As discussões sobre a tensão racial nos Estados Unidos seguem repercutindo fortemente entre atletas no país. O tema, que ganhou força no último mês com os protestos do jogador de futebol americano, Colin Kaepernick, foi abordado nesta terça-feira pela tenista multicampeã Serena Williams. Em um post nas redes sociais, a recordista em títulos de Grand Slam disse ter refletido com mais atenção sobre o tema quando estava pegando uma carona com seu sobrinho negro e avistou um policial na avenida.
"Vi um policial a distância, na lateral da pista. Rapidamente chequei se ele estava respeitando os limites de velocidade. Então, me lembrei daquele vídeo horrível de uma mulher em seu carro quando um policial atira em seu namorado. Tudo isso veio a minha mente em questão de segundos. Me arrependi de não estar dirigindo o carro eu mesma. Nunca me perdoaria se alguma coisa acontecesse ao meu sobrinho. Ele é tão inocente. Assim como todos os outros", escreveu a tenista.
Post de Serena Williams teve mais de 50 mil curtidas em pouco mais de quatro horas (Foto: Reprodução / Facebook)
O caso citado por Serena ocorreu em julho deste ano, quando Philando Castile, negro de 32 anos, foi baleado por um policial durante uma abordagem na cidade de St. Paul, no estado de Minnesota (leia mais no G1). Em seu desabafo, Serena questiona o fato de, em pleno Século XXI, esse tipo de questão ainda estar em debate e faz uma referência a Martin Luther King, dizendo que não irá ficar em silêncio.
"Porque eu tenho que pensar isso em 2016? Nós já não passamos pelo suficiente, não foram abertas tantas portas, impactadas bilhões de vidas? Então, percebi que temos que continuar nessa caminhada - não é sobre o quanto já percorremos, mas sobre o quanto ainda temos que percorrer (...). Como disse Dr. Martin Luther King: "Chega um momento em que o silêncio é traição". Eu não vou silenciar", concluiu Serena.
Confira abaixo o post inteiro de Serena:
"Hoje, eu pedi ao meu sobrinho de 19 anos (para ficar claro, ele é negro) que dirigisse para mim a caminho de um encontro, então eu poderia trabalhar no meu telefone #segurançaemprimeirolugar. No caminho, vi um policial do lado da rodovia. Eu rapidamente chequei se ele estava obedecendo o limite de velocidade. Então, me lembrei daquele vídeo horrível de uma mulher em seu carro quando um policial atira em seu namorado. Tudo isso veio a minha mente em questão de segundos. Me arrependi de não estar dirigindo o carro eu mesma. Nunca me perdoaria se alguma coisa acontecesse ao meu sobrinho. Ele é tão inocente. Assim como todos os outros.
Eu acredito que nem todo mundo é mau, são apenas alguns que são ignorantes, medrosos, sem educação e insensíveis a algo que afeta milhões e milhões de vidas.
Porque eu tenho que pensar isso em 2016? Nós já não passamos pelo suficiente, não foram abertas tantas portas, impactadas bilhões de vidas? Então, percebi que temos que continuar nessa caminhada - não é sobre o quanto já percorremos, mas sobre o quanto ainda temos que percorrer.
Então pensei: tenho que falar? Eu tive que olhar para mim mesma. E sobre o meu sobrinho? E se eu tiver um filho, e sobre a minha filha?
Assim como Dr. Martin Luther King disse: "Chega um momento em que o silêncio é traição"
Eu
Não
Vou
Silenciar
Serena".
Então pensei: tenho que falar? Eu tive que olhar para mim mesma. E sobre o meu sobrinho? E se eu tiver um filho, e sobre a minha filha?
Assim como Dr. Martin Luther King disse: "Chega um momento em que o silêncio é traição"
Eu
Não
Vou
Silenciar
Serena".
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
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