A torcida do São Paulo gritou o nome de quatro jogadores no Morumbi: o
ídolo Rogério Ceni, o craque Lucas, o artilheiro Luis Fabiano e o santista
Ganso. Sim, ele ainda nem chegou, deve assinar contrato na segunda-feira, mas
já foi bem-vindo. “Uh, terror, o Ganso é tricolor!”, festejaram os torcedores,
esperançosos de que seu talento possa consertar parte dos problemas da equipe.
Problemas que voltaram a aparecer, mas não impediram a vitória por 3 a 1
sobre a Portuguesa, no Morumbi. Novamente, o talento individual se sobrepôs a
uma atuação por muitas vezes atrapalhada e apressada, com exceção de mágicos 15
minutos. Talento principalmente de Lucas, que não fez o seu, mas infernizou os
zagueiros e deu gols para Cortez e Luis Fabiano decidirem o jogo.
A Portuguesa mostrou bem menos do que vinha fazendo no Campeonato
Brasileiro. Com um time recuado, sem criatividade, só marcou após um erro de
Rafael Toloi. Sorte e mérito do incrível Bruno Mineiro, que aproveitou a chance
e fez seu nono gol em 11 jogos.
Geninho terá trabalho para consertar sua defesa. Foi muito fácil para o
São Paulo se aproximar de sua área. Os três gols poderiam ter sido quatro,
cinco, seis... Mesmo sem uma atuação inspirada.
Inspiração que poderá vir com Ganso. Para aquele jogador maduro e genial
do início da carreira, há lugar ao lado de Jadson, Lucas e Luis Fabiano. Ney
Franco terá de se virar para fazer o time marcar. Mas para o Ganso dos últimos
tempos, será complicado se juntar ao trio.
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Os dois times voltam a jogar pelo Campeonato Brasileiro no próximo fim
de semana. No sábado, às 21h, a Portuguesa encara outro grande paulista, o
Santos, no Pacaembu. Já o São Paulo volta a jogar no Morumbi: recebe o
Cruzeiro, adversário direto por uma vaga na Libertadores, no domingo, às 16h.
Lucas, do São Paulo, parte pra cima da Portuguesa (Foto: Marcos Bezerra
/ Futura Press)
Tricolor começa a mil, mas falha na
zaga
Quinze minutos de sonho e 30 de marasmo para o São Paulo. Resumo simples
do primeiro tempo. As trocas de passes entre Maicon, Jadson, Lucas, Osvaldo e
Luis Fabiano assustaram a Portuguesa. Nos dez primeiros minutos, a equipe criou
três grandes chances de abrir o placar. O craque Lucas deitou e rolou, o artilheiro
Luis Fabiano perdeu e Osvaldo, “patinho feio” num quarteto em que os outros
três estão convocados para a seleção brasileira, colocou o São Paulo na frente,
aos 5 minutos.
A Lusa parecia assustada e recuada demais, principalmente com os dribles
de Lucas. Pra lá, pra cá, tão rápido que quase chegou ao ponto de driblar a ele
mesmo. Mas tudo passa. O susto passou, e aos poucos Bruno Mineiro ganhou
companhia no ataque, inclusive na marcação da saída de bola do São Paulo, que
teve dificuldade em sair de trás.
Com Dida no chão, Osvaldo abre o placar
para
o São Paulo (Foto: Idário Café / VIPCOMM)
o São Paulo (Foto: Idário Café / VIPCOMM)
Antes de se perder totalmente em campo, o Tricolor ainda criou mais uma
chance. O cruzamento do improvisado lateral-direito Wellington encontrou a
cabeça de Fabuloso, que desperdiçou sua terceira oportunidade.
Daí pra frente, o sonho inicial se transformou em terror. Mas não o
“terror” que a torcida já cantava na arquibancada e vem da Baixada Santista. Um
terror proporcionado por um time apressado e que errou demais. A Lusa nem
precisou se esforçar muito. Conseguiu trocar mais passes no campo de ataque e
aproveitou erro de Rafael Toloi.
O zagueiro, que já havia ficado no chão no gol de cabeça sofrido contra
o Atlético-MG, errou o tempo da subida e desviou para trás, nos pés de Bruno
Mineiro, que marcou seu nono gol em 11 jogos no Campeonato Brasileiro.
Vitória tricolor vem no segundo tempo
O São Paulo tem Jadson, o maior garçom do Brasileirão com oito passes
para gols, e está prestes a ter Ganso. E em determinado momento do segundo
tempo, Toloi e Rhodolfo estavam armando, ou tentando armar as jogadas de
ataque. Claro que não deu certo, e claro sinal de que a equipe continuou um bom
tempo sem atuar bem.
Ao menos a marcação se encaixou melhor e parou de dar liberdade para que
Léo Silva, Boquita e Mosiés trocassem passes no meio de campo. A marcação só
não foi capaz de impedir o lindo giro de Ananias, que quase acertou o ângulo de
Rogério Ceni. Seria um golaço.
Mas com o jogo tão equilibrado e nem tão bem disputado, golaço seria
luxo. O importante era balançar as redes. O São Paulo deixou isso claro. Seria
um golaço se o chute de Lucas entrasse direto no gol de Dida, mas havia um
Cortez no meio do caminho. O lateral-esquerdo, posicionado como centroavante,
desviou e não deu chance a Dida.
A vantagem e a chance perdida por Bruno Mineiro foram suficientes para
Ney Franco desmontar seu esquema super ofensivo e trocar Osvaldo por Casemiro.
Os donos da casa cresceram. Geninho respondeu com Rodriguinho no lugar de
Ananias. O problema é que a Lusa já não tinha a mesma organização para sair da
defesa para o ataque.
Como se esse fosse o maior problema... O problema mesmo, com letras
garrafais, se chamava Lucas. Endiabrado, ele entrou na área como se estivesse
chegando em casa, com as portas abertas, e esticou o tapete vermelho para Luis
Fabiano fazer seu 12º gol no Brasileirão, isolando-se na artilharia do torneio.
Aplausos para a dupla.
Luis Fabiano marca e faz graça, ao lado de Casemiro e Lucas (Foto:
Idário Café / VIPCOMM
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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