Um jogo por vez, o Palmeiras renova sua esperança de se livrar do
rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Nem o frio e muito menos a situação
delicada impediram a torcida de lotar o Pacaembu, na noite deste sábado. Desta
vez, com o melhor público do clube no ano (30.942 pessoas) para empurrar contra
a Ponte Preta - e para cima, também, na tabela. No reencontro do “inimigo
íntimo” Gilson Kleina com a Macaca, quem decidiu foi o Pirata do Verdão,
marcando dois gols na vitória por 3 a 0 – Assunção fez o terceiro. A Ponte, que
estreou o técnico Guto Ferreira, perdeu invencibilidade de oito jogos – foi a
primeira derrota no returno – e se mantém na zona intermediária da tabela.
Sem marcar havia sete jogos no Brasileirão, o argentino Barcos esmagou a
Macaca logo nos primeiros 15 minutos: dois gols, vantagem e certa tranquilidade
para o restante da partida. Com a torcida em festa, o Verdão não inventou,
jogou o básico e foi premiado. Sob o comando de Kleina, já são duas vitórias
consecutivas e, principalmente, outra postura em campo. Esforçado, valente e
com vontade de sair do fundo do poço, o novo Palmeiras mostra que nem tudo está
perdido.
A vitória leva o Palmeiras, ainda 18º colocado, a 26 pontos, dois a
menos que o Coritiba, primeiro time fora da zona do rebaixamento - o Sport tem
27. Neste domingo, o Verdão torce pelos seus dois principais rivais: o
Corinthians pega o Sport no Pacaembu e o São Paulo encara o Coritiba no Couto
Pereira. Se Timão e Tricolor vencerem, com nova combinação de resultados, a
equipe do Palestra poderá deixar o Z-4 na próxima rodada. O jogo contra a Ponte
marcou um "até logo" para o torcedor da capital paulista, já que, devido à punição imposta pelos problemas na
derrota por 2 a 0 para o Corinthians, o Verdão só voltará a jogar em
São Paulo na penúltima rodada, contra o Atlético-GO.
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Na próxima rodada, a Ponte Preta encara justamente o Coritiba, enquanto
o Palmeiras faz um clássico contra o São Paulo. O jogo da Macaca será na
quinta-feira, às 21h, no estádio Couto Pereira, na capital paranaense. Já o
Choque-Rei será disputado no sábado, às 16h, no Morumbi.
Barcos comemora um de seus dois gols pelo Palmeiras contra a Ponte Preta
(Foto: Ag. Estado)
Pirata
inspirado e início avassalador
Mais uma vez, o técnico Gilson Kleina manteve formação semelhante à
utilizada por Luiz Felipe Scolari no Verdão. A postura do time, elétrico pela
festa da torcida, é que era completamente diferente. Nos primeiros cinco
minutos de jogo, uma falta levantada na área por Marcos Assunção e uma boa
tabela entre Maikon Leite e Henrique levaram perigo ao gol de Edson Bastos.
Acuada, a Macaca se aproveitava dos erros de passes palmeirenses para tentar
devolver a pressão com contra-ataques.
Mas Barcos estava mordido. Para o artilheiro palmeirense, convocado para
a seleção argentina, o jejum de gols incomodava. Tirava o sono... Com o
oportunismo e um pouco de sorte, o atacante deixou o Palmeiras com ótima
vantagem antes dos 15 minutos. Aos 12, em falta levantada na área, a bola
sobrou no pé do centroavante, que chutou mascado no cantinho: 1 a 0.
E a maré de sorte que insistia em remar contra o time no Brasileiro
parece começar a virar: dois minutos depois, Maikon Leite roubou a bola em
velocidade pela ala direita e cruzou na área. Ele, Barcos, guardou mais um. Com
a meta livre, só empurrou para dentro do gol.
Apesar dos três zagueiros, a Ponte Preta sofria para frear o corredor
deixado na ala esquerda por Uendel. Mas era inevitável: uma hora o ritmo do
jogo iria cair. A partir da segunda metade do primeiro tempo, a intensidade
diminuiu um pouco e as melhores chances começaram a surgir nas bolas paradas.
Apesar do equilíbrio e do pé calibrado de Assunção nas cobranças, a Ponte
desceu aos vestiários melhor no jogo. Aos 42, Nikão soltou a bomba na cobrança
de falta e Bruno espalmou para o lado na melhor chance da Macaca.
Com
torcida e time jogando junto, Verdão acredita
A Ponte Preta não teve escolha. Com dois gols de desvantagem, o técnico
Guto Ferreira tirou o zagueiro Tiago Alves e mandou o atacante Rildo a campo.
Se por um lado a pressão da Macaca aumentou, por outro as melhores chances nos
contra-ataques passaram a ser do Palmeiras. Assim, quase o Verdão ampliou aos
cinco minutos. Márcio Araújo arrancou em velocidade, cortou para o meio e a
bola sobrou para Maikon Leite, que mandou no travessão.
Seguro, Thiago Heleno mostrou mais uma vez por que é peça-chave no time
alviverde. Com a Macaca atacando com seis homens e se aproveitando dos espaços
deixados no setor de Artur, sobrou para o camisa 4 se desdobrar para afastar os
perigos, sem vergonha de dar chutão. Henrique, ligado no meio, também tentava
botar ordem na casa e frear o ímpeto campineiro. E Marcos Assunção brilhou:
dessa vez, não foi de falta, nem de bola parada. Com tranquilidade, aos 14
minutos, o capitão carregou pelo meio e encontrou espaço entre os zagueiros
pontepretanos. O chute foi rasteiro, e o goleiro Edson Bastos pareceu não
acreditar - demorou a cair e acabou sofrendo o terceiro.
Se a festa já era grande no Pacaembu, com 3 a 0 no placar a torcida
explodiu e deu um show à parte – sem parar de cantar um minuto, aplaudiu cada
boa jogada do time.
A Ponte Preta sentiu o golpe, e Valdivia perdeu gol ao chutar na trave
após receber de Maikon Leite na grande área. Até o goleiro Bruno,
constantemente criticado no clube, fez valer a camisa 1 do Palmeiras. Após
cobrança de escanteio, aos 20, Nikão cabeceou e o goleiro espalmou. Em cobrança
rápida de falta, o Mago ainda deixou Barcos livre e por pouco o camisa 9 não
marcou seu terceiro gol. Com tempo para fazer o corte e deixar o zagueiro no
chão, dentro da pequena área, o argentino chutou na trave. Não tinha importância:
recebeu muitos aplausos da torcida. Com vontade, bom futebol e a torcida a
favor, o Palmeiras tenta aos poucos sair do buraco onde se enfiou no
Brasileiro. E a confiança é cada vez maior em livrar o rebaixamento.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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