Um time confiante e sem pressão chegava ao G-4 para quebrar recordes em
3 de agosto de 2011. Uma equipe irregular e sob forte cobrança saiu deste grupo
14 meses e 54 rodadas depois. O Vasco resistiu, mas mudou muito de lá para cá.
Apenas quatro titulares que atuaram na vitória por 2 a 0 sobre o Santos, em São
Januário (reveja os melhores momentos), também
participaram da derrota pelo mesmo placar e para o mesmo adversário - só que na
Vila Belmiro -, no último sábado. Se antes o título da Copa do Brasil era uma
credencial imponente, hoje o raio-X depõe que a perda de quatro peças
fundamentais, há três meses, ainda ecoa no clube como um diferencial para a
queda de rendimento gradativa.
Fernando Prass, Felipe, Eder Luis e Alecsandro foram os que viveram os
dois lados da moeda em campo. Uma prova de que, embora nomes como Dedé, Juninho
e Eduardo Costa ainda façam parte do elenco, a metamorfose cruz-maltina está a
todo vapor. Nas seis partidas sob a orientação de Marcelo Oliveira (substituto
da dupla Ricardo Gomes e Cristóvão Borges), não houve uma repetição sequer de
escalação. Na outra época, porém, o torcedor tinha o time titular na ponta da
língua. Chegaram Jonas, Rodolfo, William Matheus, Wendel e Carlos Alberto,
entre outros menos badalados e garotos recém-promovidos para disputar camisas
que chegaram a ter donos incontestáveis.
Para o volante Fellipe Bastos, firme integrante da nau no período, o
Vasco pode se reaproximar daquele futebol que por pouco não tirou o título
brasileiro do Corinthians, mesmo já classificado para a Libertadores desta
temporada, da qual foi eliminado pelo próprio Timão no mata-mata.
Marcelo Oliveira e o Vasco atual, que virou coadjuvante (Foto: Gustavo
Rotstein / Globoesporte.com)
- Vejo como um time ainda capaz de resultados como aquele, mas lógico
que, com a saída de todos esses jogadores (Fagner, Romulo, Allan e Diego Souza)
dificultou um pouco a adaptação ao esquema, perdeu a força. Aqueles que
chegaram ainda estão crescendo, mas somos capazes, sim, de fazer o que o grupo
anterior fez. É só nos concentrarmos novamente, tirarmos o que temos de melhor
nas partidas e escutar o que o Marcelo (Oliveira) tem a dizer - declarou o
camisa 21, titular frente ao Peixe.
No âmbito político, o clube também sofre processo de mudança. Quatro
vice-presidências perderam seus comandantes desde então - três delas recentemente,
em crise política deflagrada diante da crítica sobre a postura centralizadora
do presidente Roberto Dinamite. Na verdade, ainda não houve o anúncio geral dos
novos cartolas, e o futebol segue órfão, já queErcolino Jorge de Luca vai
precisar de dois meses para se recuperar de um problema de saúde.
Compare as
escalações da entrada no G-4 com a saída do G-4:
Vasco 2 x 0 Santos - 3 de agosto de 2011 - Fernando Prass, Fagner, Dedé,
Anderson Martins e Jumar; Romulo, Eduardo Costa, Felipe e Diego Souza; Eder
Luis e Alecsandro - Entraram: Diego Rosa, Leandro e Elton.
Santos 2 x 0 Vasco - 13 de outubro de 2012 - Fernando Prass, Jonas,
Douglas, Rodolfo e Wendel; Nilton, Fellipe Bastos, Felipe e Carlos Alberto;
Eder Luis e Alecsandro
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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