Com Neymar gripado, Santos perde do Bolívar na altitude de La Paz Equipe brasileira leva 2 a 1 no primeiro jogo das oitavas de final. Porém, o gol marcado fora de casa faz o Peixe precisar 'apenas' do 1 a 0


O Santos iniciou mal sua caminhada nas oitavas de final da Libertadores. Com Neymar gripado, o Peixe sentiu ainda mais os efeitos da altitude de La Paz (3.660 metros), na Bolívia, e perdeu do Bolívar por 2 a 1. Campos, de falta, fez os dois dos donos da casa. E Maranhão marcou importante gol para os brasileiros.
Obviamente, a derrota não foi um bom resultado para o Peixe. Mas o fato de ter feito um gol na Bolívia permite ao clube brasileiro avançar às quartas de final com uma vitória por 1 a 0. Porém, se sofrer um gol na Vila Belmiro, dia 10, às 19h30m, o Santos terá de fazer três. Ou dois para levar a decisão para os pênaltis.
Embora tenha reclamado da gripe desde a chegada ao estádio Hernando Silles, Neymar foi o melhor jogador do Santos. O único a se arriscar mais na altitude. Sozinho, no entanto, o jovem craque não conseguiu fazer a diferença. Pesou, então, a maior experiência do Bolívar em jogar na adversa condição.
Agora, o Santos se prepara para a semifinal do Campeonato Paulista. Depois de eliminar o Mogi Mirim nas quartas de final, o Peixe encara o São Paulo, domingo, às 16h, no estádio do Morumbi. Quem vencer avança para a final. Em caso de empate, a vaga na decisão será disputada nos pênaltis.
Frontini, do Bolívar, tenta parar o santista Neymar, em La Paz (Foto: Reuters)
Quando a sorte entra em campo...
Na altitude de La Paz, a atitude pode até fazer a diferença. Mas a sorte também ajuda... E ela começou jogando ao lado dos donos da casa. Logo no primeiro minuto, Adriano fez falta dura em Cardozo. Na cobrança, Campos bateu forte, viu a bola explodir na trave, nas costas de Rafael e balançar a rede.
Se os 3.660 metros da capital boliviana e a baixa temperatura (aproximadamente 5ºC) já eram obstáculos complicados para o Peixe, a desvantagem logo no início foi um baque para os brasileiros. Ainda mais porque os bolivianos, empolgados com o gol, resolveram arriscar vários chutes de fora da área.
Rafael, porém, não sofreu mais nenhum susto com os chutes do adversário. Mas por conta de três bobeiras na saída de bola, o goleiro levou à loucura o técnico Muricy Ramalho. Gesticulando muito, o treinador deu seguidas broncas no jogador. Em uma delas, aliás, quase invadiu o campo, tamanha era sua irritação.
Com o Bolívar no comando da partida, o Santos não se encontrou no primeiro tempo. Apenas Neymar, gripado, tentou algo diferente. Como sempre. Ganso, perdido, pouco apareceu. Para se ter uma noção das dificuldades do Peixe, a primeira finalização foi apenas aos 23, com Elano pegando bem mal na bola.
Mas se a tal atitude na altitude não estava rolando, a sorte resolveu aparecer para os santistas. Também na bola parada. Aos 34 minutos, Elano bateu falta colocada. O goleiro Arguello espalmou, ela desviou encostou na trave e voltou para a pequena área, onde Maranhão, oportunista, completou para o gol: 1 a 1.
Inscrito nessa fase da Libertadores, o criticado lateral-direito vive uma semana incrível. No último domingo, nas quartas de final do Campeonato Paulista, ele também fez um gol importante contra o Mogi Mirim. E neste primeiro tempo, ele compensou a falta de atitude (e fôlego) do Santos com oportunismo.
Rudy Cardozo Bolívar e Ganso Santos (Foto: EFE)Ganso, do Santos, e Cardozo, do Bolívar, disputam a bola (Foto: EFE)
Campos, de novo ele
A volta do Santos para o segundo tempo foi debaixo de vaias e objetos atirados pelos bolivianos. Tudo por conta da demora dos brasileiros em retornar do intervalo. O Bolívar, que voltou antes, esperou por alguns minutos para o começo da etapa final. Tudo porque o Peixe aproveitou para usar cilindro de oxigênio.
Com a bola rolando, Santos e Bolívar tentavam se aproveitar dos efeitos da altitude com chutes de longa distância. Ambos, quando apostavam em jogadas mais trabalhadas, com toque de bola, tinham dificuldades. A partida, então, ficou truncada. E os santistas, claro, esperavam um despertar do craque Neymar.
Vez ou outra, o atacante santista aparecia na tentativa de criar uma jogada diferente, um contra-ataque. Mas faltava fôlego, algo que sobrou para Frontini sair da defesa aos 20 minutos e cabecear com perigo por cima do gol de Rafael. Logo em seguida, Muricy sacou Borges e escalou Alan Kardec.
Minutos depois, Ibson entrou na vaga de Elano. Muricy queria fôlego novo na equipe. Só que o Bolívar, acostumado com as adversidades da altitude de La Paz, tentou acelerar o jogo pelas laterais. Ao Santos, então, restou apostar nas jogadas de bola parada, como aos 28, quando Dracena cabeceou falta cruzada por Ganso.
Mas a bola parada fez mesmo a diferença para o Bolívar. Aos 29 minutos, Campos, de novo, acertou belo chute. Só que dessa vez ele não precisou da trave, muito menos das costas de Rafael para ajudá-lo. A bola entrou no canto esquerdo do goleiro santista. Experiência de quem está acostumado com os 3.660 metros.
Aos 32 minutos, uma cena lamentável. Cada vez mais comum na competição sul-americana, em especial nos jogos fora do Brasil. Neymar caminhava para cobrança de escanteio e foi atingido no rosto por um objeto atirado da arquibancada. Caído no gramado, o garoto foi protegido pelos escudos da polícia local.
O sistema de som do estádio Hernando Silles, na tentativa de conter os torcedores, pediu que parassem de jogar objetos. Mas Neymar já estava mordido. E tentou, aos 40 minutos, um último golpe. Chegou com perigo na área e chutou forte. O goleiro do Bolívar defendeu e assegurou a vitória dos donos da casa. 
  
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