Quando um time não joga bem, tem um jogador expulso e, ainda assim,
vence por 1 a 0 fora de casa em um campeonato de mata-mata, sobram motivos para
comemorar. O gol de Werley na vitória sobre o Barcelona, na noite desta
quarta-feira, em Guayaquil, no Equador, deixou o Grêmio com um pé nas quartas
de final da Copa Sul-Americana.
No jogo de volta, dia 24 de outubro, no Olímpico, pode empatar ou até
perder por um gol de diferença, desde que balance a rede rival, que continuará
na disputa do título e da vaga na próxima Libertadores, destinada ao campeão.
Cabe ao adversário superá-lo por dois de vantagem. Novo 1 a 0, ao contrário,
deixa a decisão do confronto nos pênaltis para ver quem enfrentará o vencedor
do duelo entre Millonarios e Palmeiras.
Werley, no centro, comemora o gol do
Grêmio (Foto: Agência AFP)
Antes, porém, o Tricolor retoma a disputa do Brasileirão. No próximo
domingo, enfrenta o Santos, às 18h30m, em Porto Alegre. Até o próximo
confronto, o Barcelona se dedicará ao campeonato equatoriano, no qual também é
o terceiro colocado e tem chances de ser campeão.
Que sufoco
Houve a esperada pressão no Estádio Monumental, com praticamente os 60
mil lugares ocupados. A torcida não parou de cantar um minuto. Se já era
difícil, a mudança tática feita por Vanderlei Luxemburgo aumentou a adversidade
em campo.
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Sem Gilberto Silva, Pará e Zé Roberto, o treinador apostou em Naldo,
Tony e Vilson. Com a bola, o sistema era o tradicional 4-4-2. Sem ela, o 3-5-2.
Causou confusão. A defesa, incrivelmente, ficou exposta. E coube a Marcelo
Grohe trabalhar. Fez dois milagres, contou com a sorte de uma bola bater no
travessão e outra passar raspando a trave.
A defesa mais incrível aconteceu aos 12 minutos, quando o camisa 1
encarou Mina, cara a cara, e defendeu chute rasteiro. Aos 35, espalmou
finalização de fora da área de Loyola com a mão direita.
Sem retenção de bola no meio, o Grêmio vivia de jogadas individuais e de
bola parada. E foi dessa forma que abriu o placar, no único ataque no primeiro
tempo, aos 44. Elano cobrou falta na cabeça de Werley, que, da marca do
pênalti, desviou do goleiro Banguera, que usava boné apesar de a partida ser à
noite.
- Foi um gol importante. Nós tivemos algumas desatenções. Eles têm um
time muito rápido. Depois nós encaixamos e emparelhamos o jogo - disse o
zagueiro no intervalo.
Expulsão
complicou
Atrás no placar, o time local aumentou a pressão no segundo tempo. O
Grêmio não conseguia sair de trás. E, de novo, contou com Grohe e a sorte.
Aos dez, Aroyo cobrou falta e obrigou o goleiro tricolor a ceder
escanteio. O sufoco continuou e gerou um lance curioso. Eram 13 minutos.
Atordoado, Anderson Pico se abaixou para afastar cruzamento. De cabeça, acertou
a trave esquerda, dando um susto nos companheiros. A expulsão de Tony, no lance
seguinte por levar segundo amarelo por supostamente acertar o rosto de um
adversário, parecia o começo do fim.
Ferreyra chutou por cima, Erazo cruzou e ninguém completou sem goleiro à
frente, Mina parou nas mãos de Grohe... Não era mesmo noite de o Grêmio sofrer
gol. Mas era de sofrer. A tática era se defender e dar chutões. Em poucos
lances, especialmente com Elano, o Tricolor soube valorizar a posse de bola.
Léo Gago, Edilson e Marquinhos, os reservas que entraram, ajudaram a
parar o jogo. E conseguiram reter a bola no campo de ataque. O meia, aos 38
minutos, até arriscou um chute de fora da área, nas mãos do goleiro.
Ainda deu tempo para Léo Gago, aos 45, salvar em cima da linha cabeçada
de Ayovi. Um final de acordo com a história de todo o jogo. Sufoco, pressão,
drama. E os gremistas, enfim, completamente aliviados. Afinal, o Grêmio
resistiu e ganhou fora de casa.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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