Cristiano Ronaldo voltou a marcar, voltou a pedir silêncio, mas o Camp Nou é mesmo lugar de barulho. Após 50 minutos de uma partida monótona na Catalunha, o gol de cabeça do luso foi o ponto de partida para um confronto empolgante, que terminou com vitória do Barcelona sobre o Real Madrid, nesta quinta-feira, por 3 a 2, na primeira decisão da Supercopa da Espanha. Na comemoração, CR7 repetiu o gesto de “calma” para os arquirrivais, mas Pedro,Messi e Xavi responderam com muito vigor e deixaram os culés em vantagem na disputa do primeiro título da temporada 2012/2013. Dí Maria descontou no fim em grave vacilo de Valdés, que se enrolou ao dominar a bola.
Com a vitória, o Barça pode empatar na próxima quarta-feira, no Santiago Bernabeu, para levantar o primeiro troféu sob o comando de Tito Vilanova. Os merengues levam o título com vitória simples até 3 a 2, placar que leva a decisão para os pênaltis. Convocados por Mano Menezes para os amistosos da seleção brasileira contra África do Sul e China, Adriano e Daniel Alves foram os representantes brasileiros durante todos os 90 minutos. Já do lado do Real, Marcelo - outro na lista - entrou no fim, enquanto Kaká sequer foi relacionado.
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Messi e Cristiano alcançam marcas importantes no Superclássico
Principais candidatos ao posto de melhor do mundo no fim do ano, Messi e Cristiano Ronaldo não estiveram perto do brilhantismo que lhes é habitual, mas ainda assim assumiram o protagonismo da partida e alcançaram marcas expressivas. Com o gol marcado de pênalti, o argentino chegou aos 14 em duelos contra o Real e se tornou o terceiro maior artilheiro da história do clássico. Ao seu lado, estão César, ex-Barça, e os merengues Gento e Puskas. Acima deles está outra dupla de Madrid: Di Stéfano lidera tabela, com 18, seguido por Raúl González, 15.
Já os números de CR7 contra o maior rival são bem mais modestos. Com a cabeçada certeira desta quinta, ele chegou apenas ao sétimo gol diante do Barça. A estatística, por outro lado, passa a jogar a favor se for levado em conta que é o quarto jogo consecutivo em que deixa sua marca, além de ser o quarto em sequência também no Camp Nou, fato inédito na história do Real.
Apesar das marcas e dos últimos 35 minutos empolgantes, o duelo desta quinta teve mais cara de festa do que uma disputa entre rivais ferrenhos. Na arquibancada, muitos turistas que curtem o verão europeu aproveitaram e facilidade para compra de ingressos e deram o tom descontraído ao encontro. Tanto que a direção do Barça evitou até mesmo demarcar área especial para os visitantes, com (poucos) merengues e (muitos) culés misturados nas arquibancadas. Já antes do apito inicial também teve comemoração, com homenagem aos atletas catalães medalhistas olímpicos.
Messi é ponto fora da curva em primeiro tempo morno
Quem entrou em campo com um novato em clássicos no comando foi o Barcelona, com Tito Vilanova em evidência por substituir Guardiola um ano após protagonizar polêmica em que foi atingido no olho por José Mourinho. Foi o Real Madrid, no entanto, o time que careceu de força, organização e jogadas no primeiro tempo. Com o mesmo estilo “tiki-taka” de Pep, o Barça foi o melhor dos 45 minutos iniciais, mas os incríveis 72% de posse de bola não foram suficientes para abrir o placar. Na verdade, nem mesmo para dar muito trabalho a Casillas.
Com Callejón como surpresa na vaga de Di María, o Real Madrid começou a partida até dando sinais de que tentaria se impor no campo do rival. Marcando por pressão, conseguiu uma boa oportunidade em jogada ensaiada em cobrança de falta nos minutos iniciais que parou em impedimento de Khedira. A disposição inicial não passou de ilusão e antes mesmo dos dez minutos os merengues mergulharam em uma preguiça incrível até mesmo para escapulidas em contra-ataques.
O Barcelona, por sua vez, seguia o ritmo que o transformou em referência nos últimos anos: toques em velocidade, presença no campo de ataque e... bola para Messi. E foi justamente o argentino o único responsável por levantar o público - maioria de turistas no verão europeu - que lotou o Camp Nou. Precisando de um gol para se tornar o terceiro maior artilheiro da história do clássico, ele tirou tinta da trave direita de Casillas aos 18 após boa jogada de Daniel Alves. E assustou também dez minutos depois após tabelinha com Xavi. Em êxtase, as arquibancadas responderam: “Meeeeeeeessi! Meeeeeessi!”.
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