Os dois precisavam da vitória - o Cruzeiro pela esperança, o Flamengo
pelo alívio. Nenhum conseguiu. O empate por 1 a 1 no Engenhão, neste sábado,
manteve o time carioca atento ao que acontece nas redondezas da zona de
rebaixamento e deixou a Raposa estagnada no meio da tabela, distante do G-4.
Liedson e Everton marcaram os gols da partida.
O Flamengo criou mais, teve maior presença ofensiva, foi mais perigoso
nas tentativas a gol - e teve um gol de Liedson mal anulado pela arbitragem.
Agora com 36 pontos e há quatro jogos sem vencer, o time subiu para a 14ª
colocação, mas cairá um degrau neste domingo, já que Coritiba e Bahia (ambos
com 35) se enfrentam.
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- Errar é humano, mas esse erro nos custou caro, dois pontos - afirmou
Liedson após a partida.
O Cruzeiro preferiu apostar nos contra-ataques e levou perigo em algumas
oportunidades, obrigando o goleiro Felipe a fazer três defesas difíceis - mais
do que o cruzeirense Fábio, que teve duas. Em nono lugar, os mineiros têm 40
pontos e estão a dez de distância do quarto colocado Vasco, que enfrenta o
Santos neste domingo.
- Será muito difícil (alcançar o G-4), mas ainda podemos. Sabemos que, pelo
contexto dos jogos anteriores, que foram difíceis, será complicado. Fizemos um
bom jogo fora de casa, conquistamos um ponto, que não é nada fácil. Agora é se
preparar para enfrentar o Corinthians em casa
Na próxima rodada, o Flamengo visita a Portuguesa, enquanto o Cruzeiro
recebe o Corinthians. Os dois jogos são às 22h de quarta-feira.
Não foi dia de Love: atacante deu assistência sem querer e perdeu gol
feito (Foto: Marcio Alves/Ag.Globo)
Dois gols,
dois comportamentos
O Flamengo jogou até levar um gol. E o Cruzeiro começou a jogar depois
de levar um. Os adversários deste sábado, no Engenhão, pareceram ter feito um
pacto: metade do primeiro tempo para cada um. Resultado: 1 a 1 nos 45 minutos
iniciais.
O time rubro-negro começou bem. Até os dez minutos, deixou o oponente
claustrofóbico no campo de defesa. Não teve, é bem verdade, grandes chances.
Mas soube paralisar os mineiros. Renato Santos, com dois minutos, poderia ter
consumado a vantagem já na largada da partida, mas seu cabeceio, na linha da
pequena área, foi por cima.
A equipe de Dorival Júnior soube usar bem as laterais, especialmente a
direita, com Wellington Silva participativo. Mas o gol saiu da esquerda. Ramon
cruzou para a área, na testa de Vagner Love. O cabeceio ainda bateu no braço do
atacante antes de sobrar para Liedson concluir. Era, aos dez minutos, a
vantagem rubro-negra.
O gol freou o Flamengo. Porém, como o Cruzeiro demorou para sair da
sonolência, os mandantes mantiveram um controle confortável da partida nos
minutos seguintes. Tudo parecia sob controle para os cariocas. Chute cruzado de
William Magrão, no ferro que sustenta a trave, parecia exceção em meio à
timidez da Raposa. Mas não era. Com 18 minutos, o Cruzeiro empatou.
O lance foi uma aula de como não marcar. Everton, lateral-esquerdo,
apareceu livre na área enquanto seus colegas trocavam passes em uma saída
acelerada para o ataque. De Montillo, a bola foi para Martinuccio. Quando ele
cruzou, havia cinco defensores do Flamengo na área. Nenhum deles cercava
Everton, que desviou livre para o gol.
O Flamengo parou depois de levar o gol. Sucederam-se oportunidades para
o Cruzeiro virar, geralmente com participação de Martinuccio. Felipe salvou sua
equipe duas vezes ao barrar Anselmo Ramon, que entrou de carrinho após
cruzamento de Ceará e depois não soube aproveitar o rebote.
Segundos antes de terminar o primeiro tempo, o Flamengo ainda perdeu Léo
Moura, com uma fisgada na coxa. Adryan entrou no lugar dele, como esperança
para a etapa final.
Troca de papéis: o cruzeirense Montillo persegue o volante Airton (Foto:
Luciano Belford / Futura Press)
Polêmicas
O panorama do início do primeiro tempo foi repetido na largada da etapa
final, com o Flamengo novamente superior ao Cruzeiro. Desta vez, porém, o time
rubro-negro martelou em vão em busca do gol. E não se pode dizer que o time de
Dorival Júnior não tentou. Arriscou com chute de Ramon, com cabeceio de
Liedson, com batida de Cleber Santana, com conclusão de Vagner Love. E nada.
A chance mais clara foi com Love. Ele recebeu livre na área, pela
esquerda, após assistência de Cleber Santana. Mas o chute foi fraco, nas mãos
de Fábio - pouco antes, o Cruzeiro tinha dado uma rara escapulida ao ataque,
com chute de Montillo e defesa de Felipe.
Não era o dia de Love. Nem quando dava sorte, ele conseguia fazer o gol.
Em falha da defesa cruzeirense, a bola sobrou para o atacante, que aproveitou
desvio na defesa para pegar o contrapé de Fábio. Mas o goleiro conseguiu se
recuperar mesmo assim. No cantinho inferior direito, esticou os dedos para
mandar a bola a escanteio.
O jogo, aos poucos, foi esquentando. As duas equipes pediram pênaltis. E
o Flamengo ainda lamentou um gol mal anulado. Liedson, na segunda trave,
aproveitou desviou de cabeça e mandou para a rede aos 39 minutos. Diego Renan
dava condições. Mas a arbitragem viu impedimento.
Com isso, a pressão final das duas equipes, especialmente do Flamengo,
se tornou inútil. E as duas equipes fecham o sábado estacionadas no
Brasileirão.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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