Miralles soube amenizar a ausência de Neymar. Carlos Alberto não chegou aos calcanhares de Juninho Pernambucano. Em jogo de duas equipes órfãs de seus principais jogadores, o Santos bateu o Vasco por 2 a 0 na tarde deste domingo, na Vila Belmiro, e tirou o adversário do G-4 depois de 54 rodadas - 25 no ano passado e 29 na atual edição do Campeonato Brasileiro. Os dois gols foram marcados pelo atacante argentino.
A vitória foi construída em lances parecidos, no início de cada tempo, com Miralles recebendo às costas de uma defesa estática e desviando de Fernando Prass. O Santos subiu para 41 pontos, em nono lugar, ainda muito distante do G-4.
- Tanto no primeiro como no segundo tempo, o gol foi cedo. Isso deu uma tranquilidade muito grande ao time. Tentaremos brigar até o final. Ainda temos oito jogos pela frente, queremos chegar lá em cima, ao máximo possível - afirmou o artilheiro.
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O Vasco, atrapalhado atrás e na frente, não soube reagir. Com isso, caiu para o quinto lugar (com 50 pontos), fora da zona de classificação para a Libertadores, já que o São Paulo venceu o Figueirense e foi a 52.
Alguns jogadores mantiveram o discurso otimista na saída de campo, falando em brigar para voltar ao G-4. Outros, como o atacante Eder Luis, reconheceram que o time não vem produzindo o suficiente.
- Nos últimos jogos não merecemos estar lá (no G-4). A equipe está tentando, mas as coisas não estão se encaixando. Eu não sei o que está acontecendo. Os jogadores são os mesmos. É lamentável. Não queríamos estar nesta situação - afirmou o atacante, que foi quem mais finalizou no Vasco (três vezes).
O Santos volta a jogar em casa na quarta-feira, contra o Atlético-MG, às 22h. No dia seguinte, às 21h, o Vasco tem clássico com o Botafogo no Engenhão.
Duas ausências, dois pesos
A ausência de Juninho no Vasco explica boa parte da vitória do Santos no primeiro tempo. Sem ele, o time perdeu o pensamento lógico em seu meio-campo - a noção de espaço, a clarividência para um passe decisivo, o controle do tempo. O substituto dele, Carlos Alberto, não ajudou na frente e ainda atrapalhou atrás. Henrique o desarmou como se ele não estivesse ali no nascimento do gol do Peixe.
A sequência da jogada teve bola no pé de Bill e assistência às costas de um Rodolfo que não sabia para que lado correr. Miralles disparou e desviou de Fernando Prass. Eram oito minutos, um bocado cedo, e o time da casa pulava na frente.
Um pouco pelo conforto do placar, outro tanto pela ausência de Neymar, o Santos se preocupou mais em destruir do que em criar no restante do primeiro tempo. E a tarefa foi facilitada pelo Vasco, quase sempre com a bola sob o controle de seus pés, quase sempre sem saber o que fazer com ela - teve 61% de posse na primeira etapa. Carlos Alberto e Eder Luis foram anulados pela defesa adversária. O jeito foi usar as laterais, especialmente com Jonas, já que Wendel estava improvisado pelo lado esquerdo. Em vão: foi uma sucessão de cruzamentos tortos nas 12 tentativas dos visitantes.
O Santos, nas raras vezes em que atacou, se aproximou mais do segundo gol do que o Vasco do empate. Bruno Peres foi a principal via de acesso ao ataque. Mandou dois chutes e disputou outra bola por baixo com Fernando Prass. O goleiro do Vasco foi melhor em todas. Felipe Anderson também arriscou de longe, por fora, na rede.
Os cariocas, pouco incisivos, não incomodaram Rafael. O camisa 1 do Santos viu Alecsandro cabecear para fora no primeiro poste, em boa chegada de Wendel pela esquerda, e também observou chute de Carlos Alberto passar longe do travessão. De resto, acompanhou sua defesa superar o ataque rival.
Quase um repeteco
Com as ressalvas da diferença no tempo do gol e da presença de um marcador ao lado de Miralles, a largada do segundo tempo foi quase igual à do primeiro. Cedo, com apenas um minuto, Felipe Anderson repetiu Bill e encontrou o atacante às costas da zaga. O argentino, desta vez com Jonas perto dele, soube desviar novamente de Prass. Outro dele, outro do Santos: 2 a 0. Foi seu sexto gol no campeonato.
Mais uma semelhança com o primeiro tempo: a incapacidade de reação do Vasco. O Peixe voltou a ter tranquilidade para trabalhar. Mesma coisa: posse de bola com os cariocas, mas pouca ação. A equipe comandada por Marcelo Oliveira esteve sempre refém de algum estalo individual - como no passe de Felipe para Eder Luis, que concluiu em cima de Rafael, ou em pancada na trave de Felipe Bastos, em lance anulado por impedimento.
O Vasco apelou para os garotos. Marlone substituiu Carlos Alberto. Jhon Cley entrou no lugar de Felipe. Mas o panorama não mudou. Pipico no lugar de Jonas foi a cartada final dos visitantes - de novo, sem grande efeito. O Santos conseguiu domar seu oponente e, apesar da ausência de Neymar, garantiu uma vitória tranquila na Vila.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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