Risadas, conversas descontraídas, brincadeiras e união. Apesar da campanha desastrosa na Taça Guanabara, é possível notar um sentimento de otimismo no calorento estádio de Moça Bonita, casa de um dos times mais tradicionais do Rio, o Bangu.
Derrotado em todos os sete jogos, o clube alvirrubro aposta agora em jogadores experientes para evitar a queda para a Segunda Divisão estadual. No pacote, estão atletas rodados como o atacante Almir, um dos destaques na campanha do Botafogo na Série B, em 2003, e o zagueiro Santiago, que passou pelo Vasco na conquista da Taça Rio, em 2004, e estava no Boavista.
O defensor conta que uma das razões para fechar foi a promessa da montagem de um elenco forte e a confiança em tirar o time da degola.
O defensor conta que uma das razões para fechar foi a promessa da montagem de um elenco forte e a confiança em tirar o time da degola.
- Creio que dá para a gente reverter essa situação. Juntando quem estava aqui com quem chegou, o time ficou forte. É um recomeço. Meu objetivo pessoal é tirar o Bangu dessa situação - afirmou o jogador de 32 anos.
Meu objetivo pessoal é tirar o Bangu dessa situação"
Santiago, zagueiro
Fora do Brasil há cinco anos, com uma passagem de três meses pelo Atletico-MG em 2008, o atacante Almir ganhou experiência na Coreia do Sul, onde jogou no Ulsan Hyundai, Pohang Steelers e Incheon United. Agora, ele quer usar isso a favor do Bangu. Para o jogador de 29 anos, os mais experientes precisam assumir a liderança.
- O Carioca é muito disputado. Não tivemos um bom começo, mas vamos virar. Não existe salvador, precisamos nos juntar para tirar o Bangu dessa situação. Estou disposto a assumir esse papel de liderança junto com o Santiago e os mais velhos - relatou.
A missão é difícil, mas não impossível. Madureira, Olaria e Americano são as equipes mais próximas, todas com quatro pontos. As que menos pontuarem na soma dos dois turno serão rebaixadas. A campanha do Bangu é a pior da Taça Guanabara desde 1999, quando o Itaperuna também não pontuou, mas em nove jogos. Apesar disso, os jogadores estão confiantes. O meia Mayaro, de 22 anos, é prova disso.
- Veio uma rapaziada boa demais. O ambiente sempre foi bom, mas agora está muito melhor. Vamos lutar pelo nosso objetivo. Acredito que vai dar tudo certo - apostou.
Para o treinador Carlos César, que substituiu o ex-volante do Fluminense, Marcão, no comando, houve falhas individuais, gols bobos de bola parada e faltas desnecessárias. Além disso, segundo ele, a preparação do Bangu não foi suficiente. Ele conta que chegou pouco antes do jogo contra o Vasco e só treinou o time duas vezes.
- Nem conhecia meus jogadores. Tive seis atletas no departamento médico. Isso não fica claro para o torcedor, mas acontece. As pessoas querem resultado, né? - comentou.
Com passagens pelas categorias de base da Seleção Brasileira, do Fluminense e pelo profissional do Flamengo, o comandante encara o Bangu como um desafio. Para ele, é preciso resgatar a tradição de uma equipe bicampeã carioca (1933 e 1966) e vice-campeã brasileira, em 1985.
- O Bangu me deu uma chance, e vou fazer o meu melhor. Embora não seja um time de grande investimento, é tradicional e já esteve entre as forças máximas do Rio. É um time que tem que ser respeitado - disse o treinador.
Tiano: um exemplo de dedicação ao Bangu
Conhecido pelos colegas como "Canhão de Bangu" pelos chutes certeiros, o meia Tiano, de 34 anos, impressiona não só pela habilidade com a bola, mas pelo carinho junto ao restante dos jogadores. Em seu quarto Carioca pelo Bangu, ele é uma espécie de porta-voz do grupo.
- Tenho minha função em campo. Mas fora dele, ajudo na organização, sou uma ponte com a diretoria. Converso muito com os meninos. Eles têm angústia em querer brilhar no futebol. Digo que aos 20 anos não se ganha dinheiro, só se você for craque. Falo que a hora deles vai chegar, e isso é essencial para quem está começando.
Formado em Educação Física e pós-graduado em gestão, Tiano revelou que a proximidade com a aposentadoria é angustiante. Apesar disso, está focado no objetivo do Bangu. O jogador chega a se emocionar ao falar do alvirrubro.
- Meu sonho é não deixar o Bangu cair. O tempo vai passando e chega perto da hora de parar. Quando a gente é novo, não tem a noção do quanto é bom jogar bola. Meu avô me emocionou quando disse que se orgulhava de me ver jogando. Por isso, vou fazer de tudo. Vontade nunca faltou - concluiu.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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