Márcio revela que quase 'saiu na mão' no vestiário do Atlético-GO Goleiro não vê reação no elenco, diz que há falta de comprometimento e que o time é limitado, 'sem liga', mas tem esperança na Sul-Americana


Já são cinco anos de clube. Márcio cresceu junto com o Atlético-GO, ganhou títulos, respeito, subiu da terceira para a primeira divisão do futebol brasileiro. Aos 31 anos, o goleiro é também um dos líderes da equipe e usa a braçadeira de capitão. Nos momentos difíceis, o jogador sempre foi um dos mais requisitados para dar explicações e tentar manter o ânimo do grupo e dos torcedores.
Porém, existe um limite. A fraquíssima campanha do time goiano na Série A, com 20 pontos em 29 rodadas, mexeu muito com Márcio e o fez perder o equilíbrio após a derrota para o Figueirense na última quarta-feira. Com outro revés, o 17º no campeonato, o Atlético-GO se isolou ainda mais como lanterna do Brasileirão.
O Dragão está virtualmente rebaixado. No desembarque do elenco rubro-negro em Goiânia, Márcio revelou que cobrou mais atitude dos companheiros de forma tão ríspida a ponto de se dispor a “sair na mão” com os companheiros. Confira o desabafo do jogador.
Márcio desabafa no desembarque do Atlético-GO (Foto: Fernando Vasconcelos / Globoesporte.com)
Clima tenso nos vestiários
Não sou santo e nem salvador da pátria, mas tentei de todas as maneiras. Até gostaria de expor para o torcedor. Eu me dispus a ‘sair na mão’, brigar dentro do vestiário, o que não se faz mais. Como capitão, eu me sinto muito frustrado por não ter conseguido extrair mais do grupo. Sou ser humano e sinto bastante esta situação. Às vezes, vou embora para casa pensando no que poderia ter feito melhor pelo clube. Mas, infelizmente, não vejo reação nesse grupo. Tem gente que quer muito o bem do Atlético-GO e luta pelo clube mesmo estando há pouco tempo aqui. Mas outros não demonstram o mesmo comprometimento.
Autocrítica
Não quero dizer que sou o mais comprometido do grupo, mas eu sei o que posso oferecer ao time. Também cometi falhas, porém, tenho o direito de cobrar. Não estou aqui há cinco anos por acaso. Se jogo no Atlético-GO há tanto tempo, é porque as pessoas confiam em mim e porque eu fiz um bom trabalho. Infelizmente, têm jogadores que não levam a disposição para o trabalho.

Por incrível que pareça, não há problemas de relacionamento. É um retrato do nosso grupo. Esta fase ruim não afeta várias pessoas. Eu me sinto envergonhado. É até um contrassenso, mas é triste não haver problemas de relacionamento diante da má fase. É sinal que a maioria das pessoas dentro do clube não se importa com o que está acontecendo.
Relacionamento interno
Rebaixamento
Eu seria demagogo ser falasse que a gente não vai rebaixar. Um time que só somou quatro vitórias no Campeonato Brasileiro não poderia ganhar mais oito partidas nas nove rodadas restantes. Eu não vou desistir de lutar pelo Atlético-GO. Eu me motivo a cada jogo. A torcida e a entidade não merecem que seus jogadores abandonem o clube. Mas não vejo reação no grupo.
Falta de qualidade técnica
É importante falar disso também. São dois os fatores principais da nossa campanha ruim. O primeiro deles, como eu falei, é a falta de comprometimento. O segundo é a questão técnica. Nosso time é limitado. Foi feito um planejamento para um grupo forte no início da temporada, mas as coisas não deram certo. Não conseguimos jogar bem. Tenho certeza que existem grandes jogadores no elenco. Eles reforçariam muitas equipes, mas nosso grupo não ‘deu liga’.
Copa Sul-Americana
É uma competição totalmente diferente do Campeonato Brasileiro. Eu ainda acredito que podemos inverter o cenário (o Atlético-GO perdeu para o Universidad Católica-CHI por 2 a 0 no jogo de ida das oitavas de final). Temos o Goiás como um grande exemplo. Em 2010, eles estavam mal no Brasileiro, mas conseguiram amenizar a crise e dar alegria aos torcedores com a presença na final da Copa Sul-Americana. Temos que acreditar que ainda é possível. 


 Varjota  Eportes - Ce.      /        Globoesporte

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