Oitavas de final SEM BRILHO, SÃO PAULO EMPATA COM A LDU DE LOJA E GARANTE CLASSIFICAÇÃO Tricolor joga muito mal, mas avança na Sul-Americana. Na próxima fase, rival será Universidad de Chile ou Emelec. Ney e Ceni discutem


Foi com muito mais sufoco do que o imaginado. Mas o São Paulo, que fez uma de suas piores partidas na temporada, está classificado às quartas de final da Copa Sul-Americana. Na noite desta quarta-feira, o time ficou no 0 a 0 com a fraca LDU de Loja, do Equador, e avançou por ter feito um gol na casa do adversário: o jogo de ida, realizado no dia 26 de setembro, terminou 1 a 1.  
Sem Luis Fabiano e com Lucas e Jadson em noite pouco inspirada, o Tricolor pouco assustou, mesmo jogando em casa, e ainda viu o time equatoriano dar trabalho na etapa complementar. Destaque negativo do jogo ficou para a péssima arbitragem do juiz paraguaio Julio Quintana, que prejudicou as duas equipes na partida. No primeiro tempo, ele não marcou dois pênaltis a favor do São Paulo, ambos sofridos por Ademilson. Na etapa complementar, ignorou falta clara de Rhodolfo em Ferraud quando o meia equatoriano ficaria cara a cara com Rogério Ceni.
Houve ainda uma discussão entre Rogério Ceni e Ney Franco por causa de uma substituição no segundo tempo: o goleiro queria a entrada de um jogador mais alto para ajudar no ataque e pediu Cícero, mas o treinador preferiu colocar o atacante Willian José.
Ademilson teve fraca atuação na partida realizada nesta quarta, no Morumbi (Foto: Alex Silva / Ag. estado)
O adversário do São Paulo na próxima fase será conhecido nesta quinta-feira, quando Emelec e Universidad de Chile se enfrentarão no Equador. No jogo de ida, disputado em Santiago, houve empate por 2 a 2. O primeiro jogo das quartas está marcado para quarta-feira da semana que vem.
O Tricolor agora volta suas atenções para o Campeonato Brasileiro. No sábado, o time enfrenta o Sport, no Recife, pela 33ª rodada da competição. A equipe é a quarta colocada na tabela, com 55 pontos, cinco a mais que o Vasco, que vem em quinto. Nesta quarta-feira, a equipe carioca foi derrotada em casa pelo Internacional, por 2 a 1, e perdeu a chance de diminuir a distância para o rival paulista. 
Arbitragem polêmica no primeiro tempo 
Foram raras as emoções nos primeiros 45 minutos. O São Paulo, com Ademilson na vaga de Luis Fabiano, machucado, se manteve no esquema 4-3-3 e teve o controle da partida diante de um adversário fraco. Tanto que Rogério Ceni passou boa parte do tempo assistindo à partida, tamanha era a fragilidade da equipe equatoriana.
A disparidade técnica entre os times era muito grande, mas o Tricolor não soube transformar isso em vantagem no marcador. É verdade que o juiz paraguaio Julio Quintana teve interferência no começo da partida ao não marcar pênalti de Vera em Ademilson, mas o fato principal é que a equipe de Ney Franco não estava em noite inspirada.
Lucas era vigiado por dois (às vezes até três) marcadores e praticamente não foi notado. Jadson, com espaço no meio-campo, mostrava deficiência nos passes. Pela esquerda, Cortez chegava para apoiar com muita vontade, mas sem qualidade. O mais lúcido era Osvaldo, que, aos 25, fez jogada individual, passou por dois marcadores e bateu à esquerda de Palacios, com muito perigo. Ademilson, que marcou um gol impedido aos 16, exigiu boa defesa do goleiro rival aos 21, em chute de fora da área. Ficou nisso.
No último lance da primeira etapa, nova polêmica. Vera, que havia acabado de tomar cartão amarelo em lance com Ademilson, deu uma cotovelada dentro da área em Paulo Miranda. O juiz saiu correndo para a área com a mão apontada para frente. Todos tiveram impressão de que ele havia marcado pênalti. Rogério Ceni até saiu da área e pegou a bola para fazer a cobrança. No entanto, teve de retornar ao gol: o paraguaio havia assinalado apenas tiro de meta.
Ney e Rogério divergem por causa de substituição
No segundo tempo, as coisas se complicaram para o São Paulo. A LDU de Loja recuou ainda mais e passou a se defender com até nove jogadores. Com os espaços reduzidos, o Tricolor rodava a bola, mas não tinha profundidade para finalizar. Lucas, apagado pela direita na etapa inicial, trocou de lado com Osvaldo e foi para a esquerda. De nada adiantou. O time equatoriano, por outro lado, era eficiente no sistema defensivo, mas não tinha força para atacar.
O 0 a 0 garantia a classificação tricolor, mas à medida que o tempo foi passando, o time de Ney Franco começou a ficar nervoso. Como os homens de frente não resolviam, os defensores resolveram agir. Wellington e, principalmente, Rafael Toloi passaram a avançar constantemente. Ambos, porém, sem sucesso. Aos 18, no único contra-ataque encaixado pela equipe equatoriana, o juiz paraguaio voltou a errar ao não marcar falta clara de Rhodolfo em Ferraud, quando o meia da LDU ficaria cara a cara com Rogério Ceni.
A partir dos 20, acabou a paciência dos cerca de 15 mil torcedores que estavam no Morumbi. Aos 23, Larrea, em cobrança de falta da intermediária, assustou Rogério Ceni. Vendo que sua equipe corria riscos, o capitão resolveu agir. E não em cobranças de falta ou pênalti, suas especialidades, mas bancando o auxiliar-técnico. No entanto, acabou entrando em atrito com Ney Franco: ele sugeriu a entrada de Cícero na equipe, mas o treinador preferiu Willian José, que acabou substituindo Ademilson.
O tempo passava e o São Paulo não tinha força ofensiva. Jadson seguia dispersivo nos passes e Lucas fazia uma de suas piores partidas pelo Tricolor. Tanto que o time só foi criar uma chance aos 35, em chute de Osvaldo, que Palacios espalmou para escanteio. Antes do apito final, Douglas ainda entrou na vaga de Jadson. Nada que fizesse o time crescer. Apesar do esforço final dos equatorianos, que tentaram ir para o abafa, o Tricolor conseguiu segurar o 0 a 0 que lhe garantiu a suada classifcação.  



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