O senador Romário rebateu as acusações do coordenador da seleção brasileira Gilmar Rinaldi, que desafiou o Baixinho a abrir mão de imunidade e revelar suas contas, durante participação no programa "Bem Amigos" (assista no vídeo acima), nesta segunda-feira. Sem aceitar o desafio, Romário escreveu um longo texto em suas redes sociais, dizendo que Gilmar só está no atual cargo por indicação e o chamou de " jogador e empresário medíocre".
- Gilmar Rinaldi tem que se colocar no lugar dele. Sou senador da República, legitimado por quase 5 milhões de pessoas, enquanto ele foi indicado para um cargo em uma entidade corrupta depois de ter sido um jogador e empresário medíocre. Ele só ocupa o cargo de coordenador da seleção porque foi indicado por pessoas como José Maria Marin, que está preso na Suíça, e Marco Polo Del Nero, outro alvo do FBI. Ele tem que desafiar seus iguais, pessoas iguais a ele - disse Romário, em parte do texto.
Romário rebate Gilmar RInaldi em rede social (Foto: Reprodução / Facebook)
A polêmica entre os dois ganhou força quando, na semana passada, quando o ex-jogador e atual senador pelo Rio de Janeiro afirmou "há interesses por trás" das convocações da seleção brasileira, em entrevista ao jornal italiano "La Gazzetta dello Sport".
- Os problemas são refletidos nas convocações.Dunga é meu amigo, mas não é a sua hora. Não convoca-se mais os melhores, há interesses por trás. O diretor é Gilmar Rinaldi, que, até um dia antes de sua nomeação, era um agente de jogadores. Uma provocação! Você viu a convocação? Todos pertencem aos empresários que lucram com convocações. É evidente para todos - disse na ocasião o Baixinho.
A resposta veio na última segunda-feira. Na participação no "Bem Amigos, o ex-goleiro comentou as acusações e desafiou Romário a abrir mão de sua imunidade parlamentar e revelar suas contas. Caso isso aconteça, Rinaldi garante que fará o mesmo. Também garantiu que uma ação judicial acontecerá, apesar de ainda estar em estudo.
- Realmente a gente ficou surpreso com o que ele falou, mas vamos fazer uma ação judicial. Estamos estudando como, porque ele tem imunidade, é senador. Os advogados estão estudando como se faz isso (...) Ele é senador, tem imunidade parlamentar, por que não abre mão da imunidade a abre as contas dele? Eu abro, se ele fizer eu abro, abro meu sigilo bancário, telefone, tudo, das minhas contas no exterior abro também, que são regulares e estão no Banco Central. É simples. Falar é uma coisa, numa tribuna protegido por uma imunidade, aí é muito fácil. Eu falo aqui no programa, e estou à disposição - desafiou Gilmar.
Como resposta ao coordenador da seleção brasileira, o Baixinho disse que "imunidade parlamentar não tem nenhuma relação com a abertura do seu sigilo bancário" e citou o Artigo 53 da Constituição, que afirma que “Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”.
Leia o texto de Romário na íntegra
"Na última semana, concedi uma entrevista ao jornal italiano Gazetta Dello Sport. Fiz duras críticas à convocação de jogadores na Seleção e mantenho minha posição. As convocações têm sido motivadas por forte interesse financeiro.
Estão me pedindo provas, não preciso ir muito longe, o jornal O Estado de S. Paulo tornou público um contrato da CBF com a empresa a ISE, para a realização de amistosos da Seleção Brasileira. Está explícito no contrato que a lista de jogadores convocados atende a critérios estabelecidos pelos parceiros comerciais e qualquer substituição precisa ser realizada em "mútuo acordo" entre CBF e empresários. O contrato deixa claro: o jogador que substituir um "titular" precisa ter o mesmo "valor de marketing'' do substituído.
Onde ficam os critérios técnicos?
Quem define quais jogadores convocados? O técnico ou os parceiros comerciais?
Estão me pedindo provas, não preciso ir muito longe, o jornal O Estado de S. Paulo tornou público um contrato da CBF com a empresa a ISE, para a realização de amistosos da Seleção Brasileira. Está explícito no contrato que a lista de jogadores convocados atende a critérios estabelecidos pelos parceiros comerciais e qualquer substituição precisa ser realizada em "mútuo acordo" entre CBF e empresários. O contrato deixa claro: o jogador que substituir um "titular" precisa ter o mesmo "valor de marketing'' do substituído.
Onde ficam os critérios técnicos?
Quem define quais jogadores convocados? O técnico ou os parceiros comerciais?
Imunidade parlamentar não tem nenhuma relação com a abertura do meu sigilo bancário. Sobre mim não pesa nenhuma suspeita
Autor
Sobre Gilmar Rinaldi, tenho todo direito de afirmar que ele não deveria ocupar o cargo de coordenador da seleção brasileira. Até um dia antes dele ser anunciado para a função, Gilmar Rinaldi era empresário de jogador de futebol. Não acredito na isenção dele para o cargo. Ontem, em um programa de TV, ele afirmou que abriria o sigilo bancário dele se eu abrisse mão da minha “imunidade parlamentar” e abrisse minhas contas. Cabe esclarecer diante da total ignorância deste senhor sobre a imunidade parlamentar. A Constituição Brasileira preconiza em seu artigo Art. 53:
“Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. Ou seja, imunidade parlamentar não tem nenhuma relação com a abertura do meu sigilo bancário. Sobre mim não pesa nenhuma suspeita.
Gilmar Rinaldi tem que se colocar no lugar dele. Sou senador da República, legitimado por quase 5 milhões de pessoas, enquanto ele foi indicado para um cargo em uma entidade corrupta depois de ter sido um jogador e empresário medíocre. Ele só ocupa o cargo de coordenador da seleção porque foi indicado por pessoas como José Maria Marin, que está preso na Suíça, e Marco Polo Del Nero, outro alvo do FBI. Ele tem que desafiar seus iguais, pessoas iguais a ele."
“Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. Ou seja, imunidade parlamentar não tem nenhuma relação com a abertura do meu sigilo bancário. Sobre mim não pesa nenhuma suspeita.
Gilmar Rinaldi tem que se colocar no lugar dele. Sou senador da República, legitimado por quase 5 milhões de pessoas, enquanto ele foi indicado para um cargo em uma entidade corrupta depois de ter sido um jogador e empresário medíocre. Ele só ocupa o cargo de coordenador da seleção porque foi indicado por pessoas como José Maria Marin, que está preso na Suíça, e Marco Polo Del Nero, outro alvo do FBI. Ele tem que desafiar seus iguais, pessoas iguais a ele."
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