29ª RODADA CORITIBA VENCE EM ARARAQUARA E AFUNDA O PALMEIRAS NO Z-4 Gol de pênalti marcado por Deivid, aos 43 minutos do segundo tempo, alivia o Coxa e aumenta a agonia do Verdão


Não foi a final da Copa do Brasil, mas parecia. Um jogo recheado de componentes de tensão: rivalidade, catimba, e duas equipes que lutam pela sobrevivência na Série A do Brasileiro. Na repetição da decisão do torneio mata-mata, quem levou a melhor desta vez foi o Coritiba, que se aproveitou de uma falha da defesa do Palmeiras aos 43 minutos do segundo tempo e venceu por 1 a 0, gol de pênalti de Deivid, nesta quinta-feira, na Arena da Fonte, em Araraquara, pela 29ª rodada do campeonato nacional. Com o resultado, a equipe curitibana respira na luta contra o rebaixamento e afunda o rival paulista na zona de rebaixamento.
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O Coritiba chegou a 35 pontos, nove a mais do que o Palmeiras, e ultrapassou Bahia e Flamengo no desempate pelo número de vitórias (10 contra nove do time carioca e oito dos baianos), saindo de 16º para 14º lugar. Ainda em 18º, o Verdão permanece somando 26 na classificação, a nove da primeira posição da salvação.
No lance decisivo da partida, Correa errou no quique da bola em cruzamento para a área e, em seguida, Maurício Ramos foi com força excessiva na tentativa de parar Everton Ribeiro, fazendo pênalti num carrinho. Autor de um gol equivocadamente anulado por impedimento anteriormente no jogo, Deivid converteu a cobrança e garantiu a vitória do Coxa.
Os dois times voltam a jogar no próximo domingo, às 16h (de Brasília). Enquanto o Palmeiras vai a Recife enfrentar o Náutico, nos Aflitos, o Coritiba recebe o Bahia no Couto Pereira, em novo duelo direto contra a degola.
Iniciativa com nervosismo
Mauricio Ramos protege a bola de Deivid (Foto: Denny Cesare / Ag. Estado)
A intenção de Gilson Kleina ao escalar um meio-campo mais criativo e um ataque mais forte fisicamente era das melhores. O técnico queria que o time repetisse a postura demonstrada nas duas primeiras vitórias sob o seu comando, contra Figueirense e Ponte Preta, quando o Palmeiras abriu o placar antes dos 15 minutos de jogo. Só que o Coritiba não é bobo. Sabendo que o Verdão iria para o abafa, a equipe paranaense passou o primeiro tempo inteiro recuada, à espera de um contra-ataque mortal.
O problema do Palmeiras era confundir rapidez com pressa. Assim, o passe não saía caprichado, fruto do nervosismo que tomou conta da equipe - algo que já havia acontecido no clássico contra o São Paulo, sábado passado. A euforia inicial da era Kleina deu lugar à mesma insegurança que pôde ser vista no resto do Campeonato Brasileiro. Foram 21 passes errados em 45 minutos, contra apenas 13 do rival paranaense.
Luan, inoperante, errava tudo. Marcos Assunção, no sacrifício, claramente mostrou dificuldades para correr. Só Maurício Ramos e João Denoni, que ganhou merecida vaga no meio-campo, tiveram destaque. Eles não deixaram o Coxa jogar.
O atacante Deivid, homem mais avançado da equipe paranaense, foi visto com frequência no círculo central, esperando para puxar uma jogada mais rápida que pudesse surpreender a defesa palmeirense. Lincoln, Rafinha e Everton Ribeiro, os três armadores do Coritiba, se preocuparam mais em cavar faltas e retardar a partida do em que buscar o gol.
A torcida palmeirense fez sua parte. Na Arena da Fonte, não se ouviu um chiado sequer – só gritos de apoio e vaias a Lincoln, ex-jogador do clube paulista, e ao árbitro Jailson Macedo Freitas. Para se livrar do rebaixamento, porém, não basta ter uma torcida atuante. É preciso jogar futebol. E isso, o Verdão fez mal.
Coxa marca dois, mas só um vale
Gilson Kleina não mudou as peças do Palmeiras para o segundo tempo, mas ao menos fez seu time entrar com outra atitude. Mais ligado no jogo, o dono da casa parou de errar passes bobos e passou a dar trabalho ao goleiro Vanderlei. Antes dos dez minutos, ele tomou um susto em chute de longe de Luan, e fez ótima defesa em arremate rasteiro de Correa, que poderia ter sido mais traiçoeiro, pois o campo estava molhado, já que foi irrigado meia hora antes do confronto.
A torcida em Araraquara começou a ficar impaciente, e a resposta veio com a troca de Luan por Maikon Leite. Acréscimo de qualidade e velocidade no Palmeiras. O resultado, porém, não foi o desejado. O Coxa passou a achar espaços na defesa rival e assustou por duas vezes, com Deivid. Nas duas, ele não finalizou por pouco.
O Palmeiras tinha controle do jogo, mas começou a apelar muito cedo para os chutões e bolas aéreas com Marcos Assunção. Aos 15 minutos, um lance emblemático: falta pouco depois da linha do meio-campo, e o volante corre para bater. Imediatamente, sete jogadores de verde invadem a área do Coxa. O lance não deu qualquer resultado e ainda gerou mais um contra-ataque perigoso para os paranaenses.
Sem opções no banco, Kleina teve de recorrer a Daniel Carvalho, um dos mais apáticos na derrota para o São Paulo. Henrique deixou o campo. Obina chegou a fazer um gol, mas estava impedido. Tiago Real, com o gol vazio, preferiu tocar por cobertura em vez de dar o passe. E o Coxa só esperando a chance de matar o jogo. Aos 26, Rafinha disparou pela direita e encontrou Lincoln na área, que só desviou. A bola bateu na trave, e Deivid não teve reflexo para aproveitar o rebote sozinho diante das redes.
Pouco depois, o camisa 9 aproveitou novo cruzamento e cabeceou para as redes, em posição legal. O Verdão se salvou porque o árbitro marcou impedimento. Aos 43, não teve jeito. Após falha de Correa no quique da bola, Everton Ribeiro pegou a sobra e foi derrubado por Maurício Ramos dentro da área. Deivid foi para cobrança e marcou, aliviando o Coritiba e aumentando a agonia do Palmeiras, que parece não ter fim. 


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