27ª RODADA LUSA E GALO NÃO ATINGEM OBJETIVOS E FICAM NO EMPATE NO CANINDÉ Portuguesa queria a vitória para se afastar do Z-4, enquanto Atlético-MG lutava pelos três pontos para pressionar de perto o líder Fluminense


A partida foi recheada de emoções, mas não terminou do jeito que nenhuma das duas equipes queria. Portuguesa e Atlético-MG fizeram um jogo movimentado, mas ficaram no empate por 1 a 1, ruim para ambos. Os gols do jogo foram marcados na etapa final. Léo Silva fez para os donos da casa, após falha de Victor. O empate atleticano saiu dos pés de Bernard, aos 20 minutos, em um lance duvidoso no qual o jogador pode ter tido auxílio do braço para dominar a bola.
Ninguém ficou satisfeito. A Lusa, que queria a vitória em casa para se afastar ainda mais do Z-4, chega aos 33 pontos e ocupa na 13ª posição. O Galo, que sonhava com os três pontos para ficar a um do líder Fluminense, permanece em segundo, com 53, e poderá ver o rival abrir seis de vantagem se vencer o Flamengo neste domingo. Além disso, poderia se afastar do Grêmio, que está logo atrás, com 49. Caso vença o Santos, o Tricolor gaúcho chega aos 52, ainda na cola dos mineiros.
O atacante da Lusa Bruno Mineiro preferiu destacar a garra mostrada em campo.
- A equipe está de parabéns. Não podíamos perder pontos, pelo menos somamos um.
Já o goleiro Victor não se mostrou tão satisfeito assim. Porém, aparentou tranquilidade com o 1 a 1, lembrando que o Galo ficou com um homem a menos em campo, quando Leonardo Silva foi expulso.
- Viemos com o objetivo de vitória, mas com um jogador a menos, ficamos com dificuldade na marcação. Não podemos desconsiderar o empate, não.
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Na próxima rodada, a Lusa volta a jogar em casa. O time recebe o Sport, quinta-feira, no Canindé, às 21h (de Brasília). Já o Galo recebe o Figueirense, novamente no sábado, às 18h30m. A partida será no Independência, em Belo Horizonte. 
Jô, atacante de ofício do Galo, teve atuação apagada (Foto: Marcos Bezerra / Ag. Estado)
Bola no chão e gol anulado
O jogo foi no Canindé, mas a torcida atleticana rapidamente lotou o espaço destinado a ela e exigiu que a Polícia Militar o ampliasse. Em casa, a torcida da Lusa se espalhou pelo estádio dando a impressão de estar em pequeno número, mas com a bola rolando, as forças do lado de fora das quatro linhas praticamente se igualaram.
Apito dado, a torcida alvinegra começou a apoiar desde o começo. Mesmo assim, quem tomou a iniciativa de atacar foi a Portuguesa. O time paulista ensaiou uma pressão, mas ela foi apenas territorial, já que o goleiro Victor não foi exigido. Apesar do momento ruim, os jogadores atleticanos estavam acomodados, apenas assistindo ao toque de bola rival.
Mas com o passar do tempo e sem sofrer sustos, o Atlético-MG começou a tocar melhor a bola no campo de ataque e deu o primeiro grande susto do jogo aos 12. Marcos Rocha levantou bola na área da direita, ela passou por todo mundo e chegou a Ronaldinho Gaúcho, muito apagado até então. Mas como categoria o camisa 49 tem de sobra, ele colocou na cabeça de Bernard, que poderia ter mandado direto para o gol, mas ele tentou escorar para Jô. Antes da conclusão do camisa 32, Lima, ex-Galo, chegou e evitou gol certo do Alvinegro.
Com a bola no pé a Lusa era melhor. Demonstrando grande entrosamento, os comandados de Geninho chegavam sempre, mas abusavam dos cruzamentos pouco efetivos para a área, já que Victor saia em todas e fazia as defesas de forma tranquila. Quando resolveu ir pelo chão, o time quase chegou ao gol, em um lance em que contou com a sorte. Após bate-rebate, Moisés ficou com a sobra e buscou o ângulo esquerdo do gol, mas a bola saiu por cima, assustando os torcedores atleticanos que estavam justamente atrás da trave defendida por seu camisa 83.
