Pareceu um daqueles filmes em que dois personagens trocam de corpo. O
Atlético-GO, lanterna, jogou neste sábado como se tivesse a tranquilidade dos
líderes. O Fluminense, primeiro colocado, atuou como se o mundo pesasse sobre
seus ombros. A consequência natural da inversão de papéis foi a vitória do
Dragão por 2 a 1 em Volta Redonda.
O resultado quebrou uma série de 12 jogos sem derrotas do Fluminense,
que vinha de três vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro. O Atlético-GO
não vencia há seis partidas. Foi a primeira derrota tricolor em casa e a
primeira vitória rubro-negra como visitante na competição.
- O time do Atlético veio, se fechou. Nosso time não jogou o que vem
jogando. Uma hora a gente ia perder. Temos que colocar a cabeça no lugar e
reconhecer nossos erros - disse Thiago Neves.
Wellington Nem não consegue superar a defesa do Atlético-GO (Foto:
Dhavid Normando / Photocamera)
Os dois gols do triunfo goiano aconteceram no primeiro tempo. Diego
Giaretta e Reniê foram os autores. O Flu, pouco efetivo no ataque (sem Fred,
suspenso), descontou na etapa final, com Michael.
- Fiz um gol e conseguimos a vitória. O Wellington Nem é um dos pontos
fortes do Fluminense e fui incumbido de marcá-lo. Acabei fazendo várias faltas,
mas o árbitro foi justo - analisou Diego Giaretta.
Com o resultado, a liderança dos cariocas está ameaçada. Se o
Atlético-MG vencer o Náutico nos Aflitos neste domingo, às 16h, irá a 54
pontos, um a mais do que o Fluminense. O Dragão, com 20, segue em último, mas
agora empatado em pontos com o Palmeiras.
A eficiência do Dragão
saiba mais
Os 62% de posse de bola do Fluminense na etapa inicial foram desperdício
de tempo, de energia, de sola de chuteira. O time tricolor tropeçou nas
próprias pernas, não soube cruzar a barreira defensiva do adversário, acelerou
o jogo em vão. Atuou como se fosse ele, não o adversário, quem padecesse na
tabela. E a contrapartida foi verdadeira. O Dragão teve a sobriedade de um
líder - mesmo indo a campo com a lanterna da competição. Com eficiência para dar,
vender e emprestar, abriu 2 a 0 nos 45 minutos iniciais.
O Atlético-GO foi perigoso do primeiro ao último segundo. A troca de
passes que se seguiu à saída de jogo já indicou um adversário que até poderia
perder, mas não se amedrontaria. Se Gum, com quatro minutos, não tivesse dado
um carrinho matemático, certeiro, o adversário já teria largado na frente com
Patric - após erro de Carlinhos.
O Fluminense pouco fez nos instantes que se sucederam até o primeiro gol
do Dragão. De efetivo, teve apenas um chute de Thiago Neves. Sem Fred, Abel
Braga formou o sistema ofensivo com Wellington Nem, Samuel e Rafael Sobis.
Nenhum deles funcionou.
O panorama, estava claro, não era bom para o Flu. E ficou pior aos 17
minutos. Em falta perto da área, Diego Giaretta viu a bola ser rolada em sua
direção e logo emendou uma patada de canhota. No ângulo. Golaço.
o ladrão
Gustavo
5 ROUBADAS DE
BOLA
Recordes de roubadas de bola em um
jogo:
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01
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7
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02
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7
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03
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7
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04
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7
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05
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7
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06
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7
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07
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7
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08
|
7
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ranking parcial do campeonato até
15/09/2012
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Restou ao time de Abel Braga tentar espremer o oponente. Mas a defesa do
Atlético-GO foi sólida. Para exemplificar: teve 24 roubadas de bola (o dobro do
Flu) e nove desarmes. Os comandados de Abel Braga foram engolidos por uma
parede humana na frente da área. Para onde quer que Rafael Sobis chutasse, ele
encontrava um zagueiro. Batida colocada de Thiago Neves, mas espalmada por
Márcio, foi um dos raros momentos de esperança para a torcida local.
E o Atlético-GO, enquanto isso, ameaçava em contra-ataques, especialmente
com Patric. Mas também com Marcos. O lateral-direito recebeu em profundidade
aos 40 minutos, passou reto por Edinho e, frente a frente com Diego Cavalieri,
perdeu. A bola foi a escanteio. A cobrança de Marcos encontrou a cabeça de
Reniê, quase fora da área. Cavalieri foi encoberto. Era o segundo gol dos
visitantes.
Problemas e reação
Abel Braga resolveu fazer duas trocas no intervalo. Tirou Carlinhos e
colocou Wallace. Sacou Samuel e deu chance a Higor. Assim, preferiu manter
Rafael Sobis em campo. Mas não durou muito. O atacante logo machucaria o
tornozelo. O jeito foi queimar a última troca com a entrada de Michael. Mas
atenção: ele seria importante alguns minutos depois.
Thiago Neves, de cabeça, voltou a ser o toque final do Fluminense. E Márcio
voltou a evitar o gol dele. Espalmou a escanteio. Com a torcida impaciente, o
time de Abelão tentava encontrar alguma brecha na defesa adversária. Não era
fácil.
E o Dragão seguia ameaçador nos contra-ataques. Em um deles, quase
ampliou. Ernandes arriscou da entrada da área e viu a bola desviar na zaga
antes de bater na trave e ir para fora.
O tempo passava - e maltratava os tricolores. Mas havia margem para a
reação. E Michael, aquele que foi a campo por causa da lesão de Sobis,
alimentou a esperança do líder. Aos 19 minutos, Leandro Euzébio desviou de
cabeça, Jean arriscou e Michael completou. Gol do Fluminense.
Foi a senha para a pressão. O Fluminense encaixotou o Atlético-GO em sua
área. Jean, em cobrança de falta ensaiada, mandou a um centímetro da trave
direita de Márcio. Gum, de cabeça, forçou o goleiro a fazer mais uma defesa
arrojada. Wallace mandou pancada por cima.
Mas os visitantes souberam cozinhar o jogo. Nos 15 minutos finais, os
jogadores do Atlético caíram repetidas vezes, trocaram passes, recuaram a bola,
mataram o jogo. E o Fluminense não conseguiu sequer o empate - uma bicicleta de
Michael, novamente defendida por Márcio, foi a chance final. Graças a um sábado
de troca de papéis em Volta Redonda, o Tricolor pode perder a ponta neste domingo.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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