Vinte horas de viagem, cansaço, frio, chuva. Soma-se a esses obstáculos
uma apresentação apática. E o São Paulo volta de Loja, no Equador, apenas com
um empate por 1 a 1 com a LDU local, em partida realizada na noite desta
quarta-feira, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana.
A aposta de Ney Franco no esquema 4-3-3, desta vez, mostrou-se
equivocada. Perdido no meio-campo, o São Paulo pouco produziu. No jogo inteiro,
foram só quatro chances de gol, numa análise bem generosa. Do outro lado, havia
um time equatoriano que, embora pequeno (nunca foi campeão nacional), deu
trabalho, embalado pela torcida.
O jogo de volta será disputado no dia 24 de outubro, no Morumbi. Quem
vencer fica com a vaga. Se houver um empate sem gols, o São Paulo avança por
ter marcado um gol na casa do adversário. Caso o placar se repita,o
classificado será conhecido nos pênaltis. Uma igualdade por dois ou mais gols
dará a vaga aos equatorianos. Quem seguir adiante vai encarar Universidad de
Chile ou Emelec (do Equador) nas quartas de final.
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O São Paulo agora encara um longo dia de viagem pela frente. A delegação
deixará a cidade equatoriana na manhã desta quinta-feira e só desembarcará no
aeroporto de Cumbica no início da manhã de sexta. O time terá pouco tempo para
descansar, já que no domingo voltará a atuar pelo Campeonato Brasileiro, contra
o Coritiba, no estádio Couto Pereira.
Lucas foi bem marcado na partida desta quarta-feira, disputada na cidade
de Loja (Foto: Agência EFE)
Pressão
equatoriana e gol 'achado'
Uma LDU de Loja empolgada e sonhando aprontar novamente e um São Paulo
sem organização e que não deu uma finalização certa ao gol adversário nos
primeiros 45 minutos. É dessa maneira que pode ser definido o primeiro tempo. A
torcida local lotou o estádio Reina Del Cisne, que tem capacidade para 15 mil pagantes,
e empurrou a LDU o tempo todo.
Ney Franco, como vem fazendo nas últimas partidas, repetiu o esquema
4-3-3, com Ademilson ocupando a vaga do machucado Luis Fabiano. Na defesa,
Paulo Miranda, mais marcador e forte na bola aérea, principal jogada equatoriana,
ficou com a vaga de Douglas. Desde o início do jogo, a opção tática se mostrou
equivocada. O São Paulo não teve saída de bola pelo meio e sofreu com a falta
de criação no setor. Por diversas vezes, os zagueiros Rafael Toloi e Rhodolfo
se lançaram a tentar a ligação direta para o ataque. E é claro que isso não
poderia dar certo.
Como o São Paulo não levava perigo, aos poucos a LDU perdeu o medo e
começou a chegar. Aos 24, Feraud assustou em cobrança de falta. Seis minutos
depois, o atacante brasileiro Fábio Renato recebeu nas costas de Cortez, mais
uma vez muito mal na marcação, e bateu firme, no canto esquerdo de Ceni, que
fez bela defesa.
No melhor momento do time da casa, porém, a equipe brasileira achou um
gol e abriu o marcador. Osvaldo desceu pela esquerda, passou por Gomez e cruzou
de pé direito. Bermudez tentou cortar de cabeça e a bola entrou no canto
esquerdo de Alvarado, que nada pôde fazer. O gol, no entanto, foi dado ao
atacante do Tricolor - seu sexto na temporada.
Parecia que o São Paulo ganharia tranquilidade para tentar deslanchar em
campo. Ficou só na impressão. Aos 44, a LDU de Loja chegou ao empate. O juiz
uruguaio Julio Bascuñan errou ao marcar falta de Denilson em Uchuari no
meio-campo. Na cobrança, Larrea recebeu sozinho e, de pé direito, acertou o
ângulo de Rogério Ceni. Um golaço e festa da torcida local. Na saída para o
intervalo, o capitão são-paulino reclamou acintosamente com a arbitragem sobre
a falta assinalada. Em vão.
Osvaldo comemora seu gol, diante da LDU
de Loja, no Equador (Foto: Agência EFE)
Jogo
equilibrado por baixo na etapa complementar
No segundo tempo, o equilíbrio permaneceu. No Tricolor, após Paulo
Miranda perder uma boa chance de cabeça, em cobrança de falta de Jadson, Ney
Franco percebeu o equívoco na formação inicial e fez duas alterações aos 12
minutos. Ademilson e Denilson deixaram o campo para as entradas de Douglas e
Wellington. O 4-3-3 deu lugar ao 3-5-2. A ideia era fazer o time ganhar força
pelas alas, já que Cortez, até então, limitava-se a marcar.
A bola passou a ficar mais tempo no pé dos são-paulinos, embora faltasse
qualidade para criar lances de perigo. Maicon e Jadson não apareciam no jogo. A
LDU jogava fechadinha e tinha no meia Uchuari uma peça que mostrava qualidade
no meio-campo. Aos 23, Ney Franco deu sua última cartada ao sacar Jadson e
colocar Willian José. Com isso, Lucas foi recuado para a armação. No time da
casa, o veterano atacante Franklin Salas entrou no lugar de Calderón.
Nada deu certo para o Tricolor. O time seguiu apático, sem poder de
criação e jogando como se estivesse satisfeito com a igualdade. O máximo de
perigo que conseguiu levar foi numa cabeçada de Willian José, bem defendida por
Alvarado. Já os equatorianos assustaram em chute de Salas, bem defendido por
Rogério Ceni.
O goleiro, aliás, reservou para o fim o lance de maior emoção do jogo -
mas de forma involuntária. Ele foi ao ataque para bater uma falta perto da
área, acertou a barreira e viu os equatorianos saírem em disparada no
contragolpe. O meia Cordero, porém, já na intermediária tricolor e sem ninguém
a sua frente, deu bobeira - não chutou e acabou sendo travado por Rafael Toloi.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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