Todas as atenções estavam voltadas para Ronaldinho Gaúcho, nesta
quarta-feira. Cada vez que ele tocava na bola, 30 mil apitos ecoavam pelo
Engenhão, mas em noite pouco produtiva, ele não conseguiu ajudar muito o
Atlético-MG, e quem levou a melhor foi o Flamengo, que empurrado por sua
torcida, atuou com muita garra, fez belos gols e venceu por 2 a 1. Vagner Love
e Liedson, um em cada tempo, marcaram para o Rubro-Negro, e Jô descontou para o
Galo.
O resultado colocou o time carioca de novo no meio da tabela de
classificação do Campeonato Brasileiro, em décimo lugar, com 34 pontos, e
deixou o vice-líder Galo com 52, a quatro do Fluminense. A renda somou R$
532.060, para um público pagante de 34.116 pessoas (39.060 no total).
Pela 27ª rodada, o Flamengo fará o clássico contra o Fluminense,
domingo, às 16h (de Brasília), no Engenhão.
- A gente estava perto da zona de rebaixamento, já deu uma respirada.
Agora é ter tranquilidade, temos uma batalha domingo, um clássico, a gente vai
fazer de tudo para vencer também - disse Vagner Love.
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O Atlético-MG irá a São Paulo para jogar contra a Portuguesa, um dia
antes, no Canindé, às 18h30m.
- Pagamos pelo primeiro tempo, foi muito ruim. No segundo tempo,
voltamos melhor, conseguimos o gol, mas tomamos o segundo. Com um homem a
menos, dificultou - disse o volante atleticano Pierre, referindo-se ao cartão
vermelho levado pelo zagueiro Réver.
Era uma partida adiada da 14ª rodada do Brasileirão, mas parecia final
de campeonato. Estádio lotado e dois times nervosos, dando chutões para todos
os lados no início, com muitas faltas e confusões até o fim. E foi numa sobra
da defesa adversária que o time da casa quase fez sua torcida delirar, em chute
de Cleber Santana que resvalou na trave esquerda de Victor e saiu pela linha de
fundo, aos sete minutos.
Com uma marcação adiantada para dificultar a saída em toques do Galo, o
Flamengo tomava conta do jogo, mas falhava muito no último passe. Com
Ronaldinho atuando mais no ataque pelo lado esquerdo, o Atlético-MG encontrava
poucas soluções para ameaçar o gol defendido por Felipe. Mesmo depois que o
camisa 49 recuou um pouco para armar, o time mineiro pouco conseguia sair de
seu campo.
Ronaldinho tenta dominar a bola marcado por Wellington Silva (Foto:
André Durão / Globoesporte.com)
E de tanto martelar, o Rubro-Negro chegou ao gol. Na verdade, um golaço.
Cleber Santana cobrou escanteio (marcado equivocadamente, pois houve falta de
Leandro Donizete em Wellington Silva, que foi o último a tocar na bola antes de
ela sair), González cabeceou, Marcos Rocha salvou também de cabeça quase em
cima da linha, Cáceres dividiu no alto e a bola sobrou para Vagner Love dar
linda virada, acabar com jejum de cinco partidas sem marcar e fazer o seu 11º
gol no Brasileirão, igualando-se a Luis Fabiano (São Paulo) e Bruno Mineiro
(Portuguesa), com um a menos que Fred (Fluminense).
A vantagem fez o time da casa recuar um pouco e tentar os
contra-ataques. O Atlético-MG ganhou espaço, e Ronaldinho passou a procurar
mais o jogo. Porém, foi o Flamengo que quase fez o segundo, com Love recebendo
de Cleber Santana no lado esquerdo, invadindo a área e dividindo com Victor,
que ainda teve de se atirar novamente aos pés de Ramon para ficar com a bola,
aos 32. O Galo insistiu no ataque, e R49 teve duas boas faltas para cobrar, uma
de frente para o gol, mas jogou na barreira, aos 41. No entanto, dois minutos
depois, lançou bem na área, e Richarlyson concluiu para fora, à esquerda de
Felipe. Jô ainda teve outra oportunidade em meia-bicicleta meio desengonçada,
mas o primeiro tempo acabou com o placar de 1 a 0 para o Fla.
Galo volta
com tudo, empata, mas Liedson desempata logo depois
O Atlético-MG voltou a toda velocidade para o segundo tempo e teve ótima
chance com menos de um minuto. Após Carlos César, que substituíra ainda
no primeiro tempo Leandro Donizete, acertar um chutaço em que a bola bateu no
rosto de Ramon, Ronaldinho deu para Escudero, que dentro da área pelo lado
esquerdo tentou deslocar Felipe, mas chutou por cima. A blitz atleticana teve
resultado aos quaro. Ronaldinho lançou de cabeça na esquerda para Marcos Rocha,
que cruzou na área; houve um bate-rebate, e a bola sobrou para Jô chutar de
virada e mandar a bola no canto esquerdo do goleiro rubro-negro: 1 a 1. Logo
após, Ramon, completamente zonzo, deixou o campo para a entrada de Magal, no
Fla.
Love, autor do primeiro gol, comemora com Liedson o da vitória do Fla
(Foto: Marcelo Theobald / O Globo)
O gol não acomodou o Galo, que continou marcando a saída de bola
adversária, e naquele momento era o time da casa que não conseguia ter uma
solução para atacar com qualidade. E tome chutão. Foi só colocar a bola no chão
e tocar a bola com rapidez que o Fla encontrou o segundo gol: Wellington Silva
recebeu na direita de Cáceres, avançou bem e cruzou na medida para Liedson
pegar de sem-pulo e sair para comemorar, aos 11. O gol acalmou e melhorou o
time carioca, e abalou um pouco a equipe de Belo Horizonte. Mesmo assim o
Atlético-MG era muito perigoso nos contra-ataques. Nesses momentos, o camisa 49
atraía todas as atenções rubro-negras.
Aos 25, Cuca tirou Escudero para a entrada de Neto Berola, com o
objetivo de dar mais velocidade e fôlego ao seu ataque. Porém, um minuto
depois, perdeu um jogador expulso: Réver deu uma braçada no rosto de González
na área do Fla e recebeu o cartão vermelho. O jogo já tinha apresentado vários
lances ríspidos, discussões e tumultos, dando muito trabalho a Jailson Macedo
Freitas. No mesmo lance, o árbitro mostrou amarelo para Jô e González, e aos 31
teve de advertir Richarlysson com o mesmo cartão após um carrinho perigoso em
Wellington Silva.
Mesmo com um a menos, o Alvinegro de Minas passou a ser mais perigoso.
Aos 37, Ronaldinho recebeu limpa na área e bateu de primeira, a bola parecia
que tinha endereço certo, mas Frauches estava na frente e cortou o lance. O
jogo estava aberto, e num contragolpe Cleber Santana arriscou de fora da área,
a bola tocou na canela direita de Liedson e atingiu a trave direita de Victor.
Comandado pelo camisa 88 e com boa colaboração de Léo Moura, o time rubro-negro
passou a segurar a bola em seu setor ofensivo para garantir os importantíssimos
três pontos. Mas o Galo era valente e não desistia. Aos 44, Carlos César chutou
de fora da área, rasante, e deu trabalho a Felipe, que conseguiu segurar a bola
e a vitória rubro-negra, para delírio de sua torcida.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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