Pior no jogo, o Atlético-MG ainda perdeu um jogador de marcação importante. Pierre sentiu uma fisgada na coxa esquerda e acabou substituído por Serginho. Taticamente, Cuca também resolveu mexer, já que deslocou Bernard da esquerda do ataque para o lado direito, enquanto Ronaldinho deixou a posição mais centralizada para ficar pela ponta esquerda, mesmo posicionamento do jogador antes da chegada ao Atlético-MG.
Mas as mudanças não surtiram efeito, e a Lusa chegou duas vezes com perigo. Primeiro em um chute de longe de Boquita, que Victor se esticou todo para tirar. No lance seguinte, Bruno Mineiro até que conseguiu marcar, mas o árbitro já havia paralisado o lance assinalando toque de mão do camisa 9 luso, para desespero da torcida da casa presente.
Os dois lances em sequência serviram para inflamar a torcida da Portuguesa, que a esta altura já estava em número um pouco maior do que a atleticana. Mas o apoio não surtiu efeito, pelo menos no primeiro tempo, que foi encerrado aos 46 minutos. Com o apito final, muita reclamação contra o árbitro por parte dos torcedores paulistas.
Os gols do jogo
Os dois times voltaram para a etapa final da forma como terminaram a primeira, inclusive na postura em campo. A primeira chegada foi da Lusa, que em um chute de longe aos três minutos assustou Victor, que fez defesa segura no meio do gol.
Mas logo depois, ao cinco, não teve jeito. Após levantamento para a área de Moisés, Victor dividiu no alto com Bruno Mineiro, não ganhou, a bola sobrou na pequena área limpa para Léo Silva, que girou e mandou forte no ângulo, fazendo justiça e colocando a Lusa na frente. Os jogadores atleticanos ficaram pedindo falta em Victor, que não existiu. O mais veemente deles foi Leonardo Silva, que acabou amarelado.
Logo depois, o Atlético-MG tentou a resposta. Após levantamento para a área, Jô brigou pela bola que sobrou com Bernard. O meia bateu cruzado, e no meio do caminho Leonardo Silva tentou fazer de letra, mas a bola saiu fraca. Dida defendeu com tranquilidade.
Vendo o time apático em campo, Cuca fez mais uma alteração, esta já tradicional. Ele sacou Danilinho para a entrada de Guilherme, com o objetivo de dar mais qualidade ao passe final e até ao arremate contra o gol de Dida.
Com a entrada de Guilherme, Bernard voltou para a esquerda e criou boa chance ao cruzar na cabeça de Marcos Rocha, mas Boquita evitou gol certo ao cortar de cabeça. Mas logo depois, aos 20 minutos, veio o empate. Ronaldinho tentou arrancada pelo meio, mas sofreu a falta. Na cobrança, ele mandou rasteiro direto, a bola espirrou e sobrou limpa para Bernard. O xodó atleticano ajeitou e estufou a rede de Dida. Os paulistas pediram toque de mão do jogador do Galo no momento do domínio, mas o árbitro validou o gol.
Mas a festa da torcida alvinegra durou menos de quatro minutos. Leonardo Silva matou um contragolpe de Boquita, recebeu o segundo amarelo e consequentemente o vermelho. Alegria da torcida rubro-verde, que comemorou como se fosse um gol.
Só que o gol de verdade quase saiu para o Atlético-MG. Após falta de Léo Silva na entrada da área, Ronaldinho mandou mais uma direta, esta um pouco mais alta, e acabou acertando o pé da trave de Dida, que pulou, mas não achou nada.
A esta altura o jogo era muito corrido, lá e cá. A Lusa teve chance em cruzamento de Ananias, mas a defesa cortou com Luiz Eduardo, que substituíra Marcos Rocha minutos antes. Logo depois, Michael cortou Fillipe Soutto na área, mas acabou travado. Por sua vez, o Galo apresentava futebol melhor com relação a quando tinha 11 em campo. Em uma jogada, Jô invadiu a área e na hora do arremate dividiu com Valdomiro. A torcida pediu pênalti, mas o atacante não esboçou reclamação.
Nos minutos finais da partida, a Portuguesa levou pressão ao gol atleticano, mas Victor salvou o Galo de sofrer o gol com boas defesas. De um lado, torcedores da Lusa felizes com a disposição que viram em campo. De outro, os atleticanos que deixaram o Canindé ainda na vice-liderança, mas satisfeitos por terem chegado ao fim um mês difícil como foi o de setembro, com apenas duas vitórias no Brasileirão.  


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