O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Aristeu Leonardo Tavares,
enviou uma carta a dirigentes e árbitros,publicada em primeira mão
no blog de Leonardo Gaciba, na qual diz que o gol marcado pelo
atacante vascaíno Tenorio no jogo contra o Cruzeiro (assista
no vídeo ao lado), no último domingo, em Varginha, deveria ter sido validado. A jogada
foi anulada pelo árbitro André Luiz Castro, que atendeu ao aceno do auxiliar
Alessandro Matos e marcou impedimento.
Aristeu relatou que, antes de enviar a carta, consultou instrutores de
arbitragem da CBF, da Conmebol e da Fifa. Depois de ler as respostas, concluiu
que o lance foi legal.
- Foi quase unânime e com argumentações baseadas no livro Regras do Jogo
2012/2013 que a decisão arbitral deveria ter sido de não considerar-se como
envolvido em jogo ativo por ganhar vantagem por estar na posição o atleta do
Vasco da Gama, por conta de ter sido a jogada consequência de um passe, pois
dois jogadores em sequência tiveram a bola disponível para jogar e o fizeram
por três vezes (...). Para finalizar que o gol produzido deveria ter sido
validado - disse ele na carta.
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Arnaldo Cezar Coelho, que durante a transmissão da partida apontou que
houve impedimento, manteve sua opinião após saber o conteúdo da carta. E citou
um diagrama do livro de regras da Fifa para argumentar:
- Na página 92 tem um desenho que mostra que, se a bola chutada por um
atacante, no caso o Dedé, rebate em um adversário e vai para um atacante em
impedimento, ele é punido por tocar na bola e levar vantagem de sua posição
anterior. Se eles consideram que não é vantagem se um cara tentou cortar, o
outro também tentou cortar, e a bola sobrou para outro em impedimento, tem que
mandar mudar o livro de regras.
Trecho do livro das regras do futebol,
que trata de impedimento, apontado por Arnaldo Cezar Coelho
O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF anexou em sua carta a
resposta que recebeu de Fernando Tresaco Gracia, chefe sênior da Divisão de
Desenvolvimento de Competições e Arbitragem da Fifa, que também assistiu ao
lance.
- Pelo que posso ver, os defensores tocam a bola por três vezes antes
que chegue ao jogador que estava em posição de impedimento, quando o último
companheiro toca a bola. Quero dizer que, se a bola houvesse chegado
diretamente depois do primeiro desvio feito pelo defensor, poderíamos discutir
se ganha vantagem ou não. (...) Mas depois um defensor a toca de novo e isto
não é um rebote (...), com o que, em minha opinião, baseada nas regras do jogo,
a jogada deveria ter sido considerada como normal, e o gol, concedido -
argumentou Gracia.
O comentarista de arbitragem da TV Globo afirma não conhecer Fernando
Tresaco Gracia ("nunca apitou um Mundial") e contesta um dos
argumentos da carta divulgada por Aristeu Tavares, que cita que o gol não nasce
de um rebote, e sim de má técnica dos envolvidos.
- O que o presidente (da Comissão de Arbitragem) quer é confusão. Onde
que está na regra má técnica? A carta é imperfeita, é um absurdo. Prefiro a
opinião do Dedé. Eu o encontrei no elevador, e ele me disse: "Arnaldo,
achei que o Tinga passou a bola para trás". Se ele passou, não tem mais
impedimento. O Dedé entende de regra muito mais do que esses caras. Para mim, o
Tinga não passou a bola. Seria mais honesto se essas pessoas dissessem que o
Tinga passou a bola.
O lance aconteceu aos 8 minutos do segundo tempo da partida entre
Cruzeiro e Vasco, quando o placar já marcava 1 a 1, resultado final do jogo. O
vascaíno Dedé avançou pela direita, entrou na área e tentou cruzar para Carlos
Alberto, mas Tinga interceptou. Na sequência, o zagueiro Lucas Silva errou o
chute, e a bola sobrou para Tenorio colocar na rede. O árbitro alegou que o
equatoriano se aproveitou da condição de impedimento no momento do passe de
Dedé, porém Aristeu Tavares argumenta que Tenorio tirou proveito dos erros dos
jogadores do Cruzeiro, o que não configuraria impedimento.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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