A cara fechada e o estilo mais carrancudo são parte da estratégia do volante Ralf para assustar os adversários que tentam passar pelo meio-de-campo do Corinthians. Fora de campo, o "cão de guarda" da defesa alvinegra atende por um apelido bem propício: pitbull. Um dos jogadores mais regulares do elenco, Ralf ganhou a alcunha por causa da estrutura física e da ausência de lesões - a última mais grave foi no fim de 2010. A regularidade fez ele se firmar e sonhar alto em 2013.
Desde então, com Ralf saudável e titular, o Timão conquistou o Brasil, a América e o mundo entre 2011 e 2012. Títulos suficientes para o tímido e retraído volante entender sua importância na equipe treinada por Tite.Há três anos, uma lesão no tornozelo direito o tirou de combate nas rodadas finais do Campeonato Brasileiro de 2010, quando o Corinthians brigava pelo título com Fluminense e Cruzeiro. Coincidência ou não, a equipe caiu de rendimento, deixou a taça escapar e só conseguiu classificação para a fase preliminar da Taça Libertadores - seria eliminado pelo modesto Deportes Tolima, da Colômbia.
- Sei da minha importância para o clube e para o meio-campo do Corinthians, mas não sabia que poderia fazer tanta diferença assim. Naquele ano, não sei se foi só minha saída que fez a equipe cair, mas também a dificuldade de entrosamento com quem entrou. Machuquei na hora errada, mas faz parte – disse Ralf, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.
Exemplo de eficiência para os preparadores físicos, Ralf não chega a ter uma programação especial de exercícios. Mesmo assim, diz se cuidar de todas as formas possíveis.
- Naquela vez que me machuquei, foi o Douglas (meia) que me deu um carrinho, na época ele estava no Grêmio e até brinco com ele por isso. Agora me cuido sempre, com academia, banheira de gelo, o que vier. Tento fazer a melhor recuperação possível para estar sempre à disposição do Tite - explicou o volante.
Sólido no Corinthians, ele quer deixar a postura fechada de lado, se soltar um pouco mais e aparecer nas horas decisivas para ajudar o Timão a conquistar novos títulos - e, consequentemente, tentar se firmar na seleção brasileira às vésperas de Copa das Confederações e Copa do Mundo. Antes, porém, Ralf tem um objetivo até certo ponto curioso: o Campeonato Paulista.
- Penso sempre no campeonato que está mais próximo, agora é o Paulista, é um título que ainda não conquistei na carreira, fomos vice-campeões em 2011 e ficou aquele gosto amargo. Esse eu quero muito. Depois, claro, mais uma Libertadores e mais um Mundial, queremos repetir 2012 e fazer até um pouco mais - avisou o volante.
Na Seleção, o grande trunfo é a parceria com o amigo Paulinho, que é convocado com maior frequência pelo técnico Luiz Felipe Scolari - só não enfrentou Itália e Rússia, em março, porque estava lesionado. A amizade de Ralf com o outro volante do Corinthians foi imediata, e o entrosamento dentro de campo se estende fora dele, nas concentrações, viagens e até com as famílias dos dois.
- Espero ser lembrado mais vezes pelo Felipão. Fiquei muito feliz, ele me elogiou bastante e incentivou. Quero jogar ainda mais para continuar sendo lembrado. Jogar com o Paulinho tornou tudo mais fácil, é claro - admitiu Ralf.
- Dividimos quarto às vezes, tenho um grande respeito por ele, nos damos muito bem fora de campo. Vou sempre à casa dele. Todos me acolheram muito bem, só tenho a agradecer por ter um amigo como o Paulinho - completou.
Com o parceiro de Seleção e também com os companheiros, as brincadeiras dominam o cotidiano de Ralf - bem diferente do que a feição séria sugere. Os mais novos chegam ao Corinthians e ficam até intimidados com o volante. O próprio Ralf, porém, faz questão de recepcionar os colegas com piadas. Até mesmo o apelido foi recebido com bom humor.
- O pessoal me chama de pitbull, mas nem sei o motivo. Acho que não é por causa da marcação (risos) - brincou.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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