão na rede no segundo set e acho que acabei despertando (risos). Não sei... O time todo cresceu. Eles tiveram uma sequência muito boa de saque do Lucão no terceiro set, mas nunca abaixamos a cabeça e mantivemos a vontade de ganhar (perdiam por 24/21 e viraram). Isso foi definitivo para virar o jogo e sair com a vitória. Estou muito feliz por ter terminado como o melhor deste jogo depois do grande esforço no dia a dia, em cada treino. Mereço isso. Estou muito feliz por jogar aqui e ter colegas sensacionais - disse.
SAIBA MAIS
Campeão Cruzeiro lidera prêmios de melhores jogadores da Superliga
Mesmo fora da final, Lipe, do Taubaté, é escolhido o Craque da Galera
Com série de títulos e prêmios pelo Cruzeiro, William ainda se emociona
Murilo admite vacilo decisivo do Sesi em virada: "Você tem o set nas mãos..."
Tímido e ainda tropeçando no português, Leal tentava driblar sem muito sucesso os torcedores que o seguiam dentro da quadra atrás de uma foto ao seu lado. Não negou um pedido nem poupou sorrisos. Tinha pressa para se juntar aos demais jogadores e iniciar a festa pela conquista. A continuação dela será em Havana. A última vez que esteve em Cuba foi no Natal para rever os parentes.
- Na quarta-feira viajo para lá para comemorar com minha mulher, filho e toda a minha família. O que consegui aqui é muito importante para a minha galera, que não está aqui perto de mim durante a temporada. Sempre soube que tinha possibilidade de ser uma grande jogador. Melhorei muita coisa no Brasil, Marcelo (Mendez, argentino técnico do Cruzeiro) me ensinou muita coisa. É só vitória, alegria, não tenho palavras para falar o que sinto aqui.
Morando em Belo Horizonte há três anos (nos últimos dois na companhia da mulher e do filho), o ponteiro de 26 anos e 2,00m já se sente um pouco brasileiro. Diz que se tivesse a possibilidade e fosse interesse da Confederação Brasileira de Vôlei, buscaria a naturalização para defender o país. A última vez que atuou pela seleção cubana foi no Mundial da Itália 2010, quando foi eleito o segundo melhor atacante da competição. Desde então, nunca mais foi chamado por ter optado seguir carreira fora da ilha.
- Na realidade não sei. Não tenho muita informação sobre isso, mas se tenho a possibilidade de me naturalizar e jogar pela seleção, gostaria muito. Mas não vou falar se vou me naturalizar, não. Isso é problema da Confederação do Brasil. Tenho mais um ano aqui, se falarem comigo, seja o que Deus quiser. Eu gostaria de jogar pela minha seleção, sou cubano e gostaria de jogar por minha seleção. Mas tenho um futuro na minha cabeça e gostaria de disputar uma Olimpíada, e se fosse pelo Brasil, agora em 2016, eu estaria muito grato - afirmou em entrevista ao SporTV.
Leal (boné) comemora com companheiros o título da Superliga 2014/2015 (Foto: Alexandre Araujo)
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário