Indignado, Fernandão critica atletas e desabafa: 'Cheguei ao meu limite' Após empate em 2 a 2 com o Sport no Beira-Rio, treinador reclama da ‘zona de conforto’ e promete mudanças no elenco



Um Fernandão como nunca visto antes na carreira como treinador concedeu entrevista coletiva no Beira-Rio, logo apóso empate em 2 a 2 diante do Sport, na noite deste domingo. Com semblante fechado, claramente irritado, o técnico esboçou indignação aos jornalistas presentes na sala de imprensa (assista ao vídeo ao lado).

Para “já”, Fernandão almeja não só mudança de postura do grupo colorado, mas também da mentalidade. Diagnosticou as atuações irregulares por um sentimento de “zona de conforto”. E disse que “chegou ao limite”.

- Entramos em uma zona de conforto. Ela tem que acabar. Já tínhamos diagnosticado isso há um tempo. Hoje foi uma resposta bem clara. A culpa é toda minha. É difícil chegar à beira de campo do Beira-Rio e rezar para saber qual time estará em campo. Ou sai da zona da conforto ou começo a trocar as peças.
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A indignação de Fernandão culminou no fim do primeiro tempo, quando o time mostrou apatia e saiu do gramado com 2 a 0 contra, sob vaias das arquibancadas. Segundo o treinador, o sentimento naquele momento foi só um: vergonha.

- Tive vergonha, a torcida tinha razão naquele momento. Era de se vaiar, xingar. Queria estar em qualquer lugar da terra, menos onde estava. Não sei se o Inter precisa de um treinador amigo nesse momento. Se for preciso, serei inimigo deles para fazer esse time jogar.
Independentemente de ser eu ou outro (treinador), chegou ao momento de estar lá dentro e escolher a dedo. Quem não quiser, que a direção dê férias e continue pagando
Fernandão, técnico do Inter
Para o treinador, o grupo não está “mentalmente pronto” para ser campeão. Crítico do próprio trabalho, Fernandão sabe está sob pressão. Nem mais tem a certeza de que permanecerá até o fim da temporada. Mas garante que não abandonará o cargo.

- Independentemente de ser eu ou outro (treinador), chegou ao momento de estar lá dentro e escolher a dedo. Quem não quiser, que a direção dê férias e continue pagando. Falo isso para que o time ganhe indignação. O Inter tem qualidade imensa, precisa brigar pela ponta de cima. Nos anos 70 ganhava, quem tinha técnica ganhava. Hoje, quem tem técnica, mas não tem mentalidade e físico não ganha nada. Tem que ter algo a mais.

O tom das respostas foi forte. Na última questão, reiterou que havia chegado ao limite.

- Chegou ao meu limite. Poxa, consegui fazer com que o time tenha uma disposição que queria.
E depois levo um tapa na cara como foi no primeiro tempo de hoje – reclamou, pegando uma garrafa d’agua e deixando a sala de imprensa.
Fernandão, técnico do Inter, contra o Sport (Foto: Alexandre Lops / Inter, DVG)     





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