Renato aliviado após classificação nos pênaltis
(Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
Se há uma coisa que não falta para Renato é estrela. Autor dos dois gols do título mundial de 83 quando jogador, estreou com uma derrota em sua terceira passagem pelo Grêmio. Mas com classificação daquelas de provar o bom funcionamento cardíaco aos gremistas. O ídolo máximo do clube teve emoção “inesperada”, papo ao pé do ouvido com o herói Marcelo Grohe, orientações aos jogadores no túnel, segundos antes da entrada em campo, e até administração de vestiário característica.
O tempo é curto para que o time aparente em campo qualquer mudança. Mas o estilo do treinador apareceu em diversos momentos diferentes do jogo. Antes da partida, nervoso, fazia gestos para Luan e orientava o atacante já no túnel. Passou sem dar entrevistas antes do jogo. Em campo, jogou junto, com orientações, gritos e gestos. Até expansivos, quando chutou o ar na chance perdida pelo atacante Luan, logo ele, dentro da área.
O Grêmio tinha vantagem para decidir a vaga nas oitavas de final. No entanto, isto pouco serviu. É verdade que o rival Atlético-PR também pouco atacou e levou parco perigo ao gol de Marcelo Grohe. Só que o goleiro, justamente ele, largou um chute fácil nos pés de André Lima. O gol aos 29 minutos do primeiro tempo deu um tom dramático à partida - que o 1 a 0 na Arena da Baixada até não parecia levar. E que fez até mesmo Renato brincar na entrevista coletiva.
- Estava conversando com a comissão técnica e diretoria: se semana que vem for assim de novo, já estou indo (risos). O Paulo (Autuori) montou uma equipe muito bem, mas a minha esteve em uma noite muito boa. Todas as chances foram nossas. Fizeram exatamente o que pedi ontem em treino fechado. Só falta um pouquinho de capricho na finalização
PAPO COM GROHE
Se no tempo normal Grohe fora vilão ao complicar a estreia do novo comandante, nos pênaltis acabou como herói, aos prantos. Renato, no seu melhor estilo, fez o que disse que ia fazer com o elenco em sua apresentação: passou confiança ao seu jogador. Antes das cobranças, chamou o goleiro para uma conversa ao pé do ouvido.
- Eu só tenho agradecer ao Renato, ele veio e me deu moral. Não é fácil. Se perdesse, é o futebol, a culpa cairia sobre mim. E ia ficar bem difícil. Ele me puxou em um canto, me deu confiança, disse justamente que o futebol proporciona estas situações de ir de vilão a herói e que ele precisava de mim porque eu ia ajudar. Graças a Deus aconteceram desta forma, eu pude ajudar defendendo alguns pênaltis e fomos coroados com a classificação - comentou Grohe.
ORIENTAÇÕES NO TÚNEL
Renato orienta Luan e Douglas no túnel
(Foto: Eduardo Moura / GloboEsporte.com)
(Foto: Eduardo Moura / GloboEsporte.com)
Renato parecia estar nervoso antes da partida, querendo que o jogo logo começasse. Passou pela zona mista sem conceder entrevista. Ficou ao lado de Douglas e Luan, no final da fila dos jogadores do Grêmio. Fazia gestos, orientava e conversava muito com o camisa 7, claramente dando os últimos pitacos para o jogo. A demora do Atlético-PR ainda motivou uma brincadeira:
- Não querem jogo, não?
Depois, mais um momento do treinador. Entrou em campo abraçado no rival, Paulo Autuori, com quem conversou antes de pisar no gramado da Arena para iniciar sua terceira passagem no Grêmio.
Depois, mais um momento do treinador. Entrou em campo abraçado no rival, Paulo Autuori, com quem conversou antes de pisar no gramado da Arena para iniciar sua terceira passagem no Grêmio.
Parece que tudo aconteceria no primeiro jogo de Renato na sua volta ao Grêmio. O ídolo, reconhecido administrador de vestiário, já precisou colocar sua mão na primeira polêmica: Henrique Almeida deixou o campo vaiado. Reagiu e fez um gesto obsceno em direção à arquibancada. Já foi multado e foi conceder entrevista coletiva para pedir desculpas. Por outro lado, o técnico também disse que “precisa” do centroavante.
VAIAS
A presença do ídolo sempre dá uma proteção maior aos jogadores. Foi assim até o Atlético-PR marcar o gol na Arena. Logo depois, Marcelo Oliveira, que nem estava envolvido no lance do gol, foi vaiado pela torcida. Marcelo Grohe também recebeu tal “honraria”. A lista é grande e ainda teve Pedro Rocha, Henrique Almeida… E pegou todo o time na saída para o intervalo. A classificação restabeleceu, pelo menos um pouco, a relação, com o grupo todo agradecendo aos gremistas.
- É fundamental apoio da torcida. Qual o cantor que quer cantar sem ter o publico a favor? Tem que jogar e levar o torcedor junto. Precisamos ter a nossa torcida ao nosso lado. Alguns vaiaram no intervalo, mas para o torcedor foi um grande gesto. Quanto mais confiar, mais os jogadores vão poder arriscar sem medo - comentou o técnico.
BOLA AÉREA DIFERENTE
Em campo, não se viu ainda um Grêmio diferente das últimas rodadas. Com Roger, havia rendimento abaixo do normal, poucos gols e as vitórias não apareciam mais - são oito jogos de jejum, apesar da classificação para as quartas de final da Copa do Brasil. Tal sina segue e o treinador terá um cuidado especial com o ataque.
A equipe se postou no mesmo 4-2-3-1 de outrora, com Pedro Rocha e Luan como pontas, Douglas centralizado e Henrique Almeida como centroavante. Quando atacado, se fechava em duas linhas de quatro, como já era no tempo de Roger. Pedro Rocha e Luan recuavam às vezes até a linha dos laterais.
Na defesa, porém, uma diferença na bola aérea. Se o fundamento vinha sendo problemático em 2016, a comissão técnica optou por uma mudança: a marcação passou a ser individual dentro da área. Os jogadores perseguiam os seus marcadores, com bloqueios na entrada da área.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
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