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Pode soar exagero por ainda restarem alguns meses de disputa pela frente, mas a Espanha já tem motivos para se preocupar com a sua presença na Copa do Mundo de 2014. Novamente dona da posse de bola - e de um futebol pouco objetivo -, a Fúria permitiu que a zebra passeasse nesta sexta-feira, no Estádio El Molinón, em Gijón, em seu quarto compromisso pelo Grupo I das eliminatórias europeias. Sob vaias, a líder do ranking da Fifa empatou com a lanterna Finlândia, por 1 a 1, e viu suas chances de classificação direta se reduzirem.
Antes líder, agora o time treinado por Vicente del Bosque caiu para segundo na chave, com oito pontos - a França assumiu o primeiro posto com dez pontos depois de derrotar a Geórgia, também nesta sexta, por 3 a 1, no Stade de France. Ambos os resultados tornam o clássico da próxima terça, também na casa dos Bleus, uma verdadeira decisão para os espanhóis. Em caso de derrota, apenas improváveis tropeços dos franceses impedirão que a Espanha dispute a repescagem. A Finlândia, que ocupa o 87º lugar no ranking, tem apenas dois pontos.
Tudo parecia festa. Talvez por não estar acostumada a ver os craques de Barcelona, Real Madrid e outros grandes europeus jogando a seu favor, a torcida de Gijón se mostrava paciente com a falta de profundidade do futebol espanhol. Ela ganhou verdadeiros motivos para sorrir no início do segundo tempo, com o gol de Sergio Ramos. O falso controle do jogo acabou deixando os finlandeses se aproveitarem de um descuido e igualarem o marcador num contra-ataque aos 33, com Pukki.
82% de posse de bola e zero no placar
Até golear a Itália na Ucrânia e garantir o título da Eurocopa, a Espanha conviveu com as críticas de que praticava um futebol chato e sonolento. Não haveria motivo para mudar o que estava dando certo, afinal, em quatro anos a Fúria conquistou praticamente tudo o que teve direito. O que se viu principalmente no primeiro tempo diante da Finlândia, portanto, foi mais do mesmo.
Os números de posse de bola foram ainda mais impressionantes do que o habitual. A equipe treinada por Vicente del Bosque desceu para o intervalo com 82% do domínio, só que com um sonoro zero no placar. Poderia até ter marcado em duas oportunidades, mas Cazorla e Iniesta, aos 23 e 38 minutos, viram suas finalizações de fora da área saírem. Sem Xavi, lesionado, e Xabi Alonso, poupado, simplificar era um dos importantes deveres para a etapa final.
Espanha sai na frente, mas permite empate
Sorte ou não, a Espanha demorou apenas quatro minutos para abrir o marcador no segundo tempo. Em escanteio cobrado por David Silva, Sergio Ramos saltou e fez de cabeça justamente no seu 100º jogo com a camisa vermelha. Os dois, por sinal, eram, ao lado de Arbeloa, os únicos àquela altura que não eram jogadores do Barcelona.
Apesar do entrosamento, o ritmo seguiu lento e pouco empolgou os torcedores de Gijón. A Finlândia, por sua vez, sentia que com o passar do tempo poderia se arriscar mais. E acabou premiada na sua primeira real investida em contra-ataque. Aos 33, Raitala acelerou pela ponta esquerda e cruzou rasteiro para Pukki se antecipar à zaga e completar.
O clima de desespero tomou conta dos espanhóis. Coincidentemente, a França cada vez mais consolidava sua vitória sobre a Geórgia, no Stade de France, jogando a Fúria para a segunda colocação na chave. Era preciso não apenas talento, mas também uma objetividade aparentemente escondida em algum lugar do esquema tático da Espanha. Negredo, aos 42 e 45, foi quem chegou mais perto do gol. Acabou sendo pouco para os donos da casa, que tiveram de ouvir vaias de uma torcida agora desconfiada.
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